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Ao pisar os pés na rua, senti minhas pálpebras pesadas. Esfreguei os olhos para me livrar daquele resto de mágoa. Como ele conseguia me dominar desta maneira?

— Vamos de carro? — Anahí perguntou estendendo a chave.

— Vamos andando mesmo, é pertinho. Tô precisando mesmo fazer uma caminhada de leve. — falei, com um sorriso no lábios.

— Mostrar essa beleza que fica incubada nessa casa, só pra aquele monstro ver! — Maite comentou com um sorriso malicioso.

— O que ele te fez em Maite? — Anahí estalou a língua, mostrando desdém.

Mantive a cabeça baixa durante o caminho até salão da Vivi, mas ainda assim consegui percebe que todas as pessoas que passavam por nós, ficavam nos encarando, cochichando e principalmente admirando. Nossa beleza realmente chamava a atenção. Mas ninguém tinha coragem de ficar ou pelo menos falar com a gente, a Maite apesar de ter um rolo "fixo" com o Galeguinho, era a única das três que passava o rodo em geral, já que viu que não seria assumida como fiel. Anahí só tinha olhos pro moreno dela, e eu uma mera amante refém do chefe.

Quando chegamos perto do salão avistamos o digníssimo almoçando, junto com ele estava Matheuzinho, meu primeiro e único rolo aqui do morro, antes de me envolver com Christopher.

— Vamos lá. — Anahí disse.

—Não mesmo. — Me apressei em negar. — Tu é sonsa as vezes Anahí, sou a fiel não amiga! — Apesar de ter sido chamada de sonsa, ela sorriu. — E além do mais tô puta com ele!

— Espera ai, vou falar com meu bebê. — Ela saiu correndo e Maite e eu continuamos observando. Christopher puxou Anahi e eles conversavam algo particular, ele apenas cochichavam no ouvido dela, que apenas concordou.

— Ninguém merece em Dul! meu sensor de chifruda apitou. — Disse enquanto Jéssica se sentava no colo do seu presente de Deus, e sorria debochada olhando pro nosso rumo.

Os olhares de Christopher se perderam com a chegada dela e ele sorriu sem motivo aparente. Algo nela o impressionava. Eu tinha medo. Qualquer tipo de sentimento que ele pudesse sentir por ela, me assustava. Eu queria, precisava ter certeza absoluta quais eram aqueles sentimentos.

— Tu é medrosa, deixa ela vim que eu sento o pau nela. — Eu neguei. Apesar de confiar em Maite, eu sabia que qualquer confusão sobraria pra mim, por isso preferia sempre ficar no meu canto.

— Mai, ela só quer tretar quando estou só. — Maite continuava encarando Jéssica e eu partir pro apelo. — Maite para por favor, eu vou apanhar e depois ele ainda vai me proibir de ir pro baile com vocês caramba. — Falei um pouco alto e Maite respirou fundo.

— Aí tá, tudo bem, ok, eu paro! — Revirou os olhos e enquanto falava pausadamente.

— Vamos meninas... — Anahí se aproximou sorrindo — tem recadinho pra você Dul. —Enlaçou um braço com o meu e o outro no de Maite e continuamos caminhando até o salão. — Meu maninho pediu pra você não corta o cabelo. — Anahi se apega nos pequenos detalhes e tinha esperança do irmão me assumir como fiel. — Fica feliz caramba, ele gosta desse cabelão. Olha a coitada da Jéssica, ela tá quase careca com aquele loiro manga meu amor.

— Eu poderia ir contra os desejos dele, mas amo meu cabelão!

— Eu cortaria de pirraça, eu sou tão mal. — Maite disse gargalhando.

— Falou que eu ia pintar? — Perguntei curiosa.

— E estragar a surpresa? Claro que não pô. — Encarou as unhas passando um ar de superioridade. Maite e eu caímos na gaitada.

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