Três.

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                                 JP💥

Acordei com o meu pai me acionando pra ir resolver rebordosa de morador. Os caras pegam a porra da moto com escapamento barulhento pra caralho e ainda ficam tirando ondinha.

Isso é proibido aqui, meu coroa já tinha avisado. A regra já tinha sido clara: Quem for pego fazendo essa porra dentro da favela, vai ficar com o ouvido no escapamento acelerado por 3 minutos e de quebra ainda vai perder a moto pra firma.

E assim foi feito, colocamos o maluco pra ficar com o ouvido no escapamento acelerado por 3 minutos e depois pegamos a moto dele. O bagulho não funciona assim aqui dentro não.

Tem que ter total respeito com os moradores, idosos e crianças que andam pela comunidade. Essa porra não é bagunça!

Coroa acordou puto hoje, deve ter sido por causa da merda que a Melissa fez ontem. Essa garota é muito fora da casinha...

Tava voltando pra casa e avistei a Fernanda no caminho, ela tava toda bonitinha e pá. Pago um pau pra essa daí desde quando eu era menozão mas ela preferiu playboy, aí enfraquece os amigo.

Nanda: João, que susto! - Colocou a mão no peito. Eu tinha parado a moto do lado dela, o que fez a mesma se assustar.

JP: Tá devendo? - Dei uma risada rouca e ela me olhou, toda cínica.

Nanda: Da próxima vez que quiser me matar do coração, avisa antes.

JP: Aí qual vai ser a graça? Se eu quiser te matar, tem que ser no sigilo. - Ela revirou os olhos. - Quer dá um rolê? - Ela me olhou pensativa.

Nanda: Pra onde?

JP: Tomar açaí. - Ela abriu um sorriso largo. Bixinha toda interesseira pro lado de comida.

Nanda: Só vou porque tu tá insistindo muito. - Ela veio até mim pra subir na moto e eu a ajudei.

JP: Ala, pode falar que a minha companhia é a melhor do mundo. As novinha se amarra! - Ela me deu um tapa de leves no braço e eu dei risada, partindo pro açaí da loira.

Cheguei lá e nós já fomos entrando pra fazer os nossos pedidos. Eu paguei o bagulho e ficamos ali sentados conversando.

Nanda: Me dá um pouquinho do teu. - Fez cara de pidona e começou a piscar os olhos pro meu lado.

JP: Tu tem mó potão cheio aí. Quer o meu pra quê?

Nanda: É porque o seu tem morango.

JP: E por que tu não botou aí no seu? - Franzi o cenho.

Nanda: Porque não tinha espaço. - Fez careta.

Eu dei risada e estendi o meu açaí pra ela, que catou praticamente todos os meus morangos, desgraçada.

JP: Tu pediu um pouquinho, só sobrou a cobertura do bagulho. - Falei indignado, olhando pro meu copo de açaí.

Nanda: Eu tô em fase de crescimento, me deixa. - Deu uma colherada no seu açaí e eu neguei com a cabeça.

Ficamos marcando um dez ali, papo tava rolando gostosin...

Depois de um tempo, nós jogamos os copos no lixo e ficamos de bobeira pela comunidade. Ela quis ir embora pra tomar banho e eu levei ela.

Chegando lá, vi o fanfarrão do namorado dela, moleque é todo nariz em pé, se acha mó superior no bagulho só porque veio da Sul. O dia que eu pegar, vou descer só um bandão, pra entortar a cara. Quer fazer gracinha, vai ter gracinha. O desenrolo pode sair no tambor em dois tempo.

No Alemão 2 (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora