Seis.

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                       Guerrilheiro 🥋

Mel: Não aguenta ficar um minuto longe de mim. - Tinha mandado mensagem pra ela e a doidinha logo brotou. - Teu amor me sufoca demais. - Se sentou ao meu lado.

Guerrilheiro: Ala, papin de tilt. Te chamei aqui pra tu ir comprar um açaí pra mim. - Ela me olhou incrédula. - Se quiser eu dou o dinheiro, mas sabe como é né, fico o dia todo em pé lá na contenção, às vezes cansa. - Joguei a cabeça pra trás.

Mel: Mano, o açaí é praticamente na próxima rua, e tu me tira de casa uma hora dessas só pra isso. - Ela tava puta, pelo tom de voz dava pra perceber.

Guerrilheiro: Tu fala como se estivesse de madrugada. Tá cheia de gente na rua, se liga malucona. - Eu tirei a carteira do bolso e puxei uma nota de cem, entregando na mão dela. - Quero sem nada, purão mermo. - Ela pegou o dinheiro na força do ódio e se levantou.

Ela saiu dali rebolando e eu neguei com a cabeça. Minutos depois ela voltou com dois açaís em mãos e estendeu um pra mim.

Guerrilheiro: Porra Melissa. Eu falei que queria o bagulho puro. - Peguei o açaí na maior vontade e quando eu fui ver, tava cheio de parada colorida.

Odeio açaí assim, acho enjoativo pra caralho!

Mel: Eu esqueci. - Sorriu toda no deboche.

Guerrilheiro: Uma hora eu vou esquecer também do nosso acordo, aí vou bater radinho pro teu pai. - Ela revirou os olhos. - Eu deixei tu comprar um pra você? - Ela pagou de doida e começou a tomar o açaí.

Tomei o meu no ódio mermo, só porque foi dinheiro meu gasto nele. Ela me deu todo o troco e ficamos em silêncio por um tempo.

Mel: Se o teu pai fosse vivo... - Meteu essa do nada. Só ela, sozinha, uma hora dessas. - E tu achasse que ele estivesse traindo a sua mãe com outra mulher, o que você faria? - Indagou sem olhar nos meus olhos e eu me virei pra ela.

Guerrilheiro: Aê, não toca no nome do meu pai não, namoral mermo. - Travei meu maxilar e ela me olhou.

Mel: Mas eu não tô fazendo na maldade, eu tô ligada o valor que o teu pai tem pra ti... Só tô perguntando o que você faria? - Eu voltei a fitar a rua e ignorei ela por alguns segundos, que apenas suspirou e voltou a tomar o açaí.

Guerrilheiro: Eu ia brechar muita bala na cara da filha da puta. - Ela me olhou super atenta. - E o meu pai... Nem sei como eu reagiria com ele. Nunca tive ele presente, então não posso falar como seria se ele estivesse aqui. - Engoli seco. Era foda tocar nesse assunto, nunca toquei nele com ninguém, primeira vez tá sendo agora e mesmo assim só toquei porque vi que ela perguntou na transparência. - Mas qual foi da rebordosa? Teu coroa tá traindo a sua mãe?

Mel: Não, eu acho que não. É complicado porque eu não sei, mas tenho quase certeza que sim... E eu acho que é com a Thaís.

Guerrilheiro: Se eu tivesse mulher, até eu trairia com ela. A Thaís é aulas no sexo, filhona. - Ela fez uma cara de nojo. - Mas pô, conversa com o NG ou com o JP, eles vivem lá na boca, devem saber de algo... - Ela assentiu e ficou em silêncio.

Eu nem puxei mais papo também, fiquei tranquilão na minha...

A Thaís passou por nós e jogou o cabelo quando viu a Melissa, que ia levantar pra falar com ela, porém eu a impedi.

Guerrilheiro: Sossega porra! - Segurei no braço dela, fazendo a mesma se sentar na cadeira novamente. - Se tu levar um pau, eu não vou segurar k.o teu. Vai apanhar sozinha. - Ela bufou e se sentou, ficando em silêncio e com a cara fechada...

No Alemão 2 (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora