❧ Capítulo VIII

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Eu estava de braços cruzados encarando Jason Collins parado feito uma estátua no lado de dentro da minha casa, me segurando ao máximo para não chutar seu traseiro inútil e tacá-lo no meio do jardim

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Eu estava de braços cruzados encarando Jason Collins parado feito uma estátua no lado de dentro da minha casa, me segurando ao máximo para não chutar seu traseiro inútil e tacá-lo no meio do jardim.

Como e possível existir alguém tão abusado e sem noção quanto esse menino? Primeiro me fez perder duas horas plantada na biblioteca enquanto ele estava pulando feito um flamingo desvairado no campo de futebol. Depois vem até a minha casa, meu recanto de paz, encher o meu saco?!

— Desembucha logo o que eu você quer falar porque eu não tenho todo o tempo do mundo, Collins — disse irritada — Já são vinte para as seis e eu trabalho à noite, então agiliza aí.

Ele me olhou com um olhar de cachorro pidão, como se isso fosse amenizar a vontade pungente que eu estava de esfolar a fuça dele.

— Antes de tudo, eu realmente sinto muito por ter te feito esperar — ele começou — O professor de geometria faltou, então fui dispensado da última aula. Minha intenção era treinar só até tocar o sinal, aí eu iria para a biblioteca, mas acabei me empolgando e perdi a hora, desculpe.

— Guarde suas desculpas esfarrapadas para outra pessoa, já disse que não estou nem aí — resmunguei enquanto caminhava até a cozinha para desligar a água que eu havia esquecido no fogo.

— Espera — Jason se achou no direito de me seguir, sentando em uma das cadeiras ao redor da mesa com a maior cara de pau — Eu só... esquece, já disse que sinto muito, de verdade. Vou fingir que você me perdoou e passar para a próxima e mais importante questão.

Subi na bancada para alcançar a caixa de chá que estava no alto do armário, tirando de lá um sachê e colocando-o na minha xícara, seguido de um pouco da água fervente. O cheiro característico da camomila inundou o ambiente por meio da fumacinha que se erguia da água quente.

— Ah, eu aceito chá, obrigada — Jason me lançou um de seus sorrisos ridículos, me fazendo revirar os olhos, exasperada.

— Eu não te ofereci — resmunguei enquanto alcançava outra xícara e jogava um sachê nela também.

— Você não tem educação não, garota?!

— E você tem de sobra, não é mesmo? — arqueei minhas sobrancelhas para ele — Se enfiou dentro da minha casa e ainda por cima está sendo espaçoso, ou se esqueceu que eu não te convidei para entrar?

Ele suspirou enquanto balançava a cabeça como se estivesse disposto a esquecer aquilo. Eu peguei as duas xícaras, deixando uma à sua frente e me sentei do outro lado da mesa, o encarando em silêncio.

Ele se remexeu no lugar, claramente desconfortável. Eu estava prestes a me estressar e mandar ele agilizar logo o que precisava falar comigo quando Jason pigarreou e começou a falar sem tirar os olhos de seu chá.

— Eu queria te pedir uma coisa, Annelise, uma coisa que é muito importante para mim — ele ergueu seus olhos e me encarou, sério — Eu não sei bem como explicar ou começar isso, então só vou jogar tudo primeiro, pode ser? Por favor, já imploro de antemão que você não me mate e desove meu corpo em algum matagal — assim que assenti ele começou a falar como se eu tivesse apertado o play e colocado na velocidade 1.5 — Meus amigos me desafiaram a fazer com que você se apaixonasse por mim e namorasse comigo até o baile de primavera. Se eu conseguir, eu vou ser eleito o capitão do time de futebol do próximo ano, o que é ótimo...

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