❧ Capítulo VI

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Minhas costelas ardiam como se houvesse um incêndio me corroendo por dentro

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Minhas costelas ardiam como se houvesse um incêndio me corroendo por dentro. Aquele treino havia sido, de longe, um dos mais puxados dos quais participei.

Eu sabia que o treinador vinha apertando as rédeas com o time, ele queria ver quem ali daria um bom capitão para o próximo ano, por isso nos exauria além do que suportávamos e nos testava a qualquer instante. Além do mais, as finais do campeonato seriam dentro de alguns meses, não poderíamos nos dar ao luxo de pegar leve.

Assim que terminamos o que me pareceu a milésima corrida nos arredores da gigantesca quadra, eu já não sentia mais o meu pulmão, tinha certeza de que o havia perdido em algum lugar daquele campo. Minhas pernas mais pareciam um par daquelas balinhas ácidas e molengas, incapazes de permanecerem em pé sem tremer e queimar.

— Muito bem, rapazes — ele ajeitou a caneta em sua prancheta antes de nos encarar com a cara fechada — Vocês estão muito fracos, quero uma performance melhor no próximo treino — ficou em silêncio por um instante enquanto lia algo em suas anotações antes de se voltar para nós — Por hoje é só, estão liberados.

Nos despedimos do treinador com alguns tapas e cumprimentos, ele começou a falar alguma coisa sobre melhorar o tempo e algo assim, mas não fiquei para ouvir. Tratei de ir para o vestiário logo, meu corpo urgia por um banho fresco e roupas limpas.

Assim que entrei lá dentro, me afundei entre as fileiras de armários em busca da minha toalha e da minha mochila.

— E aí — Erick bateu em minhas costas, chamando a minha atenção —  Quem era a garota que estava com você lá no Dimmy's ontem? Mó gata, hein?!

Dei uma gargalhada enquanto me recostava no metal, me lembrando de Kriss e sua beleza realmente descomunal.

— Ela é uma amiga da minha prima, está na cidade a passeio, é de Chicago.

— Ah, Chicago — ele suspirou, fingindo drama — Por que as garotas das cidades grandes tem que ser tão lindas? Sério, que beldade! Dá próxima vez fala para ela trazer umas amigas — Erick me deu uma piscadela maliciosa — Eu me encarrego de mostrar Flukeville para elas.

Eu estava pronto para responder alguma coisa, porém fui interrompido com alguns gritos e arquejos dos garotos vindo de algum ponto lá na frente do vestiário que eu não conseguia enxergar por causa das fileiras de armários.

Andei um pouco até sair no corredor que levaria até a entrada, mas ainda assim não via nada além de um punhado de garotos encarando algo que parecia estar na porta.

— Você não pode entrar aqui! Isso é lugar de homem — Finn, um cara do time, disse em um tom grave e sério — Eu chamo ele para você, mas, por favor, espere do lado de fora.

— Eu não estou pedindo a sua permissão, essa escola é pública — uma voz de garota respondeu com raiva. Eu não conseguia ver porque porque Finn era um grandalhão musculoso e estava entre eu e ela, mas reconheci sua voz no instante em que a ouvi — Agora sai da minha frente senão eu arrebento a sua fuça, seu idiota.

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