Capítulo 15

1.5K 129 419
                                    


Desviando de seus pensamentos ao vê-la voltar para a sala com o celular em mãos, franziu o cenho enquanto tentava entender o que ela falava.

Dul: Ah que ótimo. "Dulce María e Christopher Von Uckermann foram vistos saindo juntos de um hotel na manhã deste sábado logo após o gato..." gato... (debochou, revirando os olhos e Christopher não conteve a gargalhada)

Ucker: Gato sim. Vai negar?

Dul: Vou! Voltando... "logo após o gato ter entrado no local acompanhado de seu empresário e de Anahí Portilla, empresária de Dulce. Na noite anterior os dois foram vistos aos beijos durante a festa de lançamento do álbum da ruiva".

Ucker: Uma ótima manchete para todo mundo desconfiar que pode ter algo errado no nosso relacionamento. Anahí e Christian poderiam ter sido mais discretos.

Dul: É. (murmurou mordendo o lábio) Mas isso foi culpa deles então que não venham querer nos responsabilizar. Venha, vamos comer. Eu estou com fome.

Ucker: Estamos sozinhos? (perguntou enquanto a seguia até a sala de jantar)

Dul: Sim. Pedi para Dóris deixar tudo pronto e nos deixar a sós. Ela geralmente dorme aqui e é por isso que Anahí pediu para que dormíssemos juntos. Será Dóris quem vai abrir a porta para você quando precisar vir até aqui, mas provavelmente terei que te dar as chaves ou vai parecer muito estranho, não é?

Ucker: Com certeza. Vou providenciar as chaves da minha casa para você também.

Servindo-se com uma xícara de café, Christopher sentou-se em uma das cadeiras e a viu se servir com uma porção de iogurte, frutas e torradas.

Ucker: Não sei como consegue ser tão magra comendo igual um hipopótamo e bebendo da forma que bebe. Eu já disse que vou acabar mudando o seu apelido para pimentão? 

Dul: Idiota. (resmungou, fazendo-o rir) Eu realmente não consigo entender como você teve tantas namoradas ao longo da vida. Você é um grande babaca.

Ucker: Olha só, você já confirmou que eu sou as duas coisas, babaca e grande.

Dulce o encarou com os olhos arregalados e corou ao escutar ele rir.

Ucker: Você fica linda quando está corada... Viu só? Eu posso ser um doce e já te mostrei isso várias vezes.

Dul: Um pouco forçado né? Mas é melhor que nada.

Christopher sorriu negando com a cabeça e bebericou a xícara de café enquanto ponderava sobre o que gostaria de falar para ela.

Ucker: Sobre ontem à noite...

Dul: Precisamos falar sobre isso? (o interrompeu e o viu assentir)

Ucker: Perdão se fiz você se sentir como uma prostituta ontem à noite ao te deixar sozinha após termos transado. Não foi a minha intenção. Eu só não sabia como agir e achei melhor ir embora porque também achei que você fosse preferir ficar sozinha.

Dul: Eu teria feito o mesmo, Christopher e sim, eu queria ficar sozinha.

Ucker: E então agora...

Dul: Fingimos que nada aconteceu, ora. É sempre a melhor escolha.

Christopher assentiu e antes que pudesse voltar a atenção para o seu celular, escutou ela o chamar.

Dul: E só pra você saber, agora você pareceu menos forçado. Seja mais assim e menos daquele jeito de minutos atrás.

Ucker: Eu vou tentar.

Christopher a viu dar de ombros e se servir com mais algumas torradas e logo tentou se distrair com algo em seu celular novamente. Não se sentia totalmente confortável na presença dela e precisaria aprender a mudar aquilo.

Era a primeira vez que ficava daquela forma na presença de uma mulher e não conseguia entender o que estava acontecendo consigo. Ela conseguia deixa-lo desconfortável e sentia que fazia o mesmo com ela e esperava que aquilo mudasse quando começassem a se conhecer melhor ou tudo ficaria extremamente complicado porque sabia que não conseguiriam atuar bem diante do público se não tivessem o mínimo de intimidade.

Assim que terminaram de comer, Christopher a ajudou a arrumar a mesa e a colocar as louças na máquina de lavar e em seguida a seguiu até a sala, acomodando-se em uma das pontas do sofá enquanto a via se acomodar em uma das poltronas ao lado.

Dul: E então, o que você mais odeia além de sapatos no sofá, a cama bagunçada, a ideia de ter que dividir uma cama comigo e o cheiro de cigarro apesar de fumar?

Ucker: Você? (provocou, rindo ao vê-la revirar os olhos)

Dul: Olha só, temos mais uma coisa em comum. (debochou)

Ucker: Não odeio mais nada. Não que eu lembre agora. E você?

Dul: Odeio viajar de avião. Eu já lhe disse isso dias atrás.

Ucker: Medo?

Dulce assentiu e mordeu o lábio enquanto desviava seu olhar do dele. Não gostava da ideia de mostrar vulnerabilidade a ele, mas precisava fazer aquilo se quisesse que tudo saísse como o planejado por Anahí e Christian.

Dul: Sempre tive medo de voar e geralmente tomo um fitoterápico para me ajudar a ficar mais tranquila. Há alguns anos o voo em que eu estava a caminho de Portugal precisou fazer um pouso de emergência e eu estava sozinha, sem Anahí ou qualquer outra pessoa da minha equipe. Foi desesperador. Simplesmente não consegui continuar a viagem mesmo com a troca de aeronave. Fiquei no país em que paramos até o meu namorado da época ir me buscar para voltarmos juntos pra cá.

Ucker: Já passei por isso também. Sei bem o quão ruim é.

Dul: E não tem medo de voar?

Ucker: Não, mas também não gosto, principalmente se a viagem é muito longa. Eu sou um pouco ansioso e ficar preso por horas dentro de uma caixa de aço não é algo que me agrada muito. (confessou num murmúrio)

Dul: Tem crises de ansiedade?

Christopher assentiu e desviou seu olhar do dela. Aquela era uma parte de sua vida que definitivamente não queria compartilhar e que não queria que ela presenciasse.

Odiava ter que lidar com a ansiedade e seria muito pior ter ela por perto quando uma crise acontecesse. Não queria mostrar-se vulnerável daquela forma com ela por perto e esperava não passar por aquilo até o fim do acordo, mas sabia que as chances eram pequenas de não ter pelo menos uma crise ao longo daqueles meses.

Ucker: E eu não quero falar sobre isso.

Dul: Tudo bem.


...

Tudo está indo bem, não? 😏 Já estão até amiguinhos conversando civilizadamente.

Fake Dating - VondyOnde histórias criam vida. Descubra agora