Capítulo 54

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Ucker: É óbvio que sim e se duvidar, muito mais que você! E nós não precisamos ter um fim. Por mim eu já estaria bem mais envolvido se você não fizesse questão de me afastar sempre que eu me aproximo um pouco mais. Não tem como não ser apenas sexo se você não nos ajuda.

Dul: Eu não ajudo? (perguntou indignada)  

Ucker: Você mesma acabou de confessar isso, Dulce. Não complique!   

Dul: Mas não jogue a culpa toda em mim sendo que você também é babaca na grande maioria das vezes!

Ucker: Eu não estou fazendo isso, Dulce, até porque eu sei bem que tenho a minha parcela de culpa e não nego isso! A minha maior babaquice foi ter agido como um namorado ciumento no nosso primeiro trabalho juntos e eu já me desculpei por isso, assim como me desculpei dias atrás quando te procurei para transarmos e pela fofoca da gravidez. Esclarecemos isso e ficamos bem, lembra? E você tem sido muito mais babaca do que eu e nem se dá conta!

Dul: Eu não sou babaca com você!

Ucker: É sim, principalmente por não deixar eu me aproximar. Por que não deixa eu me aproximar, Dul? Você já disse que não quer ir apenas pelo caminho do sexo, mas também não me ajuda. O que você quer?

Dulce respirou fundo e negou com a cabeça enquanto levantava do sofá e pegava novamente o pote de sorvete.

Dul: Quer saber? Esqueça! Essa nossa conversa só está dando voltas e não conseguimos sair do lugar. Nós não temos como dar certo mesmo!

Christopher a encarou com indignação e bufou irritado. Não acreditava que ela iria fugir da conversa e infelizmente não tinha como obrigar ela a ficar ali.

Ucker: Não temos porque você não quer se render e deixar de vez o orgulho e o medo de lado! Eu estou aqui e quero fazer dar certo, mas isso não depende só de mim. Ou você se arrisca ou o nosso relacionamento será apenas profissional, assim como havia sido o combinado lá no início. Se quiser conversar, eu estarei aqui te esperando. É a última chance que te darei.

Dul: Até porque você não tem pra onde fugir né?! (resmungou)

Ucker: Está extremamente estressada por nada e eu não vou continuar com as suas provocações! Volte a dormir e não me perturbe o juízo!

Vendo-o voltar a pegar o livro para ler, Dulce logo voltou a subir para o quarto dele e sentando-se no chão da sacada com o pote de sorvete em mãos, comia o doce enquanto olhava para o céu e pensava na conversa que haviam tido.

Lhe irritava não ter conseguido continuar aquela conversa com ele e lhe irritava ainda mais saber que ele estava certo. Precisava dar espaço para ele ou realmente não teriam como tentar um relacionamento mais profundo, mas tinha medo de se machucar e naquele momento o medo falava mais alto que sua vontade de arriscar.

Dul: Você quer e ele quer, Dulce. É só deixar. Só depende de você. (sussurrou para si mesma) Você já conversou sobre isso, lembra? Não tem motivo pra não arriscar. Vocês não precisam ter fim quando o acordo acabar e é só vocês não ferrarem com tudo. Tem tudo pra dar certo.

Conversando consigo mesma enquanto terminava de comer todo o sorvete do pote, Dulce deixou a embalagem vazia de lado e encostou a cabeça na parede enquanto fechava os olhos e respirava fundo algumas vezes para tentar conter as lágrimas que ameaçavam começar a querer cair de seus olhos. Lhe doía não conseguir se jogar de vez naquele relacionamento e sentia raiva de si mesma por aquele bloqueio.

Queria poder permitir-se mais e dar mais liberdade a ele de demonstrar o que estava sentindo, mas tinha medo de como tudo poderia acabar pois se não se envolvessem além daquilo, ainda poderia ter a amizade dele.

Deixando-se chorar por alguns minutos, Dulce assustou-se ao sentir Christopher sentar ao seu lado e lhe dar um beijo na têmpora e tentou se afastar dele, gemendo frustrada ao sentir ele lhe segurar. Não queria que ele lhe visse daquela forma, principalmente porque não queria parecer frágil diante dele.

Dul: Sai daqui!

Ucker: Você comeu o sorvete todo? (perguntou ignorando o pedido dela)

Dul: Vai me chamar de gorda de novo?

Ucker: Não, eu vou pegar mais sorvete se você quiser! Quer um cigarro e uma cerveja também?

Dulce assentiu e vendo-o sair o quarto e voltar minutos depois, bebeu um longo gole da cerveja e então acendeu um cigarro enquanto o via fazer o mesmo.

Ucker: Por que estava chorando? Aconteceu alguma coisa?

Dul: Não, sou só eu que sou uma grande idiota confusa mesmo. Nem eu mesma consigo me entender, quem dirá você! Por que eu tenho que ser uma grande medrosa, hein? (murmurou)

Ucker: Isso é por causa da nossa conversa, não é?

Dul: É. Agora você já pode debochar que eu estava chorando por causa de você. (resmungou de má vontade) Você já tem o quadro, já me tem e agora me tem chorando por você. Debocha vai...

Ucker: Eu jamais faria isso! Eu só quero que você nos ajude. Eu quero você, Dulce, mas eu não consigo lutar por nós dois sozinho, ainda mais se você continuar me afastando.

Dulce assentiu e encostou sua cabeça no ombro dele enquanto levava o cigarro aos lábios novamente.

Dul: Me desculpa.

Ucker: Tá tudo bem, mas eu preciso que você abra o seu coração comigo e me conte o que tem sentido. Vou repetir a última pergunta que te fiz, o que você quer de mim? O que você sente e o que quer comigo?

Ficando em silêncio por alguns minutos enquanto terminava de fumar, bebeu alguns goles da cerveja assim que o viu apagar o cigarro no cinzeiro também e logo passou a garrafa pra ele enquanto pegava uma colherada do sorvete que ele havia levado.

Ucker: Eu não me importo que você se afunde nos potes de sorvete, mas você precisa comer algo que não seja doce ou vai se sentir mal.

Dul: Estou nervosa e quando estou nervosa eu bebo, fumo e como doce.

Ucker: Estou sabendo, mas eu vou preparar o nosso jantar e gostaria que você deixasse isso aí pra depois.

Dul: Não vou comer o pote todo de novo. Não se preocupe. Eu só preciso de um pouco mais de açúcar e gordura.

Comendo mais algumas colheradas do sorvete, Dulce logo entregou o pote a ele e respirou fundo enquanto se preparava para falar. Queria resolver aquilo tudo de uma vez para que ficassem bem e conseguissem aproveitar a viagem em paz.

Dul: Eu não sei se deveria, mas eu gostaria de me envolver mais com você e eu tenho tanto medo disso. (confessou com a voz embargada)

Ucker: E acha que eu não tenho esse medo, Dulce?

Dul: Eu sei que tem ou essa conversa não estaria sendo tão complicada. Eu tenho medo de ferrar com tudo, tenho medo de você ferrar com tudo. Eu não quero me afastar de você e se acabarmos brigando, eu tenho certeza que isso vai acontecer.

Ucker: Eu sei e é por isso que relutei tanto em ter essa conversa. Há algumas semanas eu venho pensando nisso, em tentarmos ter algo de verdade, mas cada vez mais você começou a me afastar. Alguns dias antes do Natal estávamos bem, mas acabamos tendo aquela discussão naquele dia e acabamos nos afastando um pouco mais. Eu tenho tentado, mas claramente não sei mesmo como te agradar. Desde o começo eu tento ser cavalheiro com você. Abro as portas, puxo cadeiras e te dou flores, mas nada disso é o suficiente e eu sei que é pouco, mas eu não sei o que fazer além disso porque você não permite.

Dul: Esse seu tipo de atitude nunca me convenceu, Christopher e a sua mãe mesmo disse que não é um costume seu!

Ucker: Agora é! E o que a minha mãe sabe sobre o que faço ou deixo de fazer nos meus relacionamentos? Eu estou sendo sincero com você, Dulce. Não faço isso pra fazer uma cena pra você ou para os outros e você precisa enxergar isso.


...

Essa conversa está difícil de desenrolar 😅

Dulce é muito resistente e está sofrendo mesmo para se permitir, porém ou se permite ou esquece de vez dele 👀 O próximo capítulo é decisivo!! 

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