Capítulo 53

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Acordando num sobressalto no final da tarde ao escutar seu celular tocar com o alerta de uma mensagem, Dulce gemeu frustrada por ter seu sono interrompido e ignorando o sono que ainda a consumia, forçou-se a levantar para que pudesse tomar banho e alimentar-se visto que não comia nada desde o dia anterior.

Tomando um demorado banho e enrolando o corpo em uma toalha, Dulce praguejou ao perceber que a sua mala não estava no closet junto com a de Christopher e prontamente saiu do quarto, descendo até o primeiro andar e o encontrando na sala lendo um livro.

Ucker: Esqueceu de se vestir, Bela Adormecida? (perguntou num resmungo ao perceber que ela estava ali)

Dul: Não encontrei a minha mala. Aonde você deixou?

Ucker: Obviamente eu não a tirei do carro. Isso é responsabilidade sua, Dulce.

Dul: Eu não acredito que você vai ser infantil a esse ponto, Christopher! (disse indignada) Não custava nada você ter pego pra mim.

Ucker: Eu não estou sendo infantil. Apenas não estou forçando o meu lado cavalheiro que você detesta.

Dul: Você já foi mais educado. (resmungou enquanto cruzava os braços) Tenho certeza que a sua mãe não te criou assim.

Ucker: Não, não criou, mas se eu pegasse a sua mala eu iria receber mais uma patada então preferi evitar a fadiga. Estou apenas sendo o homem que você sempre disse que eu sou: completamente sem modos e que não sabe como tratar uma mulher. Talvez assim você comece a valorizar o pouco que eu fazia por você.

Dul: Então está me punindo?

Ucker: Entenda como quiser.

Olhando-o voltar a ler o livro, Dulce grunhiu em sinal de irritação e caminhando a passos largos até a garagem aonde o carro estava estacionado, pegou sua mala e poucos minutos após vestir-se entrava na cozinha em busca de algo para comer.

Ver Christopher agir com infantilidade diante de algo que julgava ser bobagem lhe deixava extremamente irritada e sabia que se não conversassem logo, acabaria se estressando ainda mais com ele.

Pegando um pote de sorvete na geladeira e duas colheres na gaveta, voltou até a sala e sentou ao lado dele, tirando-lhe o livro das mãos e lhe entregando uma das colheres.

Ucker: Eu estava lendo.

Dul: Você pode ler depois! Vou dividir o meu sorvete com você.

Ucker: Seu? Ele é meu!

Dul: É nosso! Agora cala a boca e come logo. Eu não costume dividir comida e você deveria ficar feliz de eu estar fazendo isso agora.

Ucker: Eu não quero sorvete, Dulce. Eu quero conversar. Sem gracinhas e sem patadas, será que podemos?

Dul: Podemos tentar. Se você não for babaca as coisas podem ficar mais fáceis.

Ucker: E eu digo o mesmo a você, bonitinha.

Comendo algumas colheradas do sorvete em completo silêncio, Dulce logo passou a observar a decoração da sala, franzindo o cenho ao lembrar-se que não havia visto em nenhuma das duas casas dele o quadro que ele havia arrematado no leilão.

Dul: O que aconteceu com o quadro?

Ucker: Qual quadro?

Dul: O que me roubou naquele leilão anos atrás. Não está aqui e também não está na sua casa no México.

Ucker: Dei de presente de aniversário para o meu pai. E eu não roubei, eu o comprei e foi uma ótima compra, aliás. 

Dul: Eu ainda tenho as minhas dúvidas. Se você não tivesse gasto todo aquele dinheiro no quadro talvez não precisasse estar se relacionando comigo agora.

Ucker: E acha que eu estou achando ruim estar com você?

Dul: Não sei... Você está acorrentado a mim por tempo indeterminado e talvez logo se canse do que temos. Uma hora você vai enjoar de mim e vai querer a sua liberdade e as suas piranhas de volta.

Ucker: Eu não vou me cansar, Dulce e a última coisa que eu quero é estar livre pra ficar com outras mulheres. Eu não quero estar com outra mulher!

Dul: Não? (perguntou surpresa)

Ucker: Não! Quantas vezes vou precisar repetir que tem sido incrível o que temos vivido juntos? Por que ainda fica insegura sobre eu estar sendo sincero com você?

Dul: Eu não sei. (murmurou envergonhada) Eu acho que eu só não consigo aceitar que você não é tão babaca quanto eu imaginava. Eu gosto do que temos, mas...

Ucker: Além do orgulho, você tem medo. (completou e a viu assentir)

Dul: Nos envolvemos muito e ainda é difícil aceitar o que tem acontecido entre nós.

Ucker: Eu sei, Dulce, mas já fazem três meses e eu realmente tenho sido sincero em tudo com você. Por que não consegue perceber que eu estou completamente interessado em você e o quanto eu tenho gostado do que temos?

Dul: Gostado de mim ou do sexo comigo?

Ucker: Dos dois, óbvio. É um combo e eu tenho gostado de você muito mais do que deveria.

Dul: Então por que não demonstra mais? Porque sempre que estamos juntos, além de sempre querer atenção, a única coisa que você faz é tentar transar comigo!

Ucker: Você tem algum problema de memória, Dulce? Hoje mesmo você faltou apertar o meu pescoço por isso. Quer que eu demonstre o que se tudo o que eu faço você diz que é uma farsa? Você mesma mandou eu parar com isso, lembra? Eu te disse hoje mais cedo, pelo menos o meu pau duro e quando gozamos juntos você não pode dizer que é falso. Quer dizer, dá minha parte eu garanto que não é!

Dul: E eu já disse que jamais fingiria um orgasmo pra te agradar! (disse entre dentes) E eu tenho certeza que você perceberia se eu fingisse. O sexo com você é diferente, Christopher e se eu não estiver com vontade ou se não estiver gostando, eu vou falar assim como eu quero que você fale se não estiver bom pra você.

Ucker: Não se preocupe.

Comendo mais algumas colheradas do sorvete enquanto pensava no que haviam conversado até ali, Christopher deixou o pote de lado ao perceber que ela já havia parado de comer e arrumou-se no sofá para que pudesse olhá-la melhor.

Ucker: Então o que você acha que devemos fazer? Você acha que transamos muito?

Dul: Sim, nós transamos muito e eu gosto pra caralho disso, mas é fato que deixamos um pouco das nossas conversas de lado. Faz uns seis dias da última vez que transamos e seguimos sem conseguir conversar de verdade. Quando começamos com tudo, nós dois conversávamos bem mais do que hoje em dia. Soubemos o básico um da vida do outro e deixamos isso um pouco de lado nas últimas semanas.

Ucker: Acha que deveríamos conversar mais ao invés de fazermos sexo? É isso?

Dul: É, mas eu reconheço bem a minha parcela de culpa em termos deixado isso de lado. Eu também não fiz nada pra reverter isso antes, até porque se conversarmos mais, vamos acabar nos envolvendo mais e no futuro podemos sair machucados disso. Eu já estou apegada, Christopher e não quero sofrer quando tivermos um fim.

Ucker: E eu não estou apegado, Dulce?

Dul: Está?

Ucker: É óbvio que sim e se duvidar, muito mais que você! E nós não precisamos ter um fim. Por mim eu já estaria bem mais envolvido se você não fizesse questão de me afastar sempre que eu me aproximo um pouco mais. Não tem como não ser apenas sexo se você não nos ajuda!


...

E o início da conversa veio aí 🗣

Tudo tem ido bem, não? Como será o fim disso? 👀

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