Karaokê.

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Como eu faço uma mulher que tá brava comigo por uma coisa que eu fiz, para ajudar ela, mas agora ela tá furiosa comigo? Se antes ela me xingasse ou até gritasse comigo, estaria "bom", porém, ela está me ignorando e eu odeio isso. Por que ela não pode agir como um adulto e conversar comigo? Não quero que ela me ignore, quero que ela me diga qual o problema, para eu poder ajudar, mas tá na cara que ela odeia receber a minha ajuda por ser orgulhosa demais.

Ela é muito fechada, não me deixa eu me aproximar e quando consigo me aproximar um pouco, ela se afasta, é estranho, eu não quero passar esses três meses com ela desse jeito, eu gosto de conhecer as pessoas, de me sentir conectada a elas, mas a Bela, não deixa.

— Eu vou falar com ela — Digo para mim mesmo subindo as escadas, eu tenho certeza que se a gente conversar um pouco, vamos resolver os nossos problemas e encontrar soluções para isso.

Então eu abro a porta do quarto e vejo a garota na cama dormindo, claro que ela ia dormir, dou um suspiro e fecho a porta deixando ela lá, o médico disse que ela precisa dormir um pouco e descansar. Bom, eu vou ter que pensar como fazer essa maluca que parece tá sempre estressada com tudo, relaxar, nesses dois dias que ela vai ficar em casa, então eu tenho uma ideia genial, com certeza de começo ela não vai gostar, mas depois eu sei que vai. Agora eu tenho que arrumar algo para fazer enquanto ela dorme.

(...)

Estava na sala assistindo um filme aleatório, até que escuto um barulho vindo do quarto, me levanto e vou até lá para ver o que aconteceu.

— Tá tudo bem? — Perguntei abrindo a porta do quarto e a vendo a garota caída no chão, ela caiu da cama, eu não sei como, mas aparentemente caiu, me segurei para não rir.

— Por que não me acordou? Estou atrasada para o encontro da Bonnie, no karaokê — Resmunga ela se levantando irritada e eu me aproximo dela.

— Tá falando comigo agora?

— Eu ainda estou brava com você.

Ela passa por mim, indo em direção ao guarda-roupa, então eu pego a coberta que ficou no chão e coloco ela na cama.

— Me desculpe, por me preocupar com a sua saúde — Comento sarcástico e me sentando na cama olhando ela que estava de costas para mim.

— Não gosto que faça isso — Responde ela e eu fico sem entender.

— E do que você gosta que eu faça? Bela, nada te agrada — Retruquei tentando manter a calma perto dela, não quero dizer coisas ruins.

— Não é verdade — Ela olha para mim e joga as roupas que escolheu do meu lado na cama.

— Ata, desde quando a gente se conheceu sempre quando eu tento te ajudar você nunca deixa e quando eu finalmente posso fazer algo por você, a senhorita estressada fica irritada comigo, mulher eu não te entendo.

— Eu só acho que eu posso resolver os meus problemas sozinha, eu não preciso de você.

— Eu sei que não precisa de mim, mas porra me deixa te ajudar, a gente vai ficar junto por três meses, eu quero me sentir útil.

— Eu nunca disse que era inútil.

— Mas você faz eu me sentir um.

Fica um silêncio entre a gente, essa garota é difícil de entender e muito menos me ajuda a entender, então eu olho ela respirar fundo antes de falar.

— Desculpa — Pede ela e eu fico surpreso com aquilo que ela falou, essa garota tá se desculpando, uau, não esperava mesmo por isso — Me desculpa, por te fazer se sentir assim comigo... É que eu não estou acostumada a receber ajuda ou ter alguém disposto a me ajudar, então fica difícil para mim de pedir ajuda, muito menos de aceitar, porque eu sempre fiz tudo sozinha e você toda hora em cima me irrita.

Ⲙє "ςαѕєι" ςσм υмα Βяαѕιℓєιяα.  ᵃᶤᵈᵃᶰ ᵍᵃˡˡᵃᵍʰᵉʳOnde histórias criam vida. Descubra agora