“Tudo bem, eu posso trabalhar com isso.” Izuku guardou seu caderno enquanto o futuro assassino em sua frente se levantou para se curvar em um cumprimento. “Eu te entregarei o plano pelo fim da semana.”
"Aí está você, Mastermind! Estive procurando por você.”
A face de Izuku assumiu um tom sombrio enquanto Hisashi Midoriya, vulgo Dragon, vulgo pai vacilão do ano, caminhava para dentro do cômodo como se ele fosse o dono do lugar. Só demorou alguns meses no mundo dos vilões para Izuku descobrir a verdade sobre todo o trabalho no exterior, que ele escutou falar durante a vida toda. A pior parte era que ele nem ficou surpreso. Claro, a mãe dele pode até acreditar que o amado marido dela só estava trabalhando no exterior porque a empresa precisava dele por lá, mas Izuku sempre achou que era um pouco suspeito demais ele ter sido indispensavelmente transferido logo após Izuku ter sido diagnosticado como um garoto sem individualidade.
Izuku encarou o homem com quem ele realmente tinha marcado uma reunião nesse momento, que parecia tão surpreso em ver Hisashi quanto ele. Bom, isso significa que ele não teria que matá-lo. Izuku colocou ódio suficiente no olhar para que a maioria dos vilões saísse dali e se voltou para o seu pai, “Sai da minha frente, Dragon. Eu não tenho interesse em falar com você.”
Ele passou por Hisashi, que o segurou pelo braço para o parar. Seu pai era mesmo um idiota, não era? Ele tinha convenientemente esquecido o que Izuku fazia com quem tentava ir contra ele, ou ele tinha se iludido pensando que isso não poderia acontecer com ele?
“Calminho, Mastermind, eu só vim conversar. Giran estava sendo um pé no saco e estava tentando nos manter separados, mas ele já não é mais um impedimento, então não precisa fingir que não está honrado em trabalhar com um jogador do submundo tão importante quanto eu.”
“Eu posso te garantir que a decisão de não trabalhar com você foi inteiramente da minha vontade.” Izuku rosnou. Se esse cara queria trabalhar com ele, ele podia, sei lá, ter ficado por perto para criá-lo. Mas do jeito que aconteceu, Hisashi não conseguia nem reconhecer a voz do próprio filho.
Hisashi franziu o cenho, “Vamos lá, Mastermind, seja razoável agora! A Dragons Horde é uma gangue extremamente bem sucedida, nós temos dinheiro o bastante para pagar pelos seus serviços.”
“Não tem dinheiro no mundo que você possa me dar, que me convença de trabalhar com você.” Izuku puxou o braço do aperto de Hisashi. “Agora se você me dá licença, eu tenho trabalho a fazer.”
Ele deixou algumas facas preparadas caso algum dos homens de Hisashi tentasse atacá-lo enquanto ele estivesse saindo, mas aparentemente eles eram mais espertos que o chefe deles, porque eles apenas o deixaram ir. Alguém o seguiu, mas Izuku rapidamente despistou a pessoa quando chegou nos telhados. Izuku chacoalhou a cabeça enquanto ele trocava a roupa de vilão e ia para casa.
O porquê da sua mãe ter se casado com um babaca igual ao Hisashi, ele nunca iria saber.
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Hisashi empurrou os papéis da mesa frustrado, “Quem esse… garotinho do nariz empinado pensa que ele é? Eu sou o Dragon! Eu sou respeitado! Mastermind não tem nem dois anos nesse mundo! O que dá a ele o direito de me esnobar desse jeito?
Hisashi respirou fundo. Ele não poderia aceitar isso. Mastermind não tinha o monopólio das ameaças e chantagens. As pessoas que ele tinha matado ou eram fracas, ou eram novatas nisso, mas Hisashi esteve fazendo isso por vinte anos e a Dragons Horde era uma força a ser levada a sério. Ele não ia aceitar as ordens de um garoto que mal saiu das fraldas! Ele só… tinha que achar alguma coisa para fazer ele obedecê-lo.
“Pessoal, eu preciso que vocês achem tudo o que puderem sobre o Mastermind.” O rosto de Hisashi se retorceu em um sorriso selvagem. “Eu acho que está na hora desse moleque aprender o lugar dele.”
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Hisashi olhou para a foto que seu subordinado tinha lhe entregado, amassando levemente as pontas de tão apertado que ele estava segurando.
“Você tem certeza que essa é a identidade civil do Mastermind?”
O subordinado concordou com a cabeça, “Sim, senhor. Os mediadores só me venderam a informação depois que eu provei que não era um policial. Mas, eles nos aconselharam a não irmos contra ele.”
Hisashi não tinha realmente visto Izuku desde que ele tinha acabado de fazer quatro anos, ou seja foi quando ele descobriu que o filho dele sempre seria um inútil. Se as coisas tivessem funcionado do jeito que ele queria, ele teria tentado convencer Inko de que o menino não valia o tempo dela e o teria jogado no primeiro orfanato que visse. Mas, Inko sempre foi muito apegada ao garoto para essa ideia funcionar, então Hisashi simplesmente decidiu mandar o dinheiro da pensão e deu o assunto por encerrado.
Contudo, parece que a maçã não caiu muito longe da árvore. É óbvio que o filho dele era ousado o bastante para se tornar Mastermind, ele realmente não deveria estar surpreso. O problema era que isso só fazia a recusa de Mastermind em trabalhar com ele, ser mais estranha ainda. Izuku não deveria ter respeito pelo próprio pai? Talvez ele não soubesse quem ele era?
Bom, isso fazia as coisas ficarem muito mais fáceis. Tudo o que ele tinha que fazer para ter Mastermind ao lado dele era reconstruir a relação que ele tinha com sua esposa e filho, e então, o mundo estaria em suas mãos. Uma vez que Izuku percebesse que o ilustre Dragon era seu pai, Hisashi tinha certeza que ele não hesitaria em obedecê-lo. Isso era o que os filhos deveriam fazer, certo, obedecer seus pais? E se Izuku não quisesse obedecê-lo por amor, ele poderia fazê-lo se sentir culpado para funcionar? Ele poderia organizar uma linda atividade pai e filho, para eles se aproximarem e compensarem o tempo perdido. O plano era perfeito, sem falhas!
Mas...sempre existe a possibilidade de Izuku ser teimoso. Hisashi já tinha ouvido falar que adolescentes agiam assim às vezes, uma característica irritante que vinha com a idade. Claro, seu Izuku nunca desobedeceria o próprio pai, mas não custava estar preparado. Hisashi parou para pensar. O que ele faria, se depois de tudo isso, Izuku ainda se recusasse a obedecê-lo?
Ele franziu as sobrancelhas. Seria inconveniente, porque ele sempre gostou de sua esposa e sem dúvidas ele seria questionado se alguma coisa acontecesse com ela, mas tinham outras mulheres no mundo, muitas delas mil vezes mais atraentes que Inko, visto que ela ganhou peso na última década. Hisashi chacoalhou a cabeça concordando com o plano que criou. No, quase impossível , caso de Izuku se recusar a cumprir seu papel para Hisashi, ameaçar Inko seria mais do que o suficiente para colocá-lo na linha.
“Limpe minha agente para amanhã.” Ele sorriu malvado. “Eu vou tirar um dia para minha família.”
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Izuku levantou uma sobrancelha para a mãe dele quando alguém bateu na porta enquanto eles assistiam à TV, depois do café da manhã. Eles não estavam esperando ninguém, não é? A única vez que eles tiveram visitas foi quando os Bakugous vieram para o jantar, mas eles nunca apareciam aos sábados.
“Eu vou atender!” Inko sorriu para ele enquanto se levantava para atender a porta. “Continue no sofá, querido. Eu volto em um minuto.”
Inko andou até a porta e se passou um bom tempo antes que Izuku ouvisse ela suspirar surpresa. Ele pulou do sofá e correu para o corredor, já arquitetando uma dezena de planos para protegê-la se fosse necessário. Ela estava encarando o homem que estava na entrada, mas se virou quando o escutou chegar atrás dela. Tinham lágrimas de felicidade em seus olhos enquanto ela segurava a mão deste homem e Izuku cuidadosamente escondeu sua expressão nervosa quando percebeu quem exatamente estava na porta.
“Olá, filho.” Hisashi sorriu. “Há quanto tempo.”
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Mastermind - Estrategista De Aluguel
AcakIzuku Midoriya nunca teve a chance de salvar Bakugou do monstro de lama e impressionar All Might. Com seus sonhos destruídos, Izuku se torna amargo e com raiva. Também não ajuda o fato dele enfrentar discriminação por todo lugar que passa. Tudo que...