13° poema: canhão de vidro

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Eu sou muito má
Eu também sou muito frágil
Sou como um canhão de vidro virado para cima
Eu atiro
E quando eu atiro eu trinco
E me fragilizo
E vejo a bola voltar
Bem rápido e sem pensar
Ela me quebra em mil pedaços
E todos que estão em volta de mim são atingidos pelos destroços
Arranhando e até segando meus amigos
Meus familiares estão loge de mais para serem atingidos
Eles já sabiam o que ia acontecer
Então fugiram

[...]

Eu não queria acertar niguém
Mas quando eu olho pra longe
Loge digo até onde minha bola pode alcançar
Está cheio de inocentes
Pessoas que eu nunca conheci e nunca vou conheçer
Pessoas que não fazem ideia da minha existência

[...]

Eu sei que se eu acertar qualquer uma delas não vai fazer diferença
Minha bola é como um meteoro
Quanto mais longe eu lanço menor ela fica
...
Mas eu não sei como rotacionar
Mirar pra algum lugar que não seja em cima de mim
Eu queria ter a potência de um foguete e mandar essa bala para a estratosfera
Fazê-la ir tão longe que nem a gravidade consegue trazê-la de volta
...
Mas infelizmente não tenho
Não tem como vc atirar sem acertar ninguém
...
O melhor a se fazer é aceitar
Que eu nunca vou deixar de me quebrar

Poemas que eu fiz quando estava sozinha [FINALIZADO]Onde histórias criam vida. Descubra agora