22: Estatuas de XIX

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Duas estátuas
Violetas
Esculpidas por alguém que não se sabe
Amaldiçoadas pela eternidade
Uma delas
É fácilmente degradada pela chuva ácida
Que corrói sua composição púrpura
A outra
Tem uma erva em sua cabeça
Que se espalha pelo corpo
E lhe encomoda com seus espinhos
As duas juntas
Num olhar sem rosto
Se encaram sem se mover
A chuva atraída pela primeira
Rega a planta de sua cabeça
E a alimenta sem que a queira
E a erva espinhosa
Cada vez mais se enrola no corpo da próxima
Tudo isso
Cercado por grama e sol
Tentando esconder o que de fato esta acontecendo

Estas estátuas nunca deveria ficar juntas
Mas quem esculpiu não se importa

Poemas que eu fiz quando estava sozinha [FINALIZADO]Onde histórias criam vida. Descubra agora