Cap 11

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Nota da autora

Oi galera, desculpa a demora, minhas aulas voltaram essa semana, então o ritmo da fic agora vai ser mais lento, mas vou tentar não parar de postar.

!!IMPORTANTE!!

ESSE CAPÍTULO PODE CONTER GATILHOS DE ABUSO FÍSICO E PSICOLÓGICO, MANIPULAÇÃO E AGRESSÃO FÍSICA, QUEM FOR SENSIVEL NÃO LEIA POR FAVOR!

Dito isso já peço desculpas kkk, e lembrando é tudo fruto da minha imaginação. Peguem os lencinhos.

Rosamaria

Se Carlos Eduardo veio aqui tentar me levar embora, o que ela não fará pra me ter de volta? Isso realmente me deixou com medo, eu não sabia o que fazer. Talvez falar com as meninas seria bom, talvez elas pudessem me ajudar de alguma forma. Eu não me sinto segura mais, sabendo que a qualquer momento aquele estrupício pode fazer algo contra mim, e sinto ao mesmo tempo que não devo contar para as meninas isso pode colocá-las em risco junto a mim. Fiquei durante todo o treino da tarde com isso martelando na minha cabeça, contaria ou não contaria? Em conclusão decidi contar, mas não contaria tudo, contaria os fatos mais leves e somente por cima, não quero que elas fiquem preocupadas comigo, afinal já estou bem, eu acho.

Passei o resto do dia me esquivando das meninas e de qualquer tipo de pergunta, o fato de eu estar nervosa não ajudava em nada a minha ansiedade. Eu já sabia que todas já estavam no lugar combinado, eu estava enrolando o máximo que eu podia por causa do medo da reação delas e do que elas poderiam fazer. O clima da sala de jogos estava descontraído até eu chegar, sentei do lado da Carol que se disponibilizou para mudar de assunto ou estar ali de suporte pra mim, o que eu agradeci muito.

-Tá eu não aguento mais, antes de mesmo de saber o que aconteceu, eu já estou com ódio daquele escroto- Gabi falou e a maioria das meninas ali concordaram com ela.
-Não sei nem por onde começar- começou a passar um filme na minha cabeça de tudo o que ele já fez comigo e tudo o que ela já me fez passar.
-Seria bom começar do começo né?- Dani lançou pra quebrar um pouco o clima, o que funcionou fazendo todas rirem. Respirei fundo e comecei.

-Bom, eu conheci ele através de uma colega da minha cidade, ela falou tão bem dele, conversamos a noite toda e ele me chamou pra sair, como eu era inocente e não via mal em nada eu aceitei. Nós começamos a nos conhecer melhor, saímos em vários encontros e passeios, eu estava saindo menos com as minhas amigas, estava me afastando de todas elas. Ele me pediu em namoro e eu lógico que aceitei, ele era perfeito, carinhoso, atencioso, cavalheiro, até o momento ele não tinha nada de errado, eu só não tinha percebido que ele esse tempo todo ele estava me manipulando, me afastando de tudo e de todos para que eu ficasse sozinha.- respirou fundo, passei o olho por todas e algumas faziam cara de desprezo, outras com as expressão surpresa- A esse ponto do relacionamento decidimos morar juntos, mas eu por algum motivo senti que não deveria devolver meu apartamento, então eu morava com ele mas ainda tinha meu lugar. Ele começou a se mostrar mais possessivo, controlador e agressivo, teve essa noite que não saiu como ele planejava e aí veio o primeiro tapa, o primeiro soco e o primeiro chute.- Algumas das meninas chorava junto comigo, Gattaz apertava minha mão trazendo conforto, então eu continuei.- Depois do primeiro ele nunca mais parou, tive que recusar sair muitas vezes porque estava com roxos pelo corpo ou estava dolorida, a todo momento eu me sentia mal e me sentia incapaz de continuar com a minha vida, isso já estava me afetando em todas as áreas. Eu já não falava com meus pais direito, me afastei de tudo e até meu desempenho dentro de quadra caiu, então eu fui pro Praia, pra melhorar e tentar escapar um pouco dele, mas ele me seguiu e insistiu em morar comigo, ele gostava de me exibir como um troféu para os amigos, e quando estávamos sozinhos ele me tratava como se eu fosse a pessoa mais baixa e desprezível da sociedade. Certo vez ele teve um dia bem ruim no trabalho e veio descontar em mim, mas eu já estava farta de tudo sobrar pra mim e eu revidei, nesse dia eu quase mandei ele pro hospital, consegui controlar e me tranquei no quarto o resto da noite. No outro dia ele não estava mais lá, não nego que fiquei muito aliviada, mas foi por pouco tempo. Ele voltou mais possesso do que antes, nesse dia ele tentou abusar de mim, eu consegui fugir de casa fui pra casa da Carolana, fiquei lá por uns dias e ela nunca soube da verdade até o momento.

-Como eu pude esquecer disso? Acabei de me lembrar desse dia, você apareceu lá em casa de mochila e tudo chorando horrores, eu e a Anne ficamos realmente preocupadas com o que poderia ter acontecido e eu acho que essa hipótese passou pela minha cabeça, mas eu não queria acreditar que você poderia estar passando por isso- ela chegou perto de mim me abraçando e chorando junto a mim.- Amiga, me desculpe. Eu poderia ter tentado te ajudar de alguma forma, eu poderia ter feito você falar, não ter deixado você voltar pra lá com aquele vagabundo.
-De qualquer jeito eu não teria te contado, mas obrigada.- todas vieram se juntar em um abraços em grupo, a esse ponto todas já estavam chorando muito e com um tom desanimado eu continuei- teve algumas vezes também que ele me prendia pelo pescoço e tentava a todo custo tirar minhas roupas pra me violentar, algumas vezes ele chegou bem perto, mas graças a Deus eu sempre consegui escapar, ai ele ficava bravo por não conseguir o que queria e me batia de novo. E isso se seguiu até eu receber a proposta do Perugia, assinei o contrato com eles, mas como eu ainda tinha que cumprir agenda com o praia não fui de imediato pra Itália, assim que acabou os compromissos eu avisei meus pais, a Josy e o Zé que eu estava indo, inclusive nenhum deles sabe da motivação de tudo isso. Tudo isso desencadeou um quadro de ansiedade e síndrome do pânico, depois de um tempo também descobri que tinha um quadro de depressão, até hoje eu faço tratamento pra todas elas‐ terminei de falar já sentindo aquele aperto no peito, Carol foi a primeira a se pronunciar.

-Ah, mas se eu ver aquele filho da puta na minha frente de novo ele vai parar debaixo de sete palmos de terra‐ ela parecia estar possessa de raiva.
-Rosa, tenho certeza que nenhuma de nós gostava dele, você merece algo muito melhor, você é uma pessoa pura Rosa, não merecia ter passado por tudo isso, ainda mais sozinha- Roberta foi a primeira a se pronunciar.
-É isso aí que a Betinha falou mesmo e se ele ousar aparecer aqui novamente a gente não vai perdoar, vamo descer o pau nele e quem tiver perto- Garay falou fazendo as meninas rirem, mas ainda com um ar triste.

Narrador

Quando o clima se acalmou e todas já haviam parado de chorar, elas engataram em uma conversa sobre a competição que estava por vir e como todas estavam se sentindo, principalmente Sheilla, já que aparentemente era sua última temporada com a amarelinha que tanto amava e que tanto lutou por ela. Caroline estava avoada, possuída por pensamentos que a consumiam por dentro, ela então se retirou do grupo para dar uma volta na parte aberta pra espairecer, desestressasr e respirar. Esse ato não passou despercebido por Rosa que foi atrás dela.

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