Cap 12

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Carol Gattaz

Até agora não consigo acreditar, como aquele escroto teve coragem de fazer algo tão ruim com a Rosa? Eu estava certa, ele não era a pessoa certa pra ela, nunca foi e nunca será. Como pode uma pessoa ser tão morta por dentro pra fazer mal a outra, machucar fisicamente e fuder com o psicológico? Se eu pego aquele estrupício ele não sai vivo. Como eu nunca olhei o suficiente pra Rosa pra perceber tudo o que ela estava passando sem ninguém pra ajudá-la? Eu me sinto tão mal por não poder ajudar minha amiga, a pessoa que eu sou apaixonada a tanto tempo, quando percebo já tenho lágrimas correndo livremente por meu rosto e eu não as impeço de continuar.

–Caruline- ouvi Rosa gritando com passos apressados. E me virei em sua direção, tudo que ela fez foi me abraçar, assim eu chorei por muitos minutos em seu ombro.
–Me desculpa Rosa, eu podia ter percebido e ter tentado te ajudar, é tudo minha culpa- ela afagava minhas costas enquanto ouvia- se eu tivesse percebido antes você não teria passado por tudo isso, ainda mais sozinha, por que você não contou pra ninguém? Por que não pediu ajuda? Você mesma disse que não aguentava mais.
–Ei, nada disso foi culpa sua, você não saberia a não ser que eu contasse, eu consegui esconder muito bem. E mesmo que eu quisesse com todas as minhas forças pedir ajuda eu não podia, ele me ameaçou, ameaçou tirar a minha vida se eu contasse qualquer coisa pra alguém- ela falou tudo de uma vez me chocando, sai do abraço e ela estava com uma expressão como se não fosse grande coisa.
–Rosa, isso é muito sério, nós podemos denunciar tudo o que ele te fez, ele vai pra cadeia Rosa.
–Carol, não precisa, sério. Já passou dois anos, não quero ter que reviver tudo aquilo- ela falou séria, queria muito ele na cadeia, mas não queria forçar Rosa a fazer nada.
–Tudo bem, se é o que você quer. Vamos voltar? Já estou com sono- deixei um bocejo escapar e Rosa olhou as horas.
–Vixi, já passou da hora de velho tá na cama a muito tempo, bora véia‐ falou me puxando e rindo.
–Criança abusada, hoje em dia nem os velhos são respeitados mais- ri junto com ela. Fui para o quarto e ela ficou com as meninas, alegou querer estar por dentro das fofocas. Fiz toda a minha rotina noturna, que não era muita e logo já estava pronta pra dormir, adormeci tão rápido que nem vi Rosa chegar.
Acordei na madrugada com uma agitação fora do comum no quarto, bati os olhos em Rosa ela parecia suada e sussurrava algo que eu não consegui compreender. Saí da minha cama e comecei a chamá-la, eu tomei um chute nas costelas e ela acordou no susto agitada.

–O que aconteceu?- assim que ela falou ela se encolheu toda na cama.
–Você tava toda agitada, parece que tava tendo um pesadelo, tentei te acordar, mas você me chutou nas costelas‐ sentei na ponta da cama sentindo minhas costelas queimarem.
–Me desculpe, eu... eu não queria- ela começou a chorar, ignorei a dor e me enfiei debaixo das cobertas junto com ela.
–Ei, ei, olha pra mim. Nada disso é sua culpa, ta bom? Ele é o problemático na história, você precisa de ajuda pra se livrar de todo mal que ele te fez, e nós estamos aqui pra isso, todas nós vamos te apoiar no que você precisar. Queremos te ver bem, Rosa, você é parte dessa família, não de ouvidos a mais nada que ele diz, tá bom?- envolvi ela em um abraço apertado tentando tirar toda dor que havia nela, ela não merecia nada daquilo.
–Obrigada Caruline, por tudo. E me desculpa não ter te ouvido quando você tentou me alertar, eu achava que estava apaixonada.
–Esquece isso tá, agora bora dormir que amanhã o Zé vai querer arrancaram nosso couro no treino- já estava pra levantar da cama quando ela me pegou pelo braço me fazendo deitar de novo.
–Quero dormir agarradinha com você‐ me abraçou de lado colocando a cabeça no meu pescoço, arrepiei toda pelo contato.- Tá toda arrepiada, safada.
–Vai dormir, sua louca- eu virei pra dar um beijo em sua e parece que ela pensou a mesma coisa, nossos lábios se tocam e uma corrente elétrica passa por todo o meu corpo. No momento que fui me afastar Rosa aprofundou o beijo, nossas línguas travaram uma batalha que cedi o comando à ela, ela beija maravilhosamente bem, eu já estava perdendo o fôlego, então eu me afastei deixando vários selinhos e dando uma modificada em seu lábio.
–Ahm... o que foi isso?- eu realmente não sabia o que tinha acontecido.
–Um beijo- falou como se fosse óbvio- sei lá, só me deu vontade, fiz mal?- perguntou me dando outro selinho.
–Não, só queria entender mesmo. Boa noite, meu bem.- dei um beijinho em sua testa, em seguida ela deixou um beijo em meu pescoço me deixando arrepiada novamente.

Fui despertada do melhor sono da minha vida na manhã seguinte com alguém batendo freneticamente na porta do quarto, parecendo desesperada, então levantei na maior dificuldade pra não acordar Rosa e atendi a porta.

–Oi?- abria porta e dei de cara com uma sheilla raivosa.
–O que vocês estão fazendo? O treino já vai começar e as duas princesas estao aqui dormindo- arregalei os olhos e olhei o relógio que fica no criado, faltavam 15 minutos pro treino.- Comam essa barrinhas e bananas e desçam agora- ela me deu as barrinhas e as bananas e saiu me deixando ali desesperada.
–ROSAAAAAAAA, acorda mulher. A gente tá super atrasada pro treino- gritei sacudindo ela pra ver se acordava.
–Que?‐ ela tava totalmente desorientada e eu já vestia meu uniforme.
Come uma das barrinhas e banana, bota seu uniforme que a gente tá meio que muito atrasadas.

Rosa fez tudo na agilidade e fomos correndo pro treino, quase cai algumas vezes pela pressa e Rosa só sabia rir. Chegamos no ginásio no mesmo momento que Zé, eu vi ele nos fuzilar com o olhar, ele odiava profundamente atrasos.

–Iiiiih, tão atrasadas e sem fôlego, estavam fazendo o que safadas?- Roberta lançou essa já rindo e fazendo todas rirem.
–Palhaça, a gente dormiu demais e não ouvimos o despertador, criatura- Rosa respondeu deitando no chão pra pegar fôlego.
–Bora galera, tá na hora. Caroline e Rosamaria, três voltas correndo na quadra pelo atraso, o resto quero todas alongando pra começar com bola.- Zé falou fazendo todas cacçoarem de nós.
–Ah não Zé, nós já viemos correndo.- claro que Rosa ia reclamar.
–Tá querendo aumentar pra cinco Rosamaria?
–Cala a boca, Maria.- puxei ela pra correr antes que Zé mandasse dar mais voltas.

Durante todo o treino fiquei observando Rosa,  lembrei da noite passada, do nosso beijo, e que beijão em. Pera, aconteceu mesmo ou foi tudo minha imaginação? Tomara que tenha sido verdade, sei que não posso continuar isso, todo esse joguinho tá alimentando meus sentimentos, com certeza me afetará muito.
No treino notei que a todo momento Rosa me  olhava de canto de olho, não nego gosto muito de ser observada, mas queria saber demais o que se passava naquela cabecinha dela.

Rosamaria

Tá, eu beijei ela de verdade, mesmo negando por toda a minha vida, no fundo, sempre tive um interesse em Caroline, tipo um crush enorme, não era uma quedinha era um penhasco mesmo. Não consegui evitar de ficar olhando ela durante todo o treino, ela é tudo isso e mais um pouco, tomara que ela não tenha notado. E naquele momento com ela vindo em minha direção depois do treino, decidi que seria melhor me distanciar para não estragar nossa amizade, sei que vai doer muito, tanto pra mim quanto pra ela, mas vai ser o melhor, ou eu achava que seria.

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