Cap 7

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Carol Gattaz

—Carol?- quando Rosa disse meu nome saí do transe e voltei a respirar.
—Rosa, me desculpa. Estava falando ao celular e não percebi sua aproximação, não queria te derrubar- falei nervosa levantando ela.
—Não precisa se desculpar, vi que tinha alguém um pouco alterado no celular, mas não tinha percebido que era você- abaixou-se novamente para pegar seu celular.
—Desculpa mais uma vez, como você tá? Vemos claramente que a italiana saiu da Itália para desbravar o mundo- brinquei ainda um pouco envergonhada.
—Já vai começar assim? Vou voltar pra Itália em, velhinha abusada, tava esperando na fila de aposentadoria do INSS?- rindo ela veio me dar um abraço, claro que não recusei, só quando já estava em seus braços percebi o quanto seu abraço fazia falta.
—Vem, as meninas devem estar loucas querendo te ver- arrastei ela pro auditório já que estávamos na porta.
Todas as meninas cumprimentaram Rosa na maior alegria.

—Olha só, vossa alteza saiu da Itália e veio conviver com a plebe- Carolana falou em tom de zombaria.
—Se continuar assim vou mandar cortar sua cabeça, ridícula- Rosa também brincou abraçando Carol.
—Relaxa galera, ela tava na Itália e roncou tanto que expulsaram ela lá, por um acaso ela caiu aqui em Saquarema, já já ela vai embora- Camila falou alto em um estado meio adormecido no colo de Natália. Caímos todas na gargalhada, nesse momento Zé entro com a equipe no auditório.
—Brait, só não te respondo pra não te ofender na frente do velho- fingiu estar emburrada e se jogou em cima de Brait e em consequência Natália também foi esmagada.
—Bora galera, seriedade agora pra reunião, por favor- Zé acabou com a brincadeira de todo mundo.

A reunião correu tranquilamente entre piadas, provocações e brincadeiras como de costume. Éramos um grupo muito unido, era perceptível para qualquer um que visse de fora. Zé do nada gritou que tínhamos que tirar uma foto para o Instagram da CBV, depois de muita bagunça conseguimos tirar uma foto descente com todas muito sorridentes ou fazendo alguma careta.

—Meninas, junta aqui rapidinho- todas se juntaram e Dani continuou falando- O quê vocês acham de uma reuniãozinha pra união do grupo?- Dani sugeriu com o apoio de Sheilla.
—Vai ter bebida?- Gabriela, que tinha acabado de chegar, perguntou com cara de quem iria aprontar.
—Lá vem a bebum- Rosa arrancou risada de todas.
—Você também não fica muito atrás não, Rosinha- decidi cutucar a onça com vara curta.
—Aí, já chega, não vai ter bebida. Vão querer ou não?- Sheilla sem paciência como sempre.

Todas concordaram, por incrível que pareça. Ficou então marcado para depois da musculação, na área de lazer que mais parecia uma área de churrasco com piscina, mas quem somos nós para reclamar.

Todas foram para seus devidos quartos, enquanto isso fui dar uma volta no gramado atrás dos alojamentos. Tentava a todo custo fazer com que entregassem minhas malas hoje, mas parecia ser impossível. As malas simplesmente não entraram no avião e não teria outro voo até amanhã para elas serem  mandadas para mim. Resumindo estou sem roupas e sem equipamento de treino. Maravilha.

Voltei pro quarto correndo o risco de matar quem entrasse na minha frente, tenho dó da minha colega de quarto. Entrei no quarto e tinha algumas malas espalhadas mas não tinha ninguém, aparentemente, me joguei de bruços toda esparramada na cama. Estava frustada por tudo que esta acontecendo, estragando meu momento de glória na seleção, então deixei tudo sair, gritei no travesseiro o mais alto que consegui. Do nada a porta de banheiro, que não reparei estar fechada, se abriu bruscamente, espiei por cima do ombro e vi Rosa com uma cara de assustada.

—Ah, é você, que susto mulher- botou a mão no peito respirando aliviada.
—Desculpa- enfiei a cara novamente nos travesseiros enquanto ela se sentava na beirada da minha cama.
—Tá tudo bem? Cadê as suas coisas?- sua voz tinha um tom de preocupação.
—Tudo ótimo, minhas malas simplesmente não entraram no avião, parece que eles não etiquetaram o destino e como não sabiam qual era eles não podiam colocá-la no avião- falei virando a cabeça para encara-lá melhor.
—Poxa Carol, você falou com o Zé? A gente tem treino agora, você sabe né?- só aí que eu percebi que ela estava com roupa de treino.
—Puta merda, tinha esquecido disso. Miga, me empresta um short pra treinar? Blusa acho que tenho uma, ou eu treino sem- pedi indo pro banheiro e pensando em treinar pra desestressar.

Peguei o top esportivo que sempre deixo na mochila e fui pro banheiro. Passei um água no rosto pra relaxar um pouco e me troquei, mas esqueci de pegar o short com a Rosa, sem me importar de estar somente de top e uma box saí do banheiro.

—Rosinha, esqueci de pegar o short.
—Aaah... po-pode-limpou a garganta e continuou toda vermelha- pode pegar qualquer um aí que você quiser...
—Ta gostando do que está vendo, Rosamaria?- brinquei com ela que ficou ainda mais vermelha me fazendo rir.

Rosamaria

Fiquei esperando ela sair do banheiro pra dar o short que ela tinha esquecido pra fora, enquanto isso fiquei mexendo no celular. Do nada a porta do banheiro se abre e ela sai somente de calcinha box e top esportivo, puta merda. Não me lembrava que ela era tão bonita e gostosa, a véia tá dormindo no formol. Eu simplesmente paralisei com a visão do seu corpo sarado, podia sentir meu rosto esquentando e meu corpo se acendendo. Que porra tava acontecendo comigo?

—Rosinha, esqueci de pegar o short — ela escorou no batente do banheiro.
—Aaah... po-pode — gaguejei, limpei a garganta e ainda sentia meu rosto quente. — pode pegar qualquer um aí que você quiser... — não consegui terminar a fala, o corpo dela estava me distraindo.
—Ta gostando do que está vendo, Rosamaria?- ela falou com aquele sorriso cafajeste que eu conheço bem me deixando meus vermelha ainda, se é que isso fosse possível.
—Vai a merda, Caruline- entreguei o short pra ela.
—Não quer vir comigo pro banheiro não, gatinha?- pegou minha mão já me puxando pro banheiro.
—Não, obrigada- me soltei de sua mão e sai do quarto.

Sempre soube que Carol era galanteadora e amava um flerte, mas nunca pensei que um dia ficaria com vergonha quando fosse comigo. Nunca pensei que ficaria excitada de ver uma mulher praticamente nua, já tinha visto muitas por causa do trabalho, mas nenhuma mexeu comigo do jeito que Carol mexe. Com tudo isso na cabeça fui pro lugar mais calmo do CT, a parte de trás dos dormitórios, onde era uma gramado com algumas árvores espalhadas. Me deitei nas raizes de uma árvore encarando o céu, prsando em todas as outras situações que me senti pelo menos um pouquinho de atração por mulheres, talvez eu não seja tão hetero quanto eu pensei.

A notificação do celular me tirou de meus devaneios avisando que alguém mandou mensagem. Era alguém me mandando mensagem na DM do Instagram, achei estranho a conta não ter um nome conhecido. Mais estranho ainda foi a mensagem que haviam me mandado.

"Oi, gatinha, você finalmente voltou pra mim, vamos finalmente ficar juntos. Te amo."

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