A luz na escuridão

Cap 2

Carol Gattaz

Estava voltando de um treino pesado durante todo o dia até o fim da tarde. Já dentro do carro me peguei pensando em Rosamaria novamente, me assustei com o toque do celular, atendi sem nem olhar quem era.

–Alô?- indaguei para quem quer que fosse do outro lado
–Carol? Tudo bem?- uma voz conhecida passou por meu ouvido, tirei então o aparelho da orelha, não reconhecendo o número que parecia ser de outro país respondi
–Eu mesma, com quem eu falo?
–Sou eu, Rosamaria- quando ouvi meu coração começou a bater rapidamente
–Oi Rosa, tá tudo bem?- perguntei com um receio na voz
–A gente pode conversar Carol?- indagou ela parecendo apreensiva
–Podemos sim, deixa só eu ajeitar o celular no suporte do carro
–Ok, estou te atrapalhando?- perguntou ela
–De jeito nenhum. Pronto, pode falar- afirmei ligando o carro e indo para casa
–Eu queria pedir desculpas por não ter te escutado. Você estava certa, ela estava sendo abusivo e manipulador.
–Meu Deus Rosa, vc tá bem?- perguntei preocupada
–Agora estou. Eu já tinha recebido uma proposta para jogarem um time italiano, então eu vim para me desprender daquele babaca. Por isso eu sumi das redes, somente minha família, o Zé e alguns amigos sabem. Não queria que ele me achasse- ela falou encerrando com um suspiro pesado
–Rosa, você poderia ter me deixado ajudar- falei já saindo do carro e colocando o aparelho na orelha
–Eu sei, eu sei, mas estava me sentindo culpada por tudo- senti tristeza em sua voz ao dizer aquilo
–Nada disso é sua culpa Rosa, você sabe muito bem- disse já arrumando para um banho. Parei um pouco e a ouvi bocejar e respirar fundo -Rosa, dorme um pouco sei que já está tarde aí, e amanhã depois do seu treino nós conversamos melhor, pode ser?- sugeri ser ter certeza se ela ligaria novamente
–Pode ser, então... até amanhã?- perguntou ela com um pouco de dúvida
–Até amanhã Rosa.

Respirei fundo, arrumei as bagunças da casa cantarolando uma musica qualquer, ao mesmo tempo pensava na conversa que tive com Rosa. Quando saí do banho vesti um blusão com nada por baixo, como de costume, e um shortinho simples. Resolvi então fazer algo leve para comer enquanto assistia algum filme aleatório que passava. Quando percebi já era 23h, respondi então a mensagem do meus irmão e com a cabeça cheia de perguntas sobre o que poderia realmente ter acontecido com a Rosa e se um dia ela me contaria pra eu poder ajudar, adormeci com esses pensamentos conturbados.