Era bom estar em família. Enquanto minha mãe, Selene e eu assávamos nossa terceira torta do dia, um morango-ruibarbo que eu sabia que faria Aiden babar, eu as ouvi tagarelar e sorrir. Eu estava começando a me sentir uma pessoa normal novamente. Como eu era. — ... e tudo o que estou dizendo é que, se Jeremy está disposto a trabalhar horas extras na Casa da Matilha, você pensaria que seus assistentes também o fariam, — reclamou Selene. — Todos os homens desta família são workaholics, — minha mãe disse, acenando. — Até mesmo seu pai. Ele é um humano e ainda tem o dobro da resistência da maioria dos lobos. — Espero que ainda estejamos falando sobre trabalho, — eu disse com uma careta divertida. — A Bruma está viva e forte! — Mamãe declarou. — Você me conhece. Não há nada do que se envergonhar. Somos abertos nesta família. — Sim. Abertos até demais! — Selene disse, rindo. — Como pernas abertas. Sempre. — Vocês podem parar? — Eu implorei. — Esta torta está começando a perder sua inocência. — Pelo que ouvi, é o afrodisíaco do Alfa, — disse minha mãe com uma piscadela. — Então, quando as tortas foram inocentes? — MÃE. PARE. Mas estávamos todas rindo incontrolavelmente agora. Esta foi a primeira vez que pensei sobre a Bruma em um tempo. Depois da Gruma e depois de perder o bebê, era difícil pensar em sexo da mesma forma. Mas agora, agindo como se tudo estivesse normal, senti um leve latejar dentro de mim. Um puxão no meu umbigo. Uma sugestão de calor derretido que sugeria... que a Bruma estava longe de terminar. Em breve poderei até mesmo ser capaz de agir sobre isso, quem sabe? — Você ouviu isso? — Selene perguntou com uma carranca. — Eu pensei ter ouvido a campainha. — Quem viria? — Perguntei. — Eu acho... — Mas então eu ouvi também, o som alto de alguém batendo na porta. Alguém estava ali. — Sienna, — disse Selene, — Suas mãos estão menos sujas, você se importa? Eu balancei a cabeça, limpando a farinha do meu avental. Então eu caminhei até a porta da frente, abri-a e pisquei, surpresa. — Jocelyn, o que você está fazendo aqui? — Oi, Si. Podemos conversar?