Capítulo 3

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Limites da Reversa de Konoha 00:00

Eu podia sentir a brisa em meus pêlos, a adrenalina correndo ensandecida em minhas veias.

A floresta sempre me ajudava, como naquela noite quando ela se foi; quando ele me deixou; depois das inúmeras brigas com meu progenitor.

Meu peito rugia em agonia, rugidos e grunhidos vinham da minha alma perturbada que ansiava por um pouco de paz. Algo que eu já não sabia sentir fazia um tempo, nada mais fazia sentido, minhas merdas estão no automático da burrice, sou tão culpado quanto meu pai. Um grande covarde que só respondia ordens, a raiva era uma espada de dois gumes – eu tentava atingi-lo mas eu também era atingido, e nada tirava meu rancor.

Hoje não tem lua cheia, no entanto, minha pele – ou a de Aoda. – Queimava e meu ser agitado contribuíam para que eu cravasse com mais força minhas patas no chão. Correr me fazia sentir a liberdade, mesmo que apenas por um momento.

Assim que tracei os limites da floresta com a cidade, sou atingido por uma leve e doce fragrância, é fraco mas encantador, o seu cheiro é inebriante, doce e envolvente, como se eu estivesse em um campo de lírios. Por alguns segundos minhas pernas fraquejam, a única consequência é um forte rugido, que vem da alma, da minha fera, tamanha é a necessidade de ter esse cheiro de forma mais intensa, e com isso em mente, corro, pulo troncos de árvores, e ativo o sharingan para ter certeza de onde vinha aquele aroma. Minha velocidade é monstruosa, mas o que faz tudo ao redor se tornar um borrão, é o desejo, como um véu a me cobrir, apenas o instinto me guiava a uma única direção.

Observo a casa amarela já conhecida, mas não paro, não até ter certeza de onde vinha o doce aroma, de quem vinha.

Minha!

Engulo saliva e me assustando com os meus pensamentos, ou não, Aoda, são os pensamentos dele.

Não...Não!

Volto a forma humana e pego a calça moletom que havia amarrado na perna direita, ainda com o sharingan ativado, meus olhos seguem para o segundo andar da casa: a janela branca aberta, era de lá que o cheiro maravilhoso vinha.

Assim que sinto a presença de alguém vindo em direção a janela, aprimorei minha visão escondido na escuridão das folhagens, ela não pode ser real... O mundo parou a minha volta. Eu não posso acreditar no que meus olhos estão vendo, não posso, meu corpo todo fica dormente, ela é... Perfeita.

Sua pele fazia eu sentir vontade de lambê-la por inteiro, os seus cabelos em um tom de rosa calmo, parecem ser macios ao toque, seus olhos verdes tão brilhantes e expressivos, sua boca vermelha e pequena. Meu coração acelerado chegava a doer no peito, assim como a ereção entre minhas pernas.

— Huum.

O gemido veio involuntariamente do fundo da minha garganta, junto com o calor, poderia gozar só por olhá-la. Meu peito encheu-se de satisfação ao vê-la se arrepiar com o meu olhar mesmo sem me ver, somente com a indução de minha presença, também sinto o cheiro do seu medo, o que me causou leve irritação.

Minha, não precisa me temer.

A fera falava em minha mente em total devoção aquela garota estranha – não a conhecia – mas a desejava como nunca desejou ninguém antes. De repente, ela fecha a janela e apaga as luzes do quarto, de imediato sinto a necessidade de correr atrás dela.

Droga, não! Você não quer isso para você, Sasuke.

Devo ser forte, é apenas um desejo maldito, isso não vai me dominar, eu não vou deixar. Era melhor esperar e ver no que tudo aquilo ia dar, mas uma coisa já estava definida: não iria levar aquilo adiante, aquela estranha não ia interferir. Já tem muita gente querendo mandar em minha vida, uma maldita ligação só pioraria minha situação, suspiro enfadado.

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