Capítulo 4

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SAKURA

Minha cabeça estava em ebulição, uma dor de cabeça que fazia meu corpo todo latejar. O calor era insuportável, durante minutos fiquei naquele pesadelo até finalmente conseguir acordar com alguém me chamando.

— Sakura! Sakura, acorda! – Abro os olhos e vejo o último rosto que queria ver na minha frente. Aparentemente eu ainda estava tendo um pesadelo, o rosto bonito de Sasuke – a única coisa bonita nele. – está acima do meu, me avaliando, vejo que está preocupado e coloca algo na minha cabeça.

— Saia. – Sento em minha cama e percebo que ele, anteriormente, colocava um pano úmido em minha testa. Minhas mãos formigam. – O que está fazendo no meu quarto? Como entrou aqui?

— Você não lembra de nada? – Seus olhos bonitos permanecem fixos nos meus.

— Acho que tive uma alucinação. – Toco no meu pescoço para medir minha temperatura. – Devido a febre, pelo visto.

— Como foi, exatamente, essa alucinação? – O tom de voz de Sasuke era cuidadoso.

Vejamos bem, um cara que a primeira vista foi bem grosso comigo tentando me deixar desconfortável, do nada tá cuidando de mim, dentro da minha casa. Só não é mais maluco do que o sonho que tive minutos atrás, sonhar com um lobo e logo depois acordo com Sasuke cuidando de mim... Encaro seus olhos negros, ele me achava uma louca ou o que eu "sonhei" na verdade, foi real? Eu sei das possibilidades – ou fingia acreditar no que a minha mãe diz. – mesmo sem nunca vê-las.

Mebuki me fazia acreditar que estamos vivendo em uma cidade cheia de lobos e até que um dia o meu pai foi um, mas eu nunca vi um lobo. Como acreditar em algo que nunca se vê? É mais fácil crer em uma lenda, uma historinha de dormir, mas como não acreditar quando eu chego nessa cidade e minha avó também me enche de histórias?

— Um bem maluco. – Resmungo devido a dor em meu corpo. Abro e fecho minhas mãos na tentativa de amenizar a dormência, elas estão estranhas.

— Tá sentindo dor nas mãos? – Sou questionada mais uma vez pelo mal educado.

— De repente você não cala a boca? – Curta e grossa, é prazeroso pagar na mesma moeda, não importa o quê ou quem. Sasuke estava me irritando, ele não calava a boca, e do nada parecia ser prestativo. – E que merda você está fazendo na minha casa?

Eu deveria estar com medo. Porém tudo que eu sentia por esse garoto é irritação e uma vontade louca de agarrar ele e... Socar a cara dele, é óbvio.

Sasuke se afasta e fica em pé ao lado da cama, ele parece sem graça. O meu pior lado aprecia causar isso nele, farei o possível para ver essa cara mais vezes em seu rosto.

— Desculpa, eu só ajudei você a entrar, você desmaiou no jardim. Eu... – Seus olhos não param quietos e agora o observando com mais cautela, vejo que Sasuke está usando a blusa da minha avó. Eu mesma a vi estender no varal ontem. – Estava por perto.

— Por que está usando a blusa da minha avó? Espera isso aí é um short feminino?

— Não, eu... Fiquei sem roupas. – Suas palavras saem engasgadas.

Sasuke Uchiha, o membro da família mais importante desse lugar, o garoto mais escroto que já conheci estava com o rosto vermelho de vergonha, não tive muito o que fazer a não ser levantar minhas sobrancelhas e rir de seu constrangimento. O que não dura muito, sou lembrada que ainda sinto dor, uma que começa no meio da minha testa e irradia pelo corpo. Coloco meus pés no chão, ainda sentada na cama, para tentar ficar mais consciente.

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