Capítulo 5

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SAKURA

O caminho até a pequena vila de casas dos chefes de Konoha foi mais curto do que imaginei. Precisamente ao norte da casa da minha avó. Localizado em um pequeno e plano monte rodeado de grandes árvores. Tão fechado que só existe uma passagem, para entrada e saída de carros.

Ao total são cinco casas modestas e bonitas. A do alfa sem dúvidas é a que mais se destaca, grande e com dois andares parecia tomar metade do terreno. O sólido do marrom carrega um empoderamento taciturno. Seu design é simples, antigo mas com toques de modernismo.

— A casa é linda, não é? Mikoto a redecorou com muito capricho. – Vovó já estacionava a picape em frente a casa do alfa. Depois da minha conversa com a minha mãe, Mebuki avisou minha avó e acertamos um horário com o Alfa. Por sorte ele está livre e disponível agora a tarde.

— Sim, ela tem muito bom gosto. – O toque feminino era claro. Mas o jardim da frente precisava de cuidados. Parecia um pouco descuidado.

— Ela tinha muito bom gosto. – O tom da sua voz soa em um tom baixo e ferido. A mulher deveria ter seu grande afeto.

— Desculpe, ela foi a mulher ou...

— Sim, a mulher de Fugaku e a matriarca da alcatéia. – Não descemos do carro. Suas mãos descansam sobre as coxas e eu tiro o cinto para vê-la melhor. Tsunade está com ar de nostalgia e acho melhor não interferir. Mesmo que eu esteja me roendo de ansiedade para entrar na casa. — O amor dos dois é algo único, sei que ainda está vivo. Só o amor para fazer Fugaku estar de pé depois da perda da marcada e depois a de um filho. Sakura, um amor entre dois marcados é para a eternidade. É algo incrível e não tem como lutarmos contra ele, porque no fim ele não vai deixar de existir. Não que as coisas sejam mais fáceis para um casal predestinado. Mas você precisa ser forte. Sempre vão aparecer problemas, principalmente se o seu marcado é um..

— Um? – Deixo uma risada escapar ao interromper seus devaneios. — Vovó! Eu não tenho esse lance de lobos e ainda bem! Não fale como se eu fosse ter um também. — Dou três tapinhas em sua mão e uma piscada. — Não se preocupe. Sei das camisinhas.

Salto do carro rindo quando ouço vovó gritar meu nome constrangida. Assim que ela desce da picape com uma cara malvada eu só posso rir ainda mais. A nossa cumplicidade foi crescendo tão naturalmente que eu me culpo de não ter me esforçado mais pra estar presente em sua vida.

Suspiro ao constatar que essa é a primeira vez que sorrio desde de ontem. Por um momento eu me diverti. Talvez tudo volte ao normal, não da mesma forma é claro, mas acredito que eu possa voltar ao normal, em algum momento. Não vejo a hora de tirar essas luvas. Olho para minha roupa e constato que elas não combinam com o meu vestido de lavandas.

Ao subirmos o pequeno lance de escadas, fomos atendidas por uma senhora simpática chamada Chiyo. A mulher me agarrou e me deu um abraço apertado. Seus cabelos brancos a deixam com aspecto de vovozinha fofa.

— Como você está linda! E esses cabelos, hum? — Seus dedos vão até o queixo como se tentasse se lembrar de algo. — Animal!

A risada é involuntária. As bochechas de Chiyo ficam rosadas de tanto rir. A tentativa de gíria a deixou animada.

— Obrigada.

— Ah querida, não agradeça. Quando eu lhe vi no seu nascimento, mesmo ainda um bebê, sabia que ao crescer, se tornaria uma mulher linda e muito forte. — Suas mãos enrugadas pelo tempo me acariciam o rosto.

— A senhora viu o meu parto? — Não entendi suas palavras. Chiyo possivelmente me confundiu.

— Sim, fui eu quem fez o seu parto. Sua mãe não lhe contou que nasceu aqui? — O tom antes animado da voz de Chico se tornou receoso. Seu olhar alterna entre eu e a minha avó.

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