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-O gerente?! – Nick indagou surpreso e incrédulo com a revelação. – Tem como isso ficar ainda mais clichê? - Mesmo em um momento como esses, Nick é capaz de retrair uma pontada de humor. 

-Sim, é ele, Richard White. – Confirmo, frenética. – Trabalha aqui há oito anos. Saberia reconhecê-lo de longe.

-E o pior é que faz todo o sentido. Ele era um suspeito evidente. – Jacob divaga, sua mão cobrindo sua boca em um movimento rápido de descrença e perplexidade pela revelação.

Encontramos o homem que matou Rose.

Por Deus, isso é tão difícil de acreditar...

-Concordo. – Andrew se põe ao lado de Jacob. – Ele provavelmente era um dos únicos que precisava saber sobre a manutenção das câmeras, como você havia nos dito, afinal de contas, ele era o gerente e precisava gerenciar tudo o que acontecia no hotel. – O moreno me olha de soslaio. – Tinha acesso a tudo do hotel, ninguém jamais acharia suspeito se ele olhasse as câmeras ou os arquivos, tem total acesso a praticamente tudo, não é? – Certifica-se comigo.

-Meu pai confia demais nele... ele tem uma liberdade grande o suficiente para poder fazer esse tipo de coisa; claro, ele se sobressaiu já que conseguiu apagar seus rastros até da polícia, mas mesmo assim... como pudemos ser tão burros? – Passo as mãos pelos meus cabelos, afastando os pequenos fios loiros do meu rosto e procurando não me exaltar. – Nunca desconfiaria dele. – Digo aos quatro, tênue em minhas palavras. – Cara, ele imprimia desenhos dos meus personagens favoritos para eu ficar pintando quando eu era criança e ficava aqui no hotel com meu pai. Ele foi sempre tão agradável, simpático, nem sequer erguia a voz...

-As pessoas são muito mais do que aparentam ser, Ashley. – Jacob diz quase que em repreensão a mim.

-Eu sei, Jacob, é só que...

-Você e seu pai confiavam nele. – Audrey diz compassiva, entendendo o meu lado e não julgando os meus pensamentos de perplexidade, desconfiança e ingenuidade.

-Não entendo por que ele fez isso, matar alguém...? É uma crueldade muito grande, principalmente por ele ser amigo de Rose. Já os vi conversando animadamente diversas vezes, eles eram próximos. – Atesto.

-Amor, dinheiro ou vingança. Das três, uma. Esses são os motivos por alguém fazer uma loucura dessa. – Andrew fala, referindo-se ao motivo pelo qual Richard teria feito o que fez.

-Ele é casado, tem dois filhos e faz questão de anunciar isso para os quatro cantos do mundo. Certamente não é amor, não por Rose. – Descarto a primeira opção.

-Vingança? – Nick sugere, seguindo para a próxima opção.

-Eu, particularmente, não vejo o porquê de querer se vingar de Rose. Ela nunca tocou em uma mosca sequer e, sem sombra de dúvidas, daria o seu último pedaço de pão para outra pessoa caso a visse faminta. Ela era boa demais, não se metia em confusões. – Falo na defesa da falecida.

-Tem certeza? – Andrew insiste.

-Vocês não a conhecem como eu conheço, conhecia. – Corrijo-me, ainda tendo que processar o fato de ela não estar mais entre nós. – Acreditem, não há razão para alguém querer se vingar dela.

-Dinheiro, então. – Audrey afirma sem nem analisar direito a opção.

-Todos sempre querem dinheiro, fariam as coisas mais doidas por isso. – Andrew concorda, voltado para Audrey e aceitando a terceira escolha.

-Pode ser que haja um quarto motivo, não acham? – Jacob se pronuncia, atraindo os olhares de todos ali.

-E qual seria? – Sou eu quem o questiono.

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