Assim como praticamente todos os outros dias, Mary me acordou. afinal, fui, novamente, incapaz de ouvir o som do meu próprio despertador. Creio que não aprenderei nunca.
Sinceramente, não sei por que ainda insisto em ligar o meu despertador sendo que nunca consigo acordar e, no final, é Mary quem sempre tem que me chamar, caso contrário, acabaria me atrasando.
Levanto-me disposta e me dirijo para o meu banheiro.
Nem sei explicar como, mas, de alguma estranha forma, estou animada as sete da manhã para ir à escola.
Visto meu uniforme e sigo até a cozinha onde Janete já teria posto meu café da manhã.
-Olha Janete, você sempre se supera. – Digo mordiscando mais um pedaço da torrada que havia preparado para mim.
-Oh, obrigada. – Fala com as bochechas coradas e contente pela satisfação que proporcionava a mim.
Ao terminar de beber toda a minha xícara de chá, saio da banqueta e caminho até o sofá da sala de estar onde eu havia posto minha bolsa com o meu material escolar.
-Tchau, tchau meninas, tenham um bom dia. – Desejo a Mary e a Janete que se encontravam na cozinha, as duas acenam para mim e eu retribuo o gesto, logo me virando para pegar o elevador que já me aguardava.
Graças aos céus, dessa vez, não me atrasei.
Ao chegar nos portões da Marymount, o relógio marcava sete e cinquenta e a aula só começava as oito, o que me dava dez minutos de vantagem para fazer o que quisesse, antes de termos que entrar em nossas respectivas turmas.
-E aí? – Um braço é posto envolta do meu pescoço e assusto a princípio, mas então percebo de quem se trata.
-Bom dia para você também. – Digo a Audrey que caminha ao meu lado pelos corredores. – Está de bom humor, é? – Questiono ao notar que ela não está, mais uma vez, reclamando da escola, das pessoas, dos seus pais, ou do mundo em geral.
-Não sei, esse dia parece que vai ser bom, e eu nem entendo o porquê.
-Virou sensitiva? – Indago-a em tom brincalhão.
-Acho que sim, vou começar a cobrar pra te dizer o que eu sinto para o dia de hoje.
-Sim, sim, com certeza. – Concordo ironicamente e ela nega com a cabeça rindo da nossa conversa.
Avisto Jackson um pouco a nossa frente, escorado em um dos armários falando com a aquela líder de torcida. Sim, ela, a mesma com quem ele me traiu.
Audrey percebe o meu desconforto.
-Eu já te disse que acabo com ele. – Fala cruzando os braços ao meu lado.
-E eu já te disse que está tudo bem.
-Sei que você aguenta, você é Ashley Scott e não vai ser um moleque que a perturbará, mas, mesmo assim, eu amaria dar uma lição nele, você não?
-Claro que gostaria, mas a gente só iria se igualar ao nível daquele trouxa.
-É, nisso você tem razão.
-Eu sei. – Rio com a minha resposta e a garota revira os olhos.
-Cala a boca e vamos para a sala. – Diz nos direcionando pelos corredores.
-Temos a mesma aula agora? – Pergunto.
-Sim, já tratei de ver isso. – Ela pisca e eu nego em incredulidade.
-Qual matéria?
-Química. – Se anima enquanto eu bufo e reviro os olhos irritada.
-Vamos logo, antes que eu fuja.
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O Lado Mais Sombrio de Nova Iorque (EM PAUSA)
Fiksi Remaja"Uma cidade, cinco adolescentes, um assassinato. A elite nova-iorquina nunca se mostrou muito mais do que apenas egocêntrica e exclusiva. Onde ricos aproveitam seu luxo, adolescentes estouram o cartão de crédito dos pais, e as aparências são sempre...