Nunca consegui ficar brava com alguém por muito tempo, Murphy costuma dizer que não sei odiar as pessoas. Essa era a verdade, o ódio não fazia parte de mim.
— Está brava? — meu pai perguntou sentado na mesa atrás de mim.
— Não.
— Me desculpa filha, eu não sei o que deu em mim.
— Você quase perdeu seu emprego.
— Não perdi.
— Por pouco.
— Prometo que não faço mais.
— A comida está pronta. — Avisei colocando a tigela laranja sobre a mesa.
— Aquela garota, ela é legal. — Gustus comentou se referindo a Clarke.
— Só porque ela te deu álcool não significa que seja alguém legal.
— Não foi por isso, ela conversou comigo, eu disse que estava com dependência química e sabe o que ela me disse?
— O quê? — Fitei-o interessada, vendo meu pai pegar um prato sorrindo.
— Disse que eu não vou superar nunca a bebida.
— Tão motivadora — revirei os olhos sabendo que era a cara de Clarke dizer algo assim.
— E terminou dizendo que eu precisava encontrar outro vício para superar aquele, ou a solução seria uma clínica de reabilitação. Eu disse que gosto de lacrosse e ela me deu ingressos pro próximo jogo, acredita?
— Clarke fez isso?
— Ela não me parece ser essa garota ruim que todo mundo fala, é meio mal-humorada, mas é gente boa.
Fiquei pensativa me lembrando de tudo que Clarke já fez para mim em tão pouco tempo. Soltei um pequeno sorriso encarando meu pai comer em silêncio.
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Nove horas em ponto um carro estava buzinando em frente à minha casa. Abri um pouco a porta e vi o veículo branco de Raven, com Octavia dentro buzinando feito uma louca.
— Vamos, bonequinha, a noite é nossa hoje! — ela gritou empolgada.
Sai de casa parecendo um rato assustado. Deveria estar na minha cama? Deveria... mas não estou cometendo um ato de rebeldia.
— Você vai assim é? — ela perguntou quando entrei no carro. Olhei para meu vestido florido simples, com comprimento midi.
— Algum problema com minhas roupas?
— Todos os problemas, seu estilo é brega fofa.
— Eu gosto, são confortáveis.
— E broxantes, assim ninguém nem vai olhar pra você. — ela revirou os olhos me fazendo agarrar o banco com força enquanto acelerava o carro.
— Não quero que olhem pra mim.
— Claro que quer, por isso eu já cuidei de tudo. — ela sorriu pegando uma sacola preta no banco de trás.
— Sabia que você vestiria essas roupas esquisitas então dei o meu jeito.
— Não posso aceitar.
— Vamos, você vai gostar, é bonito e não é extravagante. Aceite como pedido de desculpas pelo o que aconteceu na academia naquele dia.
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Problem Girl. ( Clexa G!P)
RomanceAlexandria Woods era invisível, a escória da sociedade. Filha do faxineiro, que tem uma vida difícil desde que se lembra. Lexa tenta passar despercebida no colégio, mas a filha do diretor está disposta a transformar os últimos momentos do colegial d...