Prólogo

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" Apaixonar-me pelo meu desafio foi minha maior conquista" Lexa.

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Espiava do topo da escada minha mãe gritando com o papai, era tarde da noite e ele havia chegado bêbado em casa outra vez.

Gustus era um bêbado feliz, ele não ofendia ou batia em Becca, só precisava de ajuda para poder controlar o seu vício. Então, por que mamãe não conseguia entender isso?

Papai precisava de amor, não de gritos.

- Não sou obrigada a aguentar essa humilhação Gustus, não sou!

- Por que não faz o que tanto quer, então?

- Do que está falando seu bêbado imundo?

- Acha mesmo que sou idiota? Você tem outro, é uma vadia.

- Ao menos ele vale mais que você, seu alcoólatra de merda.

Os gritos estavam cada vez mais altos, e eu me encolhi sentindo as lágrimas escorrerem pelo meu rosto. Eles nunca brigaram dessa maneira antes, o papai nunca chamou a mamãe de vadia. Becca não tinha outro marido, ela era casada com meu pai. Casamentos são para a vida inteira, não é? Eles não podem se separar.

- Acabou, Gustus. Vá se ferrar!

Minha mãe subiu as escadas correndo e passou por mim sem me olhar. Fui atrás dela, observando pela fresta da porta do seu quarto uma mala sobre a cama. Coisas no andar debaixo começaram a ser quebradas e Gustus gritou o quanto Becca era uma cretina. Eu estava com medo. Becca estava indo embora. Ela não poderia abandonar sua família, minha mãe não faria algo assim, ela só estava nervosa.

- Mamãe, não vai embora, por favor. - tentei segurá-la quando ela saiu do quarto com a mala.

- Me solta, Alexandria. Volte para sua cama. Não deveria estar espiando conversas de adultos.

Becca se soltou do meu agarre e pegou as chaves do carro enquanto fazia uma ligação. Continuei seguindo até ela sair de casa, meu pai estava sentado no sofá com um litro de cachaça, a televisão estava quebrada.

- Pai, não deixa ela ir! - implorei, mas ele não me ouviu. Estava morto de bêbado.

Becca pegou o carro na garagem e eu tentei inutilmente fazê-la mudar de ideia.

- Não me deixa, mamãe.

- Você precisa entender que não dá mais para viver aqui. Não seja boba e chorona, aprenda a ser forte - me lançou um olhar zangado, antes de entrar no veículo e bater a porta na minha cara. Por que ela não me levava também?

- Me leva junto, mamãe - bati na janela fechada. O carro partiu e eu tentei acompanhá-lo inutilmente, tentando fazê-la mudar de ideia. Becca chorava ao volante, mas em nenhum momento parou para me olhar. A noite estava escura e gelada, a rua era mal iluminada pelos poucos postes que havia ali. Cai de joelhos no chão, gritando para que ela voltasse, vendo o carro ficar cada vez mais distante. Era fraca e chorona, se eu fosse mais forte conseguiria impedi-la, se eu fosse mais forte, Becca não teria ido embora. Alexandria era apenas uma tola fraca.

- Não se humilhe para essa mulher, filha, ela não quer mais a gente. A desgraçada tem outra família - meu pai se aproximou de mim aos tropeços.

- Outra família? E qual o problema com a nossa?

- Somos imperfeitos demais para ela.

- E se o Senhor parasse de beber?

- Não foi a bebida que a mandou embora, foi o dinheiro, um dia você irá entender como o mundo funciona - havia amargura em sua voz.

- Ela vai voltar, não vai? - limpei meu rosto, olhando esperançosamente para meu pai, que apenas bagunçou meus cabelos antes de voltar para casa.

Por mais que as esperanças de uma criança de 8 anos fossem fortes, Becca nunca mais voltou.

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Olá monamours!! Estamos iniciando uma nova história, espero que curtam. Bjinhosss

Problem Girl. ( Clexa G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora