15.

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Clarke estava furiosa. Ela empurrou a porta com força a fazendo bater contra a parede em um baque violento, a observei entrar em seu apartamento jogando as chaves do carro na estante e em seguida sumir por um corredor tirando a blusa para limpar as mãos sujas de sangue.

 Encostei a porta atrás de mim deixando minha bolsa no sofá, tentando controlar todas as emoções que passei nessa tarde. 

Clarke conseguiu detonar com três homens e sair inteira, apenas com um machucado na testa e os dedos esfolados. Os caras simplesmente fugiram depois da surra que levaram.

 Foi a cena mais assustadora que eu já tinha presenciado. E não consegui pensar muito antes dela praticamente me obrigar a pegar minhas coisas e ir para seu apartamento, com receio daqueles homens voltarem. — Klark? — chamei baixo, enquanto batia em sua porta.

Ela não respondeu. Bati mais algumas vezes até que desisti de buscar respostas e virei a maçaneta encontrando a porta encostada. Entrei no quarto a encontrando sentada na cama com as mãos sobre o rosto. Seus ombros balançavam com a respiração pesada.

 Me aproximei a passos lentos e o colchão afundou um pouco quando me sentei ao seu lado. Eu não sabia o que fazer, mas queria desesperadamente não ve-la daquela forma. 

 Você sente dor? — perguntei preocupada observando o corte em sua testa. Havia parado de sangrar e eu agradecia por isso.

 Ela não respondeu e eu continuei a analisá-la. Eu podia ver melhor cada uma de suas tatuagens que além dos braços estavam pelas suas costas também. Me perguntava quais seriam todos seus significados e se eram importantes para ela. 

— Não sinto dor.

 — Então por que está assim?

 — Estou tentando me acalmar — retrucou pegando um cigarro enquanto se levantava e seguia para a varanda. Levantei também, a seguindo, abraçando meu corpo pelo vento frio da noite. Clarke estava escorada na varanda fumando. Odiava isso e não me importaria se ela parasse. 

— Por que tantas tatuagens? — Tentei descontrair parando ao seu lado.

 A cada luta que venço eu deixo uma marca. 

— Quando vence uma luta no ringue

— Não no ringue, é algo interior. 

— Uma luta interna — murmurei entendendo sua linha de raciocínio. 

A cabeça de Clarke deve ser fodida pra ela ser essa bomba relógio. Fico me perguntando quantas lutas internas ela tem por dia. 

Ficamos em silêncio por longos minutos, Clarke fumando e eu observando a cidade. Me perguntava como era a vida de cada uma daquelas minúsculas pessoas lá embaixo, elas tinham tantos problemas como nós? 

 O que eles queriam? — Clarke quebrou o silêncio.

 — Eles estavam procurando meu pai. Ele está devendo no bar daquele homem, mas nós não temos dinheiro e eu ofereci serviços de graça, mas ele acabou levando para o outro lado. Observei seus dedos apertarem em volta do corrimão da sacada

 Você não fica mais naquela casa, é perigoso. 

— É minha casa, uma hora eu terei que voltar.

— E você acha que a dívida do seu pai vai desaparecer? Aquele cara vai voltar e dessa vez, pronto pra matar quem estiver à sua frente. — Havia rancor em sua voz. 

Engoli em seco ao me lembrar que ela já havia passado por isso, e não tinha ninguém para salvar sua família. Abaixei a cabeça ficando chateada porque não queria que ela achasse que isso aconteceria comigo também. 

Problem Girl. ( Clexa G!P)Onde histórias criam vida. Descubra agora