presinhas e mordias de amor.

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“Não seja tão tímido, me deixe ver!” Kokichi pulou em cima de Shuichi e ficou cara a cara com o mesmo, os narizes quase se encostando. “Eu vou amaldiçoar você! Estou falando sério!”

“Eu já disse que não!” Shuichi negou mais uma vez, virando o rosto e ignorando o outro garoto.

“Só essa vez, Shumaai~” Kokichi gemeu em desgosto. “Eu deixo você beber meu sangue em troca!” Ouma ofereceu.

Shuichi ficou rígido instantaneamente, ele encarou o jovem bruxo que estava bem sentado em sua barriga, segurando suas duas mãos acima da cabeça enquanto tentava ver seus dentes, seu pescoço perigosamente descoberto.

“Faz tempo que você não bebe sangue, né?” Ouma sorriu, sabendo que tinha achado uma oportunidade. “Eu só quero ver um pouquinho!”

“Está bem!” Saihara rosnou, irritado. “Agora saia de cima de mim”

“Oh~ Certo!” Ouma comemorou, se sentando ao lado de Shuichi e encarando quaisquer movimentos do vampiro.

Há alguns séculos, Shuichi cometeu o terrível azar de ser encontrado por um bruxinho tão insistente quanto Ouma — que, na época, já tinha cem anos, procurava uma cura para a licantropia, e estudava vampiros para consegui-la para seu irmão mais velho, Kaito — ele o perseguiu por séculos a fio, Shuichi era um vampiro de sangue puro, e Ouma quis estudá-lo, mesmo que, para isso, ele tivesse que correr por mais da metade dos países do planeta para, finalmente, estabelecer uma amizade nada convencional. Shuichi deixava Ouma analisá-lo um pouco e, em troca, Kokichi lhe dava sangue — Deus, Shuichi nunca soube de onde vinha, mas desde que ninguém estava morrendo e o sangue tinha o mesmo sabor, deveria ser da mesma pessoa. — Ambos começaram a viver juntos desde então, e viajaram da Rússia até a Polônia, estudando todo o tipo de criaturas esquisitas que acharam — como as ninfas do Sul e os vodyanoi do Leste —, Ouma montou um catálogo e uma série de grimórios sobre cada um deles, falando sobre todos os pontos possíveis e maneiras de usá-los na alquimia e medicina bruxa — mas ele nunca os publicou, é claro, ele temia que os outros bruxos começassem uma caça sem fim e trouxesse o fim para as espécies —. Ouma, ao longo do tempo, compartilhou seus conhecimentos com Shuichi, um vampiro não poderia praticar magia, mas o conhecimento de Ouma não se limitava a magia, era alquimia, ciência e, às vezes, ocultismo.

“Diga ah~” Ouma sorriu, mais feliz do que admitiria estar.

“Ouma, não me canse.” Shuichi resmungou enquanto abria a boca, seus dentes caninos saltando para fora imediatamente, eles eram grandes e pareciam capazes de cortar com o mínimo toque.

“São lindas!” Kokichi disse, puxando o queixo de Shuichi para mais perto, ansioso para tocá-las. “São venenosas?”

“Às vezes."

“As vezes como?”

“Depende, é se eu quiser matar alguém.” Resmungou, sentindo os dedos de Ouma ao redor dos seus caninos. “Por quanto tempo você vai mexer nos meus dentes?”

“Só por mais um pouquinho de tempo.” Kokichi cantarolou, alegre “Que tipo de veneno?”

“Paralisante.”

“Heh, Shumai é uma máquina de matar~”

Ouma finalmente se afastou, parecia feliz depois de enfiar os dedos nos dentes de Shuichi, ele se sentou em frente ao vampiro e sorriu abertamente, Shuichi o encarou meio emburrado e os dois ficaram em silêncio por algum tempo

“Você não vai me comer não?” Ouma indagou, indignado.

“Que?!” Saihara engasgou com a própria saliva e encarou o melhor amigo, chocado.

“Meu sangue, bobinho, você vai me chupar, né?” Kokichi deu de ombros “Trato é trato.”

“E-Eu.. é..” Shuichi começou a gaguejar e Kokichi gargalhou, vendo a reação completamente despreparada do outro.

“Eu estou só brincando com você” Kokichi o acalmou. “Você pode fazer quando estiver mais calmo, tolinho.”

“Você é um idiota.” Shuichi resmungou.

Saihara suspirou e puxou Kokichi pelo braço, mordeu-o no pescoço e bebeu seu sangue até se sentir satisfeito, sangue mágico era o melhor de todos que Shuichi outrora havia provado, Ouma já estava acostumado com a brutalidade de Shuichi e simplesmente cantarolou enquanto abraçava o outro garoto, deixando-o beber seu sangue até estar satisfeito.

“Você está realmente faminto.” Ouma cantarolou. “O que esperar de vampiros, né?”

Shuichi o mordeu mais forte e Kokichi sorriu, ele gostava de irritar seu pequeno vampiro faminto, eles estavam juntos há muito tempo e ele conhecia Saihara como ninguém, no fim, eram sempre eles sozinhos viajando o mundo e Kokichi não tinha certeza se gostaria se isso mudasse.

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