Última Chance

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Morgan

Construir aquela máquina escondido foi mais difícil do que pensei, tivemos de cabular aula, quando íamos a "escola" na verdade íamos a um depósito que fiz de laboratório, de novo.

— Acha que vai dar certo dessa vez? — Perguntou Peter encarando a máquina junto a mim.

— Tem que dar... Como dizia o meu pai, as vezes precisamos correr antes de andar. — Respirei fundo apertando o botão da minha mão esquerda fazendo o capacete se formar envolta da minha cabeça. — Pronto?

Peter assentiu fazendo o mesmo e caminhamos até aquela máquina.

— Te vejo em alguns segundos. — Sorriu otimista.

Em uma contagem regressiva apertamos os botões da mão direita que nos levou em uma viagem que pareciam túneis azuis até cairmos.

— Deu certo? — Perguntei atordoada pelo impacto.

— Acho que quebrei uma costela... — Resmungou fazendo ambos rirem.

Me sentei desfazendo o capacete vendo que estávamos de volta ao meu antigo laboratório.

— Lia! — A chamei e ela logo veio até mim. — A identidade do Peter foi revelada?

— Não Morgan, vocês saíram a exatos 1 minuto.

— Conseguimos! Deu certo! Deu certo! — Peter comemorou sentando e me abraçando com força em comemoração. — Você é incrível!

— Deu certo... — Sorri retribuindo o abraço. — Acho melhor te dar uma carona pra casa.

Com um riso nasal e um beijo de despedida abri um portal diretamente no quarto do Peter acenando para ele enquanto o mesmo se fechava.

Respirei fundo sentindo cada átomo do meu corpo cansado, me sentei em uma das cadeiras pegando o porta retrato com a minha foto com o meu pai.

— Lia... O meu pai... Ele está morto? — Perguntei já sentindo o peso que aquela resposta traria.

— Sim Morgan. O teste com a máquina do tempo foi mal sucedido. Não houve resultado.

— Percebi... — Novamente respirei fundo abraçando a foto.

Algumas pessoas seguiram em frente, estão tentando viver suas vidas normalmente, o mais norma possível devido às circunstâncias,  mas não eu... Não consigo soltar a corda do meu passado mesmo que esteja ferindo as minhas mãos.

— Lia... Prepare a máquina para mais uma viagem. Dessa vez irei sozinha...

— Devo alertá-la do imenso perigo que está correndo Morgan.

— Eu sei.

A ignorando comecei a preparar o traje para uma segunda viagem, se tudo desse errado novamente eu não levaria ninguém comigo dessa vez...

— Tudo pronto Morgan. — Avisou Lia.

— Me deseje sorte...

— Boa sorte.

Sentindo uma leve taquicardia apertei o botão fazendo aquela viagem psicodélica novamente. Estava com medo até de abrir os olhos então fiz isso lentamente.

Estava de noite e eu estava em meio a um gramado e olhando para o lado pude ver o complexo dos Vingadores.

Eu ainda não podia comemorar antes da hora. Desfiz o meu traje com um toque começando a andar furtivamente evitando as câmeras de segurança.

De acordo com a minha mãe a máquina original foi construída no angar então esse era o meu foco: Chegar até la.

Praticamente engatinhando consegui chegar ao angar me escondendo nos arbustos quando ouvi que havia alguém ali.

— Tony? O que está fazendo aqui? — Era a voz da Nathy... Precisei morder meus lábios com força para não ser ouvida ao mesmo tempo que me segurava para não correr para abraçá-la.

— Só... Só estou dando os últimos ajustes na máquina... Conferindo se está tudo nos conformes. — Ao ouvir a voz do meu pai foi simplesmente impossível conter as lágrimas que começaram a escorrer.

— Ei... Vai dar tudo certo. — Arrisquei levantar um pouco e pude ver Natasha com a mão no ombro dele sorrindo de forma amigável.

— Tem que dar. — Meu pai apertou os lábios em um sorriso.

— Dessa vez vai dar... — Sussurrei.

Esperei até que todas as luzes se apagassem e criei um portal até a sala das câmeras de vigilância desligando tanto as câmeras quanto os alarmes.

Eu só precisava achar onde estão os trajes de viagens. Tentando fazer o máximo de silêncio possível praticamente andando na ponta dos pés comecei a procurar pelos trajes.

Os achei em uma sala próximo ao local onde a máquina do tempo estava. Fui até os que meu pai e a Nathy usariam trocando os relógios, ao invés de irem para o destino dado eles voltariam comigo no instante em que iniciassem a viagem.

Tecnicamente eu poderia ir embora...

Criando um portal para os dormitórios olhei furtivamente até encontrar o do meu pai. Ele estava em sono profundo na mesa de cabeceira um frasco laranja com comprimidos, tinha o nome dele na etiqueta e abaixo "Tome 1 caso insônia" o frasco estava quase vazio. Isso deve ser mal de família.

Também havia um porta-retratos, estávamos eu, ele e a minha mãe... A memória que essa forró desbloqueou em mim foi a mais bela que tive em meses...

Me aproximei da cama ficando em pé o observando sem poder toca-lo, nem me aproximar demais.

— Se eu não conseguir te ver novamente... Eu só quero dizer que você foi o melhor pai que alguém poderia querer. — Sussurrei sentindo meu rosto molhar. — Espero te ver... Você me deve um cheeseburger... Te amo mil milhões...

Deixei o quarto a procura do quarto da Nathy, mas não a encontrei em nenhum dormitório, mas no caminho da sala de reuniões pude ouvir alguma coisa então me aproximei com cuidado.

Pude vê-la com sapatilhas rodadas quase brancas enquanto fazia movimentos de balé, é a forma Romanoff de lidar com as coisas.

— Te vejo em um minuto Nathy... — Sussurrei de forma que era quase inaudível até pra mim.

Tem que dar certo... Dessa vez tem que dar...

Respirando fundo tentando tomar coragem encarando o relógio preso as costas da minha mão direita. Era agora ou nunca. Minha última chance de tê-los de volta...

Fechando os olhos simplesmente o apertei me sentindo o Ben 10. Passando pela mesma viagem.

Quando abri os olhos...

A Hacker: Realidade Do Caos (Livro2)Onde histórias criam vida. Descubra agora