A Hacker: Realidade Do Caos (Livro2)

Outro Angulo

Malz a demora galerix

Morgan

— Maguna... Maguna... — Ergui a cabeça vendo o meu pai que acariciava o meu cabelo. — Ei filha, o que ta fazendo aqui?

— Pai?

— Quantas vezes disse para você não dormir na oficina? Sua mãe vai matar nós dois. — Ele sorriu afastando uma mecha do meu cabelo que caia no rosto.

— Pai... — Senti meus olhos lacrimejando. — Que saudades pai... Eu não consigo consertar as coisas. O que eu não estou vendo?

— Talvez só precise olhar de outro ângulo...

Quando abri os olhos percebi que havia pegado no sono no balcão da oficina.

— Quanto tempo eu apaguei? — Cocei os olhos bocejando.

— Duas horas. — Respondeu Lia. —Devia ir para a cama Morgan.

Assenti. Não tenho dormido quase nada nos últimos dias, enquanto todos vão dormir eu venho aqui e faço o que sei fazer na tentativa de criar uma solução para esse problema, mas até agora se tratou de tentativas em vão.

Já no meu quarto me deitei na cama depois de vestir o pijama. Meu corpo já estava chegando ao seu limite então não demorou para que o sono me embalasse ao menos momentaneamente.

Minha vida na escola... Era inexistente, eu e o Peter ainda não voltamos as aulas, com toda essa loucura acho que sugou as nossas energias.

Novamente trancada na oficina eu olhava o meu projeto quebrado na forma de holograma, mais uma tentativa falha.

— Levo lembrá-la Morgan que não dormiu mais que duas horas nos últimos três dias. — Advertiu Lia.

— Einstein dormia duas horas por semana... — Massageei minhas têmporas que latejavam.

— Peter se aproximando.

Olhei para escada esperando que fosse vê-lo descendo, mas não então já sabia o que ele faria principalmente quando senti sua presença.

— Quantas vezes preciso dizer que você não consegue me assustar? — Rindo me virei o vendo pendurado de cabeça para baixo por uma teia.

— Droga! — Ele soltou um riso nasal tirando a máscara e eu pude dar um selinho em seus lábios.

— Você passa tempo demais de cabeça pra baixo.

— É o meu charme. — Riu descendo e parando ao meu lado.

— Ficar de cabeça pra baixo... — Neguei com a cabeça. E foi quando... — De cabeça pra baixo!

— O que?

— Lia! Quero que faça uma simulação, dessa vez no formato de uma fita de mobius invertida... — Mordendo a ponta do meu polegar me afastei para a mesa holográfica.

— O que tem em mente? — Perguntou Peter vindo atrás de mim.

— É só uma coisa que... Que me veio...

— Processando... — Disse Lia enquanto víamos o holograma se formando.

— Certo... Me dá o valor daquela partícula faturando em decomposição espectral... — Toquei o holograma o virando levemente antes de me afastar sem se quer piscar esperando por respostas.

— Só um momento... — Ouvimos Lia enquanto fazia o que pedi. — Modelo renderizado...

Quando vi a frase "MODELO BEM SUCEDIDO" em letras vermelhas garrafais acima do projeto eu fui obrigada a me sentar boquiaberta.

— O que houve? O que aconteceu? — Peter se aproximou parecendo preocupado que eu tivesse um treco ali mesmo.

— ... Caramba!

— Caramba?

— Eu consegui... Peter! — O olhei sorrindo sentindo como meus olhos brilhavam. — Consegui recriar a máquina do tempo.