A Hacker: Realidade Do Caos (Livro2)

Borboletas

Morgan

— Maguna...

— Papai...

Eu deveria descrever esse momento para vocês... Mas não consigo, não consigo resumir em palavras o que senti ao abraçar o meu pai depois de tudo, abraçar a Nathy sentindo ela aqui comigo. Eu arrisquei tudo para tê-los aqui e enfim estão...

As palavras são pobres para dizer o que meu coração sente. Mas posso garantir que teve muito abraço e lágrimas.

Nathy quis ir para a fazenda do Clint, mas disse que voltava, enquanto meu pai...

Bom, é um pouco complicado dizer ao mundo que Tony Stark voltou a vida após meses, então ele, eu e a minha mãe decidimos que a melhor coisa era não tornar público o seu regresso, apenas os íntimos saberiam, até porque, o coroa precisa se aposentar.

Vida nova, mesmos vícios. Em uma noite de insônia desci a oficina, havia uma coisa na minha cabeça que eu precisava por em prática, era como a inspiração para uma sinfonia, precisava ser colocada em prática!

Eu tocava os hologramas 4D fazendo alterações no projeto, mas o barulho de passos descendo a escada tirou um pouco o meu foco, mas não pude evitar sorrir ao ver o meu pai, mesmo sua cara não sendo das melhores.

— O que a senhorita está fazendo aqui? — Perguntou cruzando os braços. — Deveria estar na cama, tem escola amanhã.

— Eu tinha uma coisa na minha cabeça...

— Uma coisa na sua cabeça? — Ele arqueou uma sobrancelha acompanhando um meio sorriso.

— Vem ca. — O chamei e ele se aproximou. — Conheça o complexo dos vingadores 2.0. Que na verdade irá pertencer aos Novos Vingadores. Bom, até agora só tem eu e o Peter, mas encontraremos novos recrutas.

— Recrutas?

— Alguém precisa proteger a terra. — Dei de ombros fazendo ambos soltarem um riso nasal. — Mas é só um projeto ainda... Quero ir para a faculdade antes... MIT...

— MIT?

— Quero fazer engenharia elétrica e física como você...

Eu podia até mesmo ver o orgulho nos olhos do meu pai quando sorriu e tocou o meu ombro.

— Eu vou ser o pai que mais vai aplaudir na sua formatura... Mesmo disfarçado.

— Boné e óculos?

— Nunca falha. — Ambos rimos.

— Pai... Tem mais uma coisinha...

— O que?

— Eu quero assumir meu posto nas Indústrias Stark na parte de desenvolvimento de novas tecnologias, quero proteger o seu legado. O nosso legado...

— Só me orgulha. — Ele tocou a ponta do meu nariz com o indicador. — Amanhã vejo isso com a sua mãe tá bom? Hora de ir dormir, vamos vou te por na cama.

— Não acha que já estou meio grandinha pra isso? — Ri enquanto ele me arrastava pela mão.

— Não. — Dessa vez ambos rimos..

De fato ele me levou até o quarto me enrolando basicamente até o pescoço com o cobertor ajeitando na cama.

— Pai...

— Hm?

— Senti sua falta...

Ele parou por um momento olhando para o chão voltando a olhar pra mim.

— Também senti sua falta Maguna... — Sorrindo ele se debruçou dando um beijo na minha testa. — Te amo mil milhões...

— Eu também...

Sorrimos um para o outro enquanto ele desligava o abajur levantando e indo em direção a porta.

— Agora vai dormir se não vendo a Lia. — Não pude evitar rir enquanto ele fechava a porta.

Pela primeira vez em muito tempo eu pude respirar aliviada, pude sentir o ar poluído da cidade invadir os meus pulmões com vontade. Até voltar para a escola se tornou melhor.

— Último ano. Finalmente! — Dizia Ned enquanto caminhávamos no corredor.

— MIT que nos aguarde! — Sorri olhando para ele e Peter que estava do meu lado oposto.

— Bom, temos que sobreviver a esse ano primeiro. — Peter soltou um riso nasal.

— Se sobrevivemos ao blip sobrevivemos a qualquer coisa. — Ned começou a rir parando gradativamente ao olhar para mim. — Droga, desculpa Morgan...

Eu ainda não contei a ele sobre o meu pai... O Ned não é lá tão bom em guarda segredos então estou procurando uma forma de contar a ele e manter sua boca fechada ao mesmo tempo.

— Tudo bem. — Apertei os lábios em um sorriso.

O primeiro dia de aula foi chato como sempre, mas havia muita gente chorando ao se reencontrar com amigos que foram blipados, o irmão mais novo de um garoto agora era mais velho que ele.

— O que acha de tomarmos um sorvete no telhado? — Perguntou Peter enquanto saiamos da escola.

— Acho uma ótima ideia. — Sorri lhe dando um curto beijo.

Enquanto caminhávamos para a parte de trás da escola senti um arrepio percorrer o meu corpo ao mesmo tempo que uma estranha sensação de estar sendo observada me incomodava.

— O que houve? — Perguntou por eu ter parado abruptamente.

Em silêncio olhei discretamente envolta, mas não vi ninguém.

— Tive uma sensação estranha... Mas deve ser impressão minha... Vamos. — Sorri voltando a pegar sua mão.

Peter adorava ficar nesse telhado, admito que eu também, era tranquilo, silencioso e dava até para tomar um solzinho.

— O Sr. Stark está lidando bem em se manter em casa?

— Mais ou menos. Estou tentando desenvolver uma tecnologia que mude o rosto dele, dessa forma ele não precisa ficar trancado em casa o tempo todo ao mesmo tempo que ninguém vai reconhecer ele.

— Você é tão inteligente... — Peter virou o rosto sorrindo pra mim, era impossível vê-lo sorrir sem sorrir junto.

Me aproximei um pouco meu rosto do seu até nossas testas se encontrarem seguido pelo encontro dos nossos narizes até enfim nossos lábios se tocarem como imãs. Poder beija-lo voltando a sentir as borboletas na barriga, cada beijo sempre parecia único...