Capítulo 06

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Elena e Damon saíram do Grill em silêncio, os dois trocaram alguns olhares tímidos enquanto andavam até o carro, como quem compartilha um segredo.

Elena estava ofegante e sentia uma euforia, ela conseguia imaginar o porque os vampiros poderiam se entregar ao frenesi de sangue e simplesmente não se importar com nada além disso. Ela se sentia tão bem que quase não se reconheceu. Por um momento esqueceu todos os problemas. Ela entendeu como poderia ser viciante, talvez fosse por isso que Damon não se privava de sangue humano.
Mas ela nem tinha tomado sangue humano, e já havia sido tão satisfatório assim, será que o fato do sangue ser de Damon, influenciou na sensação?

Ele havia dito que compartilhar sangue era pessoal... será que ela iria sentir esse mesmo prazer se o sangue fosse de qualquer outra pessoa/vampiro? Ela olhava de canto de olho para ele por todo o caminho até o carro.

Damon a observava cauteloso, ele sabia muito bem o efeito que a alimentação causava, a euforia e desejo, principalmente em um vampiro novo e que estava com fome. Ele se surpreendeu com o autocontrole de Elena, geralmente depois de uma situação como aquela, e ainda mais contando com o fato da enorme tensão sexual que sempre existiu entre os dois, ele imaginou que Elena iria praticamente se jogar em cima dele.
"Ela simplesmente não pode facilitar pra mim, não é?" - ele pensou consigo.

Chegando no estacionamento na rua ao lado do Grill, Damon limpa a garganta com uma tosse forçada.
- Então... - Ele olha para ela, passa a mão pelo cabelo e solta um leve sorriso. - Por mais que eu goste de ser seu lanche, acho que você vai precisar de algo mais substancioso.

Damon dá uma piscada.
- Não que eu não seja delicioso...
Elena revira os olhos.
- Muito engraçado, Damon.

Ele continua olhando para ela, seu olhar desce para os lábios de Elena por alguns segundos.
Ela sente um arrepio e precisa se concentrar para não se aproximar dele e sentir o gosto dos seus lábios.
- Eu estou sem fome, quando sentir fome de novo eu penso no que vou fazer. - Elena diz, ansiosa. Ela coloca uma mecha de cabelo atrás da orelha.
- Elena, você não precisa ficar sentindo fome e só comendo o suficiente para sobreviver. - Damon diz, dessa vez, sério. - Você pode ter uma dieta saudável de sangue humano sem machucar ninguém.

Elena fica em silêncio. Ela acredita realmente no que ele está dizendo, afinal, Caroline toma sangue humano e ela não tem maiores problemas.
Mas o que Stefan vai pensar nisso? Ele vai se sentir traído se ela consumir sangue perto dele... e como ela vai manter bolsas de sangue por perto, na geladeira da sua casa, sem que seja uma tentação para Stefan?
Damon parece ler os pensamentos dela.

- Elena, você tem que colocar as suas necessidades em primeiro lugar, pelo menos uma vez na vida. - Ele se aproxima e segura o rosto dela com as duas mãos, olhando em seus olhos. - Você não precisa se preocupar se vai decepcionar ele. Os problemas de controle que ele tem não são problema seu.

Elena sente seus olhos encherem de lágrimas. Ela envolve o pescoço de Damon com os braços e se aproxima dele em um abraço apertado. Elena esconde seu rosto no pescoço de Damon, se sentindo acolhida e protegida.
Damon envolve a cintura dela e a puxa para mais perto de si, ele deposita um beijo na testa de Elena e apoia seu queixo na cabeça dela.

- Está tudo bem... você vai ficar bem. - Ele acaricia os cabelos dela. - Eu vou te ensinar.

Ela se afasta apenas o suficiente para olhar para ele.
- Ele não vai entender Damon...
- Não importa.
- E se ele...
- Elena. - Damon coloca um dedo no queixo dela, fazendo o olhar dela se prender ao dele. - A única coisa que importa é você.
Elena deixa escapar um leve sorriso e um suspiro. Ela concorda com a cabeça e volta a apoiar a cabeça no peito de Damon.

- Vamos... eu vou te mostrar uma coisa. - Damon diz, ele coloca os braços ao redor dos ombros dela e a guia até entrar no carro.

- O que? - ela entra e senta no banco do passageiro, Damon senta no banco do motorista logo em seguida, fechando a porta e ligando o motor do carro.

- É uma surpresa. - Ele sorri travesso enquanto olha para ela.

Ela suspira e sorri de volta, relaxando no banco e olhando pela janela, enquanto vê as ruas de Mystic Falls passarem rapidamente.

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Stefan entra pela porta principal e vai até o sofá, a lareira está acesa e não há ninguém em casa. Total silêncio.
Ele vai até a mesa que contém as garrafas de bourbon e enche um copo para si, tirando o celular do bolso e discando para Elena.
Ela não atende.
Ele solta um resmungo e disca para Damon.
Espera alguns segundos.
Nada.

Stefan expira frustrado. Ele havia saído para se alimentar e desde que voltara, não conseguiu entrar em contato com Elena. Ela não estava em casa, nem seu carro.
Ele mandou algumas mensagens para ela, ligou, mas nenhum retorno.

O carro de Damon estava na garagem. Qualquer lugar que ele tenha ido, foi andando.
Ele senta no sofá em silêncio.

Olha para o celular de novo, e decide deixar uma mensagem de texto.

"Tudo bem por aí? Me dê notícias."

Ele envia a mensagem para Elena.

Stefan estava confuso e não sabia dizer exatamente como se encontra a sua relação com Elena. Eles estavam juntos? Ela ainda o amava?

As coisas aconteceram de uma forma tão desastrosa, o acidente, a transição dela.

Agora ela é uma vampira, e essa realidade não é exatamente fácil para Stefan aceitar. Ele nunca iria desejar isso para ela. Mas a culpa era dele, de qualquer forma... ele a deixou morrer.

Ele engole o Bourboun em seu copo num gole só.

"Não encontro a Elena."

Ele envia uma mensagem a Damon, com certeza ele iria responder ou dar alguma satisfação se fosse sobre Elena.
Stefan espera alguns poucos segundos até conseguir uma resposta.

"Rlx, tô cuidando disso."

Stefan fica confuso por um segundo, cuidando disso? Os dois estavam juntos? Ela não havia avisado nada...

"Ela está com você?"

"lição n° 1 do professor Damon, comer e apagar, ela vai tirar 10 ;)"

Stefan respira fundo e joga o celular sobre o sofá. É claro, que Damon iria fazer Elena tomar sangue humano, ele simplesmente não consegue deixar para lá.
Ele solta um resmungo de frustração, cerrando os punhos com raiva.

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