Capítulo seis. Hora da Verdade

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Ming estivera a sair da vila para o seu esconderijo, onde ia ter com um seu velho amigo. Todos os dias eles combinavam encontrar-se numa savana longínqua à noite, onde ninguém os pudesse ver, sempre que Ming saira da vila para buscar alimentos.

Naquela noite, o seu companheiro demorara algum tempo para chegar, então Ming tentara distrair-se ao máximo para o tempo passar, baixando a sua guarda. Enquanto olhara para o céu e pensara em sua mãe, Ming ouvira passos a sua trás. Receoso de que pudesse ser algum animal selvagem, Ming virara-se lentamente, e vira Tseu com uma fogueira.

- Assustado, Ming? - Perguntara Tseu, com a tocha em direcção a sua cara e com um ligeiro sorriso no rosto.

- Demoraste. Eu estava para deixar-te.

- Ow... Deixarias a família assim nem mais nem menos? - Tseu quisera meter-se com ele.

- Eu não estou para brincadeiras. O corpo?

- Está guardado numa casinha aqui perto.

- Então vamos agora.

- Agora? Tens a certeza que ninguém te viu sair da vila?

- Sim, tenho. Anda logo.

Depois de caminharem pela savana toda, eles encontraram a casa, porém não o corpo.

- O corpo?! Não era suposto estar aqui?

- Sim. Ming, tu tens mesmo a certeza que ninguém passou por aqui?

- Sim, Tseu. Ninguém passou.

- Mas como é possível o corpo não estar aqui? Alguém só pode ter vindo tirar.

- Ou... Talvez tu tenhas te esquecido onde o deixaste. Típico.

- Hm. Talvez.

Ambos sairam da casa, e tentaram pensar num plano para recuperar o corpo.

- Onde pensas que deixaste? - Perguntara Ming.

- Eu... Não faço ideia. Mas não deve estar longe. Olha, eu tenho tocha, nós podemos...

- Não. Aqui não - Interrompera. - Alguém ainda pode nos ver.

- Ah, agora ouves-me?!

- Cala-te.

- Hm.

- Esperamos até ao amanhecer, quando ficar claro procuramos.

- Tens a certeza que queres fazer a mãe esperar? Ela não tem paciência para nada.

- Sim. Ela deu-nos semanas, nós temos muito tempo ainda.

- Ok...

Ficaram os dois a olhar para o céu durante um bom tempo, até Tseu pensar num assunto.

- Então e aquela grávida? Ela parece continuar a atrapalhar-te?

- Ela anda preocupada com a sua população, e não desiste com facilidade. Devo confessar que é um osso duro de roer, mas está longe de nós.

- E aquele rapaz sinistro que disseste que te observava?

- Ele poderá ser um problema. Estou a pensar em tê-lo longe de vista também.

- Ok... E sobre o homem todo-poderoso? Já tens algum sinal dele?

- Não. Sinceramente essa matança parece cada vez mais desnecessária. Se ele está entre eles ele disfarça muito bem.

- Ok...

Um longo silêncio atingira aquele local, até amanhecer. Assim que tivera um mínimo sinal de luz, eles começaram a busca pelo corpo desaparecido.

Os Quatro Elementos: FogoOnde histórias criam vida. Descubra agora