Capítulo 6

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Isadora 

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Isadora 

— Bom dia, eu me chamo Isadora! O Senhor D'an...

— É claro! O Senhor D'Angelo está lhe aguardando. — Não retribuo a cordialidade do sorriso da secretária que gentilmente abre a porta para mim, pois estou tão nervosa que nem sei como reagir nessa hora. O que eu poderia fazer, suplicar que não me demita? Humilhar-me para que ele tenha piedade de mim? Não! O meu pai sempre nos ensinou que devemos ter um pouco de integridade e se eu tiver que permanecer neste emprego será aceitando os meus erros e consertando-os da maneira que puder. E por fim, se ele não me aceitar em sua empresa eu encontrarei outro emprego, certo? Droga, a coisa não é tão fácil assim, Isadora! Você está desesperada e isso é um fato! Adentro um escritório extremamente espaçoso e bem iluminado, e não consigo evitar de observar os detalhes dos móveis claros em um contraste perfeito com o preto e o cinza chumbo da decoração. Atrás de uma mesa de mogno imponente está um homem jovem demais para um cargo tão importante. Moreno, rosto quadrado e uma barba por fazer que o deixava másculo e penetrante. Seus olhos de um tom escuro me fitam de maneira firme e indecifrável. Contudo, não me deixo abalar... ou finjo não me abalar porque o meu corpo inteirinho está trêmulo por dentro. Paro de frente para a sua mesa ainda observando os seus mínimos detalhes, mas de maneira sutil. Seus cabelos têm um corte curto bem rente a sua nuca, porém, algumas mechas insistem em cair na sua testa. Uma lembrança passou como um relâmpago em minha cabeça. É ele! O homem que evitou a minha queda na sala de reuniões há alguns dias. Você precisa falar algo, Isadora. Rosno para mim mesma e engulo em seco.

— Ah... bom dia, Senhor D'Angelo! — Forço minha voz sair natural o mais natural possível, pois não quero que ele percebesse o meu nervosismo.

— Sente-se, Senhorita Dixon! — Ele aponta para uma cadeira na minha frente, ignorando completamente a minha cordialidade. Sem contestar-lhe, sentei-me, mas não espero que falasse qualquer coisa.

— Senhor, eu não sei se fiz algo que o desagradou, mas peço desculpas de antemão! Esse é o meu primeiro emprego e eu preciso muito dele... — Merda, isso é uma súplica com certeza e eu jurei que não faria isso! Respiro fundo e espero que diga algo, porém, ele não faz, apenas me olha com um silêncio incômodo. Seus olhos passeiam pelo meu rosto como se me estudasse, analisando cada gesto meu. Incomodada, me ajeito na cadeira, limpo a minha garganta e continuo. — Olha, se eu quebrei algo o Senhor pode descontar do meu salário. Se foi algo que esqueci eu peço uma segunda oportunidade. É que... é que eu tenho uma mãe e ela...

— Eu sei! — Paro de falar quando um som grave sai da sua boca.

— Sabe?

— Sim. Eu sei tudo que preciso saber sobre você, Senhorita Dixon. — Volto a me ajeitar em cima da cadeira, porém, fico em silêncio apenas o olhando atônita e curiosa. D'angelo continua. — Isadora Dixon, filha de Andrew Dixon falecido a pouco mais de duas semanas devido a um trágico acidente de carro. Seu irmão John Dixon é um típico filhinho de papai que sempre teve a benção da sua mãe para fazer o que bem quiser e gastar o dinheiro da família com futilidades e farras. Devo dizer que é o que sabe fazer de melhor devido ao seu histórico — resmunga. — E assim que viu a oportunidade ele saiu de casa deixando a sua irmã caçula – no caso você, para resolver os problemas de falência da família. A sua mãe Sara Dixon atualmente está em uma casa de repouso tratando de uma suposta depressão pós-traumática, que você acha que ela tem, porém, o que ela tem mesmo é um grave tumor no cérebro descoberto há cerca de sete meses. — Franzo o cenho em confusão para esse minucioso relatório da minha vida e confesso que estou estupefata também.

Contrato de Casamento - O Segredo de Heitor D'angelo. APENAS DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora