Palhinha do livro Eu Não Quero Casar 2

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PRÓLOGO

Dias atuais...

A melhor coisa dessa vida com certeza é estar solteiro, vivendo cada segundo em cima de uma mulher, ou debaixo dela, tanto faz! Noitadas, bebedeiras, sexo e música. Eu amo a minha vida do jeito que ela é e não troco o silêncio e a quietude do meu apartamento por nada nesse mundo... Quer dizer, só pelos gemidos femininos de puros êxtases, enquanto explodem em orgasmos fabulosos que costumo lhes proporcionar.

Droga, vocês não estão entendendo porra nenhuma, não é? Vou começar de novo, assim não restarão sombras de dúvidas. Meu nome é Javier Campana, nasci em Guadalajara, no estado de Jalisco e cheguei aqui em Seattle a pouco mais de dois anos, e foi aqui que conheci as mulheres da minha vida. Tuca, Mirela e Cris. Essas garotas me completam, não na cama, pois, temos um pacto de irmãos e isso inclui o não-sexo. E para finalizar, a minha autobiografia, não sou um cara romântico, simplesmente não nasci para carregar flores e caixas de bombons. Sou mulherengo assumido e pretendia seguir assim por um looongo tempo. É, eu pretendia mesmo, se não fosse...

Uma semana antes de tudo acontecer...

— Vira! Vira! Vira! ... — A galera agitava enlouquecida no meio de tantos corpos suados, próximo ao balcão do bar improvisado, montado na areia da praia.
Cara, uma festa havaiana sem bebidas afrodisíacas e lindas garotas se esfregando na gente, é o mesmo que uma missa sem um padre para realizá-la. Simplesmente não rola!

Após entrar de penetra em mais uma festa dessa ilha fabulosa, e de me perder da Cris e da Mirela - minhas amigas de farras - no meio da multidão, me meti com um grupo havaianos muito animado. Eu posso afirmar com toda certeza que esses caras tinham culhões e encaravam uma virada de margarita sem fazer uma mínima careta. Inventei de apostar com eles e me lasquei. Já na terceira virada, minha cabeça começou a girar e juro que já não tinha mais controle sobre o meu próprio corpo. Em um momento, estava dançando e pulando enlouquecido, e animado, suado e rodeado de garotas deliciosas com suas saias típicas desse lugar, e no outro...

Bom, no outro eu estava literalmente fodido!

No dia seguinte, abri uma brecha de olho e resmunguei um xingamento por encontrar um dia claro pra cacete e me perguntei como cheguei no meu quarto de hotel. Quer saber, não importava! Eu estava curtindo a vida e isso era tudo. Virei-me na cama, para me esconder da luz que entrava pela janela e me deparei com um volume debaixo dos lençóis. Forcei a mente para lembrar da noite passada, mas nada veio, tudo estava branco como um papel. A garota se mexeu, revelando um tule fino e branco, e confuso, uni as sobrancelhas. Ergui um pouco o lençol e acompanhei a pele morena com os olhos. Os longos e ondulados cabelos castanhos estavam espalhados pelo colchão e travesseiro. Escorreguei os olhos pelas suas costas que delineava uma curva deliciosa no quadril e por fim, parei na minúscula calcinha branca, que deixava boa parte da bunda a mostra. Um flash piscou em meu cérebro, causando um rebuliço dentro de mim. Risos, brindes, beijos, anel... Coração acelerou dentro peito. Anel? Indaguei mentalmente. Ela voltou a se mexer e nesse movimento, sua mão saiu de debaixo do lençol. Meus olhos caíram em cima do seu anelar e eu suei frio. A garota abriu uma brecha de olho no mesmo instante em que escutei a minha voz dizendo... Sim! A palavra fez um eco dentro dos meus ouvidos e agitado, me sentei rapidamente no colchão e gritei, e ela começou a gritar também. Dei um salto para fora da cama e o vislumbre de um pequeno buquê surgiu em cima do criado mudo.

— Não! — sussurrei em um misto de apavorado e ofegante.

A garota saiu da cama e começou a procurar por algo, provavelmente as suas roupas. Observei o conjunto feminino andando de um lado para o outro. Alta, magra, sexy e usando apenas a calcinha, e a minúscula grinalda. Eu queria chorar, mas o meu amiguinho lá em baixo estava em festa com aquela maldita visão.

—¿Qué coño hiciste? — indaguei apavorado, quando encarei as minhas vestes. Uma cueca box preta e uma gravata da mesma cor. Olhei outra vez para a garota, que parecia tão apavorada quanto eu. Ela estava praticamente entrando na parede. Lindamente ofegante, e a porra do conjunto de lingerie branca com o véu não estava me ajudando muito. — Quem é você? — Resfoleguei com a interrogação.

— O... Oha... Ohana. — A coitada gaguejou e levou uma mão a boca.

... Eu vos declaro marido e mulher! Uma voz ecoou dentro dos meus ouvidos e o meu sangue fugiu do meu corpo. Fechei os meus olhos e ergui minha mão esquerda, buscando coragem para verificar se havia um anel no meu dedo também. Respirei fundo e abri uma brechinha trêmula de nada e... Gritei! Ela voltou a gritar e continuei gritando ainda mais, até que a porta do quarto se abriu e Mirela apareceu com cara de quem viu um fantasma.

— Mas o quê?

— Porra, eu casei e nem sei como isso aconteceu! — rosnei ofegante e nervoso. Os olhos da minha amiga balançaram de mim para morena e da morena para mim.

— Como é que é? — Cris resmungou, aparecendo em seguida. Respirei fundo algumas vezes para voltar a encarar a garota e sorri para ela.

— Me diga que tem como desfazer isso? — pedi, unindo as mãos em uma prece. As meninas explodiram em uma gargalhada bem sonora e eu senti as minhas pernas bombear. A morena se pôs a andar de um lado para o outro do quarto, e eu fiquei ali parado, sem saber o que fazer.

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VOCABULÁRIO:

¿Qué coño hiciste? – Que porra você fez? 

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Contrato de Casamento - O Segredo de Heitor D'angelo. APENAS DEGUSTAÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora