Capítulo 6 - Você me salvou

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Point of views Cheryl Blossom

Depois que eu e Toni apertamos nossas mãos e viramos amigas, ficamos caladas. Acabou que eu saí da jacuzzi antes dela, porque já estava ficando incomodada com o silêncio misturado com barulho de água, e o barulho de água dos nossos movimentos receosos me irritava. Depois que eu saí de lá, terminei o banho no chuveiro, peguei meu roupão do chão, vesti ele e saí banheiro.

Saindo do banheiro, saí do quarto de Toni e fui para o meu. Ok, eu confesso, eu disse para a Toni: "Achou que esse banheiro tivesse dois chuveiros apenas por ter?", apenas para tomar banho no mesmo lugar que ela, porque, obviamente, eu tenho meu próprio banheiro no meu quarto.

Enfim, depois que saí do quarto de Toni e fui para o meu, vesti uma roupa mais quente, já que o "calor" foi só mais uma desculpa. Como eu sabia que ficaria em casa hoje, não sairia para jantar e não receberia nenhuma visita, decidi colocar uma roupa mais confortável e deixar o formal de lado.

Uma roupa confortável que consiste em um moletom vermelho que vai até o meio das minhas coxas, um short jeans preto, uma gargantilha preta no meu pescoço e uma lingerie preta de renda por baixo. A renda não me abandona nunca... se é que me entende.

E, claro, coturnos pretos de salto alto. Não fico sem eles nem para dormir. Ironias a parte.

Depois que vesti roupa, saí do meu quarto e, curiosamente, encontrei com Toni começando a descer as escadas de fininho. Passo meus olhos por seu corpo, e ela está vestindo uma blusa branca de manga longa, uma blusa xadrez preta e branca de manga longa amarrada na cintura, calça jeans preta de cintura alta e All star pretos. Subo meu olhar para seu rosto, e vejo ela com os olhos arregalados olhando para mim. A partir dali percebo que ela estava aprontando alguma coisa, e semicerro os olhos em sua direção. Ela volta a descer as escadas, só que correndo, e eu, após revirar os olhos e fechar a porta do meu quarto com força, começo a correr atrás dela.

Acabamos de descer as escadas, e ela continua correndo de mim. Chegamos na cozinha, e ela começa a correr na direção da porta do quintal. Ela consegue abrir. "Merda" Penso. "Por que tão teimosa?". Porém, quando ela sai, eu consigo alcança-la e a derrubo na grama pelos ombros. "Isso!". Seguro suas mãos atrás das costas pelos pulsos com minha mão esquerda, e sua cabeça com a mão direita. Me certifico de deixar o rosto dela para o lado, pois não queria que ela ficasse com o rosto enfiado na grama. A única posição confortável e não ter que segura-la com mais força é manter minhas pernas dobradas aos lados de seu copo, e mesmo com Toni se debatendo para tentar se soltar, sem sucesso, ela desiste.

-O que pensa que está fazendo?!- Pergunto em tom alto, ofegante pela correria anterior.

-O que eu penso que estou fazendo? Eu estou fugindo daqui!- Ela diz no mesmo tom que eu, e começa a se remexer abaixo de mim outra vez. Minha única opção é aumentar a força que segurava seus pulsos, e quando ela desiste de novo, eu volto com a força anterior.

-Corrigindo, você estava tentando fugir, porque foi pega.- Digo dando ênfase na palavra "estava". Mudo meu tom alto para um normal, já que a posição e o silêncio daquele dia sem sol me garantiam que ela me ouviria mesmo se eu sussurrasse, então eu não tinha motivos para gritar com Toni. Sento em suas costas e automaticamente sinto um alívio em meus joelhos. Tiro minha mão de sua cabeça e seguro seus dois pulsos, cada um em um lado de sua cabeça. Após fazer isso, levo minha boca até seu ouvido direito. -E você não conseguiria passar disso, te pegariam antes, e mesmo se você conseguisse passar do portão e conseguisse sumir de vista, você continuaria em Riverdale. Eu tenho funcionários por todos os cantos, em todas as saídas, e eles te achariam de um jeito ou de outro.- Digo em tom calmo e baixo. -É impossível alguém sair de Riverdale sem eu ficar sabendo. -Sussurro em seu ouvido e saio de cima de seu corpo. Fico de joelhos ao lado do corpo pequeno que se levantava aos poucos enquanto passava as mãos na roupa para tirar a pouca terra. Eu não deixo de encara-la um segundo sequer, e Toni me encara furiosa antes de, praticamente, dar um tapa em seu próprio braço para tirar o resto da terra.

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