Capítulo 6

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Robin Roth pov's

Quando escrevi essa peça e dividi os trios não pensei na possibilidade de duas aninimigas caírem como um casal com uma filha, mas se minha caixa escolher, só espero que elas não se matem e que não ME matem. A peça é voltada para o amor jovem e para aceitação e por esse motivo coloquei algumas cenas de beijos técnicos e as duas tem uma cena exclusiva, oh céus, elas vão pirar quando descobrirem.

-Eu sou a mulher... -Brittany soltou de repente e Santana deu de ombros.

-Faço o homem sem problemas! -Cruzou os braços e admito que fiquei em choque com as duas. -O que foi? -Perguntou ao notar minha cara de espanto.

-Quem são vocês e o que fizeram com as minhas alunas? -Fiz uma pose estranha e as duas se olharam confusas. -Vocês duas estão se dando bem? O que aconteceu com o mundo? É O APOCALIPSE?

-Poxa a uma semana que a gente vem sentando juntas e conversando como boas amiga e você só percebeu isso hoje, Sr. Roth? -Brittany me perguntou e deu uma suave gargalhada em seguida.

-Estou andando meio desligado ultimamente... -Comentei sem muito interesse. -Fico feliz que tenham se tornado amigas e espero que continuem assim depois dessa peça e que não queiram meio que... arrancar o meu pescoço! -Falei um pouco receoso e Santana me lançou um olhar daqueles que penetram a alma e tem o poder de arrancá-la do corpo.

-É só uma peça como aquela que fizemos a um ano, não é? -Santana perguntou e me peguei recordando da peça. -Robin? -Me trouxe de volta para realidade.

-Nessapeçatemumacenadebeijo! -Falei tudo rápido como se fosse uma tosse.

-O que? -Brittany perguntou.

-A gente não entendeu nada! -Santana bradou irritada.

-Essa deve ser alguma das tarefas de atuação! Eu amo tarefas de atuação em que podemos falar sem parar ou falar muito rápido como ele fez, pois vai me ajudar a me preparar para quando tiver que fazer peças com músicas ou falas rápidas na Broadway e -Rachel começou a falar sem parar e decidimos interromper.

-Gnomo, cala a porra da boca, por favor! -Santana bateu na cabeça da morena. -Então, o que você disse? -Perguntou com os braços cruzados em frente ao corpo.

-Bom... -Eu ia ter que contar de qualquer maneira. -Essa peça foi feita com o intuito de demonstrar o amor e fazer um pouco de drama e quando estava escrevendo fiquei inspirado e coloquei alguns beijos técnicos e meio que as personagens de vocês têm uma cena dessas... -Soltei de uma vez. -Antes que perguntem, não, não vão poder mudar de papeis...

Todos ficaram com os olhos arregalados e me preparei para correr, pois a Santana me encarava com os olhos semicerrados e estava pronto para fugir pela minha vida e não pararia até estar em outra cidade.

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Fernando Lopez pov's

15 horas

Hoje é um daqueles raros dias em que posso estar em minha casa e sinto uma vontade enorme de falar com a minha irmãzinha, mas a San está na casa de uma amiga, ela tem passado as tardes e o fim de semana com essa amiga, eu particularmente apoio, pois qualquer lugar e melhor do que essa casa e qualquer conversa é melhor do que as discussões dos meus pais.

-Fernando hoje teremos um jantar com os amigos do seu pai, por favor, esteja arrumado as oito horas! -Minha mãe apareceu na porta do meu quarto.

-Teria problemas se faltasse nesse jantar? -Perguntei esperançoso.

-Sim, o seu pai conta com a sua presença, pois não podemos levar a sua irmã, sabes que ela não gosta de jantares a negócios e nem ao menos se importa com a imagem da família... -Eu odeio quando eles se referem a minha irmã com esse desprezo.

-Ela está certa, pois nesses jantares só tem pessoas mesquinhas e soberbas... -Soltei sem perceber e engoli em seco. – Ah, ela ainda não está preparada para vida e nem para ficar no meio de pessoas de bem como os amigos do papai... -Tentei contornar a situação, pois conhecendo a minha mãe, ela daria um jeito de arrastar a Santana para esse jantar e faria isso apenas pelo prazer de ver minha irmã irritada. -Ela ainda está presa em uma fase boba de ser artista! -Doeu, me doeu meu falar aquilo dos sonhos da minha irmã.

-Sua irmã tem que aprender com você e tem que ser muito agradecida! -A mulher me deu um sorriso largo e depois saiu do meu quarto. Os meus olhos arderam e deixei algumas lágrimas caírem.

"Chorar é coisa de maricas!"

"Você é homem e não uma menininha"

"Limpe esse rosto e se comporte como gente!"

Eu cresci ouvindo essas frases do meu pai e elas só me davam mais vontade de chorar, pois nunca pude deixar uma lágrima sair livremente pelos meus olhos. Os anos passaram e aprendi a suportar muitas coisas sozinho e aprendi a carregar nos ombros o peso de ser o filho "sucedido" e levo todas as responsabilidades em minhas costas e faço isso, pois não quero ver a minha irmã sofrendo.

"Vamos mandá-la para um colégio interno!" (mãe)

"Vocês não podem fazer isso com a minha irmã!" (Eu)

"Ela tem que ir se quiser ter um futuro e seguir os passos da família!" (Pai)

"Eu assumo os riscos, assumo a empresa e sigo os passos da família, mas, por favor, não mandem a minha irmã para um colégio interno!" (Eu)

Aquela conversa nunca saiu da minha mente, eu só tinha quinze anos naquela época e sonhava em ser professor, mas renunciei o meu próprio sonho para proteger a minha irmãzinha, afinal, ela só tinha nove anos e não podia ficar em um colégio interno.

-Seja forte por ela... -Abri o espelho do meu banheiro e peguei os meus remédios. -Ela merece ser livre! -Eu aguentaria o peso de ser o filho perfeito para que a minha menina tivesse a liberdade, pois eu amo a minha irmã e vou amá-la para sempre e nada pode me fazer mudar de ideia.

Hear you me: BrittanaOnde histórias criam vida. Descubra agora