Hear you me: Brittana

Capítulo 12

Santana Lopez pov's

22h10

O hospital era bem longe da minha casa, mas consegui chegar em dez minutos ao lugar, pois ultrapassei sinais vermelhos, cortei carros, motos e até mesmo uma carreta, eu pensei que iria me acidentar em determinado momento, porém consegui chegar em segurança ao hospital e nem me identifiquei na portaria, apenas subi direto para o segundo andar a procura de Britt, já que ela estava precisando da minha companhia e provavelmente precisava de um abraço apertado e palavras de consolo como: "vai ficar tudo bem", "a Quinn vai sair dessa" e "estou do seu lado nesse momento difícil".

As duas primeiras frases poderiam vir a se mentira, pois pelo que Brittany me disse no telefone o estado de saúde de sua irmã era crítico, mas a última frase era verdadeira e eu realmente estaria ao lado dela para o que der e vier. No segundo andar consegui ver a Britt sentada em uma cadeira com o rosto apoiado nas mãos e possivelmente estava chorando, logo atrás de mim estavam vindo dois seguranças, mas ignorei a existência dele e fui em direção a loira.

-Santana... -Britt me viu e se levantou para me dar um abraço.

-Eu estou aqui... -Abracei a garota e deixei que ela chorasse em meus ombros.

Os seguranças se aproximaram, todavia não falaram nada, visto que notaram o estado que a garota nos meus braços estava e souberam que havia subido sem me apresentar por uma questão de urgência, inclusive um deles me esticou um crachá com a identificação de visitante e logo os dois saíram da minha vista e me deixaram lá, sozinha com uma Britt desesperada.

-Como ela está? -Perguntei enquanto afagava os cabelos longos e loiros de Brittany.

-Eu não sei... -Britt respondeu baixinho e abraçou mais forte o meu pescoço. -Ela ainda está em cirurgia... -Comentou. -Os meus pais nem ao menos se importaram com ela...

-Você se importa e isso que conta! -Disse e depositei um beijo em sua testa. -Quinn vai sair dessa e logo vai estar por aí, correndo atrás da Rachel como sempre faz ou dando piruetas com as Cheerios.

-Eu não tenho como pagar o hospital, San... -Brittany disse se afastando de mim. -Meus pais deixaram claro que não vão desembolsar um centavo para o tratamento dela e se não pagarmos as despeças... -Ela voltou a chorar e não conseguiu terminar e para ser sincera nem precisava, pois todos sabemos o que aconteceria.

-Iremos ver isso depois, ok? -Disse para acalma-la. -Vou ajudar você com isso nem que eu tenha que roubar dos meus pais, ok? -Fui sincera e além do mais aquela não seria a primeira e nem a última vez que pegaria dinheiro deles sem que soubessem.

-Com licença... -Um médico se aproximou de nós. -Brittany P. Fabray?

-Sou eu! -Brittany se recompôs de súbito. -Como está minha irmã?

-A cirurgia foi um sucesso e a Srta. Quinn Fabray está fora de perigo, mas vai ficar sobre supervisão médica por uns dias, pois foi uma cirurgia delicada e seria imprudente lhe dar alta com menos de duas semanas de supervisão. -Ele explicou.

-Eu posso vê-la? -Brittany perguntou.

-No momento não, pois ela ainda está sobre os efeitos do sedativo e está dormindo. -Ele disse. -Acho melhor a senhorita voltar para casa e tentar descansar um pouco, visto que é notável o seu cansaço físico e também mental.

-Eu não... -Brittany começou a falar, mas a interrompi.

-Sim, ela vai para casa, descansar um pouco, e vou vigia-la bem de perto! -Confirmei ao médico e logo o mesmo saiu andando. -Vou dormir na sua casa hoje, Britt! -Peguei o pulso da loira e comecei a puxa-la para fora do hospital.

No caminho de ida a loira veio calada, mas conseguiu não chorar por vários minutos, contudo, quando pisamos o pé dentro da casa as lágrimas voltaram a tomar os seus olhos e movida pela tristeza a garota foi até a cozinha e pegou uma garrafa de vinho.

-Britt, não vou deixar que você faça isso. -Tentei pegar a garrafa de sua mão. -Eu sei que você está triste, mas encher a cara de álcool não é a saída!

-Só essa garrafa e você vai me acompanhar! -Disse autoritária e sentou no sofá ignorando todas as minhas falas de alguns segundos atrás. -Eu preciso esquecer do mundo um pouco, por favor, Santana! -Seus olhos estavam brilhando e acabei cedendo, mas prometi a mim mesma que não iria me embebedar, pois tinha que cuidar dela.

Acabamos com uma garrafa em dez minutos e a Britt já estava alta, pois havia bebido mais do que eu e percebi que a loira era muito fraca para bebidas. Ela estava para se levantar com a intensão de buscar outro vinho, mas a puxei pelo braço e assim a garota perdeu o equilíbrio e acabou caindo sobre o meu colo.

-Para de ser chata comigo... -Brittany disse com a voz embargada pela bebida. -Só mais um pouquinho, por favor, Sammy! -Fez biquinho e tocou o meu nariz.

-Não. -Respondi com firmeza. -Você já está bêbada, Britt! -Alertei enquanto mantinha a cara fechada. -O certo é te jogar em baixo de um chuveiro bem gelado e... -Ela colocou um dedo em frente à minha boca.

-Por que está cuidando de mim? -Perguntou arqueando as sobrancelhas e estava decidida a não mentir.

-Porque eu te amo, Brittany! -Disse de uma vez e ela sorriu para mim. -Eu me apaixonei por cada porra de detalhe seu e não consigo mais esconder isso! Eu nem sei porque estou contando isso agora, pois, provavelmente, amanhã você não vai se lembrar de nada disso! -Disse de uma vez.

-Eu também te amo! -Ela admitiu. -E não fique brava comigo por isso! -Disse e arqueei as sobrancelhas um pouco confusa, mas segundos depois a garota avançou contra meus lábios e apesar do susto inicia, logo estava correspondendo.

O beijo começou devagar, mas logo foi tomando forma e ficando mais intenso e nossas línguas brigavam fervorosamente por controle, as mãos da Brittany estavam em volta do meu pescoço e as minha segurando seu quadril. A loira colocou cada perna de um lado do meu corpo e intensificamos mais o beijo, mas tivemos que parar por conta da falta de ar, contudo, a mais alta não se deu por satisfeita e partiu o ataque para o meu pescoço e admito que foi a melhor sensação que senti na vida.

-Vem... -Ela se levantou e me puxou com ela e assim subimos as escadas nos agarrando e paramos em frente ao seu quarto.

Continua...