As 13 Bruxas do Zodíaco

Cap 2 - Pequena Viagem

A sensação de felicidade estava cada vez mais crescente no meu peito, porém, quando vi que estava escrito "nossos professores do instituto irão na residência dos alunos confirmar sua matrícula e averiguar a familiaridade dos mesmos no penúltimo domingo de inverno" algo não fez sentido. Vir aqui? Desde quando os professores de Yale fazem questão de se deslocar de sua casa para qualquer lugar que não fosse a faculdade? E "Averiguar a familiaridade"? O que minha família pode oferecer que faça eles mudarem de ideia? Eu nunca tinha ouvido falar disso, e saber que o penúltimo dia de inverno é amanhã, torna tudo mais improvável.

Enquanto minha mãe pulava de alegria tagarelando pela casa, eu encarava de forma desconfiada a carta. O carimbo e o símbolo pareciam convincentes, mas ainda era estranho.

  - Mãe, isso não parece certo

Liana parou de festejar e me olhou como se eu tivesse xingado a mesma com quinze nomes obscenos diferente.

  - Não seja tola, Olívia - Ela pegou a carta da minha mão. - Está tudo certo, o endereço, o carimbo e a assinatura

  - Eles estão dizendo que vem aqui amanhã averiguar a gente. Desde quando eles fazem entrevista nas casas?

Observei a mulher revirar os olhos.

  - Talvez tenham mudado a forma de admissão, não é tão difícil assim, sabia?

  - Mas hoje é sábado, nem faz sentido terem entregue a carta hoje! - Falei exasperada. - Tem alguma coisa errada

Minha mãe virou as costas e foi andando até a sala, me ignorando completamente. Suspirei alto e fui atrás da mesma com os braços cruzados, esperando que ela se tocasse como isso é perigoso. Em todos os meus anos acadêmicos, nunca tinha ouvido falar de nada disso, e tenho certeza que se tivesse alguma mudança no sistema, teríamos sido avisados.

Liana pareceu não se importar com nada disso, pois só foi preparando sua bolsa para o trabalho.

  - Da para você me ouvir alguma vez na vida?

  - Não tenho tempo para suas paranóias, Liv. Preciso trabalhar e você tem que fazer as malas

  - As malas? - Franzi as sobrancelhas. - Pra que?

Ela se virou com ambas as mãos na cintura e uma sobrancelha erguida.

  - Você vai para o campus amanhã, está escrito na carta

  - Como é?!

Dei mais uma olhada na mesma e dizia exatamente isso, que para reservar um dormitório eu teria que viajar para lá amanhã, junto com meu professor que viesse aqui conhecer minha casa e minha mãe.

  - Isso é ridículo! Ainda tenho mais uns três dias de aula, não posso ir para Connecticut amanhã por causa de uma carta que eu nem sei se é verdadeira

  - Claro que é verdadeira, Olívia. Se não fosse, acha que eles mandariam um professor aqui? Não sou idiota, vou fazer várias perguntas pra ele. - Foi na direção do banheiro comigo a seguindo.

Liana fechou a porta na minha cara e não demorou muito para o barulho do chuveiro ecoar. Fiquei ali parada mais uns vinte minutos e quando a mulher saiu enrolada na toalha para ir até o seu quarto, me fuzilou com o olhar sabendo que a discussão ainda não tinha acabado.

  - Vai me ouvir agora?

Ela passou por mim e foi na direção da escada.

  - Mãe, eu não vou e nem vou deixar essa tal "professor" - Fiz aspas - Aparecer aqui amanhã. Está pondo a vida de nós duas em risco