Cap 3 - A Profecia

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Lutei contra os meus sentidos enquanto estava apagada, com medo dos pesadelos me pegarem de uma forma mais horrenda que o normal, até porque, eu não sabia por quanto tempo ia permanecer inconsciente. Esperei, esperei e nada veio. Nenhum mísero pensamento ruim, nenhuma guerra, sangue, briga, absolutamente nada. Ficou tudo tão quieto, vazio e calmo que por um segundo eu esqueci que estava apagada. Me entreguei ao sono por completo, afinal, foi a primeira noite da minha vida que eu pude descansar sem os pesadelos me acordarem em pânico.

Não sei quantas horas passei dormindo, mas assim que abri os olhos, uma dor de cabeça forte e latejante cegou a minha visão. Devo ter batido com a mesma muito forte no chão, pois a dor foi quase insuportável. Fiz menção em me mexer na cama, mas aquela mão gigante parecia ter quebrado todos os ossos do meu corpo. Gemi com os dentes trincados em agonia.

Consegui me sentar com dificuldade, a tontura ainda presente no meu corpo. Olhei em volta devagar, vendo que estou em um pequeno quarto, com poucas mobílias e com muita poeira. Notei alguns símbolos pintados com tinta azul nas paredes. Minhas malas estão perto da porta, o que fez a compreensão cair: onde estou?

Olhei para minhas roupas vendo que continuo com o cachecol, o moletom e as calças jeans, fora a bota, o que é um bom sinal. Não estou amarrada e pelo visto não tem nenhum instrumento de tortura aqui perto, apenas esses símbolos estranhos. Será que estou para ser oferenda em um ritual? Minhas mãos começaram a tremer só de imaginar. Não consigo entender. Me aproximei da porta e quase caí em cima da mesma pela fraqueza. Girei a maçaneta e tomei um susto ao ver que a porta não está trancada. Pus a cabeça no corredor e vi um homem velho, um pouco mais alto que eu, com vestes largas e antigas conversando com uma mulher de vestido dourado, com o cabelo cor de mel. Ambos viraram para me olhar e notei que a mulher irradiava... Poder? Meu estômago revirou.

  - É, ela acordou - O velho suspirou.

Dei alguns passos para trás e fechei a porta, jogando meu peso contra a mesma. Eles não vão me usar para nenhum ritual se não conseguirem me pegar.

Barulho de passos, então as batidas começaram. Batidas leves, como se ambos não se importassem se eu estava me escondendo ou não.

  - Olívia, saia daí - A voz da mulher mostrou tranquilidade e paciência. Por um segundo, me senti menos afobada.

  - Onde estou?! - Gritei.

  - Precisamos que saia daí para descobrir - Ela respondeu.

  - Cadê o Henry?

  - Que garota burra - O homem disse. - Eu sou o Henry, sua tola

  - Não minta pra mim, você é velho!

Ouvi ele virar na direção da mulher e sacudir suas vestes.

  - Ouviu isso, minha senhora? Além de tudo é um poço de ingratidão

  - Ela só está assustada, Egídio. Olívia, você quer respostas, não é? Prometo lhe dar todas, mas você precisa vir aqui pra fora

Pensei. O que eu ganharia saindo? Não sei se estão falando a verdade.

  - Como posso ter certeza que vão cumprir o que dizem? - Me inclinei mais contra a porta, com medo que eles percam a paciência e tentem arrombar.

  - E do que vai adiantar ficar ai o dia todo? Você não é nossa prisioneira, só precisávamos de medidas meio... Brutas para te trazer de volta

"De volta"

  - Mentira, eu nunca estive aqui antes!

  - É meio complicado explicar, ainda mais com uma porta no meio. Venha, Olívia. Você entenderá tudo, tenha certeza disso.

As 13 Bruxas do ZodíacoOnde histórias criam vida. Descubra agora