quatro.

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os meus dedos
começarem a tremer,
e quando vi,
todos os meus órgãos internos
também começaram a tremer.

e me encontrei ali,
sentada e encolhida no chão,
tentando me concentrar
em não perder o controle
e em não desmaiar....
mas como eu poderia fazer isso
se nem ao menos conseguia respirar?
era uma guerra perdida.

então veio o medo da morte.
"e se eu não conseguir respirar?", perguntei.
"bem... se eu não conseguir respirar,
pelo menos essa dor vai acabar",
respondi para mim mesma.

mas aí eu lembrei
que tudo passa
e que já venci outras crises.

ou coloco a mão no umbigo
e começo a contar;
ou pego gelo;
ou digo o que tem à minha volta;
ou simplesmente desmaio.
mas sempre passa,
eu sempre venço.

e, por fim, com o peito aliviado
daquela dor insuportável
e do "possível infarto",
eu lembrei do peso do silêncio
e do quanto preciso falar.

de tanto guardar, eu explodo
e de tanto explodir, eu me destruo.

a luta de todos os dias que é romantizada pela sociedade.

poesias que nasceram da dorOnde histórias criam vida. Descubra agora