Capítulo 77

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3 anos depois

-Alex!-gritou Gabi vindo dos fundos do hospital com a prancheta perdida.-Eu disse que iria encontrar.-dizia convencida se sentando ao meu lado.

-Você sempre encontra.-concordei inflando seu ego e a fazendo sorrir.

-Verdade, inclusive fui eu quem encontrei você.-como sempre ela fala o tempo todo de como me encontrou a três anos atrás.

De como eu estava jogada na beira da estrada, sozinha, inconsciente e que cheguei ao hospital sem ter nenhuma memória e que fui muito agressiva com todos.

Não consigo me lembrar disso, aliás, eu não lembro de absolutamente nada antes disso. Não existem registros da minha família nem aqui no Kansas nem em outro lugar do mundo, era como se eu não existisse antes disso.

Eu não possuía nenhum registro.

Por isso agradeço todos os dias pela vida de Gabriela Evans, ela me deu um lar, um teto, emprego e até sobrenome.

Todos me conhecem como a irmã adotada de Gabi e vivemos bem, sou muito grata a ela.

O hospital também é parte da minha casa, é aqui que gasto a maior parte do meu tempo e todos me tratam muito bem.

-Olha só, Jones está se aproximando.-ela me cutucou apontando para a porta que dava nos consultórios, o médico Clitton se aproximou e então depositou sua prancheta em cima do balcão parando a minha frente.

O médico Clitton era quem cuidava de mim desde que fui encontrada, como eu não tinha documentos, todos acham que eu fui criada em uma espécie de cativeiro e que sofri muitos traumas, essa seria a explicação para as várias cicatrizes no meu corpo e também o motivo de sempre no aniversário do meu encontro, eu não consigo dormir, preciso tomar milhões de antitérmicos para controlar minha baixa temperatura.

Ninguém consegue explicar, meu médico vem tentando a muito tempo, mas acha que é psicológico.

-Senhor Clitton.-cumprimentei.

-Olá meninas, por favor senhorita Alexandra, me chame apenas de Jones.-pediu ele me olhando, era um pedido que ele sempre fazia, mas eu nunca cumpria.

Gabi me cutucou.

-É só Alex.-ela falou o fazendo sorrir. Eu ia repreendê-la mais tarde.

-Senhorita Alex.-repetiu como se saboreasse.-Vim saber se não querem um café, um residente vai comprá-los.-ficava até com pena dos residentes, ficavam correndo feito loucos para lá e para cá, mas já que ele iria comprar...

-Um mocha.-respondeu minha amiga me fazendo virar para ela pela sua empolgação.

-E você? Senhorita Alex.-umedeci o lábio inferior o que chamou sua atenção.

-Um cappuccino.-ele assentiu.

-Vou avisá-lo, com sua licença, meninas.-ele pegou a prancheta e se afastou, vi minha amiga se abanando.

-Como ele é lindo! Por que não fica logo com ele? Ele claramente está afim de você!-eu bati nela.

-Fala mais baixo!-pedi olhando ao redor alguns enfermeiros passando com caixas de ataduras e alguns familiares aguardando na sala de espera bem ao lado.

-É sério! Você nunca fica com ninguém.-ela coçou o queixo.

-Eu já te expliquei o motivo.-falei voltando a me concentrar no computador a minha frente.

-Já faz três anos! Se alguém fosse mesmo seu namorado ou marido já tinha vindo te procurar, não achamos nada sobre você, nem um anúncio.-bufei irritada.

Rejeitada pelo Alpha - Aceita pelo Supremo (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora