Quem é Alice?

12 0 0
                                    

Voltando, passei em frente a praça, e consegui avistar a mesma menina a qual tinha saído da casa da Verônica, sentada em um banco, com um caderninho na mão e uma caneta, escrevendo alguma coisa. Estava longe, não conseguia ver direito como era sua aparência, e muito menos o que ela escrevia. Então decidi me aproximar.
Me aproximando consegui ver praticamente todos os aspectos físicos dela. Tinha cabelos castanhos escuros, era baixa, mas nem tanto, e aparentemente mais nova que eu, e seus olhos eram castanhos, da cor de mel. Era muito bonita.
Cheguei perto dela pra conversar.

- Oii, Alice né? - perguntei à ela.

Rapidamente ela olhou pra mim assustada e fechou o caderno.
- Oii... sim, sou eu - disse ela meio tímida.
- Desculpa se te assustei, não foi minha intenção - respondi.
- Não, tudo bem, não se preocupa kkkk - disse ela rindo.

E a conversa continuou:
- A Verônica me contou, não precisa ter vergonha de mim ou ficar preocupada, eu não vou contar pra ninguém.
- Ela te contou o que exatamente?
- Que vocês namoram escondido.
- Ah sim, bom, a gente namorava, acabamos de terminar.

Olhei pra ela surpresa e continuei:
- Isso ela não me contou, porque terminaram?
- A gente brigava demais, foi melhor pra nós duas.
- Entendi, eu sinto muito.
- Não, tá tudo bem.

A minha curiosidade era maior do que eu mesma, então sentei do lado dela e tentei puxar assunto.
- O que você estava escrevendo?
- Ah, nada, são alguns poeminhas que eu escrevo. - respondeu ela.
- Posso ler um? - perguntei.
- NÃO - disse ela em um tom alto. Logo em seguida completou:
- Desculpa, é que eu nao gosto que vejam meus poemas kkkk.
- Tudo bem, eu entendo - respondi sem graça.

A conversa continuou por um bom tempo. Conversamos sobre tudo que estava acontecendo e no quanto isso era estranho. Convidei-a pra jantar na minha casa, mas ela recusou pois tinha que estudar pra uma prova online. Nos despedimos e eu fui embora com um sorriso no rosto.
Já em casa o celular apita com notificação de mensagem.

*Mensagens*

Christian: oii Carla, quer sair hoje?
Carla: oii Chris, desculpa, mas não estou muito afim.
Christian: aaaa, vamos, vai ser legal.
Carla: vou pensar no seu caso, se caso eu concordar, onde a gente iria?
Christian: tem um lugar que eu quero que você conheça.
Carla: qual lugar?
Christian: não posso te dizer, se não vai estragar a surpresa.
Carla: tudo bem kkkk, então vamos.
Christian: certo, passo aí pra te pegar as 20:00.
Carla: certo, beijos.

*Fim das mensagens*

Anna virou e perguntou pra mim:
- Que sorriso é esse? onde você vai?
- Vou sair com o Christian, ele acabou de me convidar.
- Hummm, e onde vocês vão??? - perguntou ela com um sorriso bobo.
- Eu não sei, ele disse que é surpresa - respondi.

Logo o sorriso dela sumiu.
- Eu sei que voce está apaixonada por ele, mas mau o conhece, não pode sair assim sem saber pra onde está indo com um estranho.
- Ele não é um estranho.
- Qual a cor preferida dele? - ela perguntou.

Fiquei quieta e ela continuou:
- Qual a comida preferida? Sabe ao menos a idade dele?
- Não - respondi.
- Então ele é sim um estranho, desculpa, mas não vou deixar você sair assim pra qualquer lugar com um cara que voce mau conhece, se você for, eu vou junto.

Eu não contradiz porque eu já estava acostumada com esse modo super-protetor que a Anna tinha, e não importava o que eu dissesse ela não mudaria de ideia, então só aceitei o fato.
O carro buzinou e fomos nós duas pra entrar, eu no banco da frente e ela no banco de trás.

- Não sabia que ela viria - disse Christian.
- Não teve outro jeito, minha mãe mandou ela vir junto. - inventei uma desculpa.

Partimos e fomos parar no mesmo lago de sempre, porque ele me levaria pro mesmo lugar que eu já conhecia se fosse uma surpresa? Comecei a pensar sobre a possibilidade dele ter mentido, sobre nao ser ali o lugar que ele queria me levar e só levou porque Anna veio junto. Mas também poderia ser paranoia minha.

Novamente o meu celular apita e chega mais uma mensagem anônima.

"toma cuidado em quem você confia"

Por traz da InocênciaOnde histórias criam vida. Descubra agora