Na casa da Verônica

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Fiquei a noite toda acordada, tentando encontrar uma razão do porquê aquilo tudo estar acontecendo. Milhares de teorias passavam pela minha cabeça, mas se eu quisesse saber o que realmente aconteceu, eu teria que ir mais a fundo.
Anna acordou, me viu sentada em frente a mesa do computador e disse:

- Você ficou a noite toda acordada?
- Fiquei, tenho muita coisa pra te contar - respondi.
Em seguida eu contei tudo que tinha acontecido, inclusive a parte minha e dos Christhian.
- Nossa, você tá bobinha por ele - disse ela rindo.
- Sério que de tudo que eu contei é só isso que você se interessou? O CORPO DO NICROTÉRIO SUMIU - respondi.
- Acho que você já está ficando paranóica com isso, deveria deixar essa história um pouco de lado - disse ela.
- Não vou me contentar até saber o que está acontecendo. - respondi.

Mais tarde daquele mesmo dia marquei de me encontrar com a Verônica em sua casa.
Chegando lá, vi uma menina saindo de fininho, ela olhou pra mim e correu. Fiquei sem entender, mas não fui atrás.
A casa de Verônica era grande, tinha comôdos pra abrigar umas 7 famílias, fora o quintal que era enorme.

- Oii, quem era aquela menina que saiu daqui? - perguntei.
- Aaaa, é uma amiga minha, ela é um pouco tímida - respondeu Verônica.

E a conversa continuou:
- Ela saiu correndo quando me viu, isso é normal?
- É sim, ela é muito tímida.
- Qual o nome dela?
- Alice.
- Quantos anos ela tem?
- Isso virou um interrogatório? você veio aqui pra conversar comigo ou pra saber das amigas que eu me relaciono?

Fiquei quieta por alguns segundos.
- Me diz, porque voce quis vir até aqui - disse Verônica.
- Eu te vi passando cedo na rua atrás da minha casa, estava de preto e óculos escuros, o que estava fazendo?
- É, acabei de perceber que isso realmente virou um interrogatório.
- Eu só achei estranho e vim te procurar.
- Você não tem nada melhor pra fazer? ao inves de ficar cuidando da vida dos outros? - disse ela brava.

Eu fiquei quieta por alguns segundos mas com coragem falei:
- Isso não responde minha pergunta.
- Ok, eu estava indo pra prefeitura, fazer uma entrevista com meus pais, nunca viu uma mulher bem vestida? - ela respondeu.

Verônica deu um suspiro forte e exclamou:
- Desculpa, não estou em um dia bom, estou sendo grossa com você.
- Tudo bem, aconteceu alguma coisa que eu possa ajudar? - perguntei.
- Você sabe guardar segredo? - ela me perguntou de volta.
- Sei sim - respondi.
- Tá, vamos lá, ninguém pode saber disso, porque todo mundo nessa cidade me conhece, e isso pode acabar com minha reputação. A menina que você viu saindo daqui, é minha...
- Sua....?
- Minha namorada. - respondeu ela com receio.

Novamente fiquei quieta por alguns segundos, mas respondi:
- Tudo bem, eu não vou contar pra ninguém, pode confiar em mim.
- Obrigada - agradeceu Verônica.
- Acho que já ta tarde, obrigada por responder minha pergunta, vou indo agora, até outro dia. - falei.
- Ok, até mais.

Fui embora surpresa com aquilo, eu nunca suspeitaria que a Verônica fosse lésbica e ainda por cima teria coragem de levar uma menina escondida pra sua casa. Mas ignorei o fato e continuei meu caminho.



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