Por traz da Inocência

Meu aniversário

Acordei com minha mãe me gritando cantando parabéns pra mim, afinal era meu aniversário, estava completando meus tão esperados 18 anos.
Depois do café minha melhor amiga me ligou por chamada de vídeo, ela era da antiga cidade a qual eu morava, o nome dela era Anna, minha amiga desde infância, tínhamos um enorme laço. Ela me pediu pra que eu descesse até a porta da frente e abrisse, no começo eu não entendi o porquê. Quando abri a porta ela estava lá, deu um pulo em mim e super feliz gritou:

- Felizzzzz aniversárioooooooo.
Eu fiquei surpresa, não consegui conter minhas lágrimas, afinal ela era muito especial pra mim.
- Não acredito que você está aqui, com quem você veio? - perguntei.
- Eu vim sozinha, na minha cidade estamos de greve, não vai ter aula por um tempo, então vou passar 3 semanas aqui com você - disse ela super feliz.
Chorei ainda mais e fiquei muito contente.

Mais tarde fomos a casa da Gabi e apresentei Anna pra ela, as duas se deram bem. Contei pra Anna tudo que tinha acontecido, ela ficou abismada e concordou em ajudar a gente a investigar.
Marcamos de sair com as meninas. Fomos até uma praça pra discutir sobre o caso. Todas meninas vieram, inclusive Verônica. Apresentei todas elas pra Anna, e elas se deram super bem.
Começamos a tomar sorvete quando olhei pro lado e avistei as três patricinhas sentadas em um banco conversando e rindo, logo a mais popular, Bianca, olhou pra mim e me encarou por uns 5 segundos, depois disse algo para suas amigas que estavam do seu lado, se levantaram e vieram em minha direção.

- O que vocês estão fazendo? - perguntou Bianca.
- Nada que te interessa - respondeu Gabi.
Olhei espantada.
- Não fala assim com a Bianca! - gritou Fernanda.
Ela tinha uns olhos de se dar medo, então todo mundo ficou quieto.
- Queremos saber o que vocês estão fazendo e queremos saber agora! - disse Bianca com um tom de voz grosso.
- Não devemos nada a você. - respondeu Clara.
E aquilo ali virou uma discussão, então eu interrompi:
- CALEM A BOCA!!
Todas olharam pra mim.
- QUE MERDA! Parem de brigar, não aguento mais! Vocês querem saber o que estamos fazendo? estamos conversando sobre o asassinato que houve na escola, é só isso! - disse furiosa.
Ouve um silêncio, então continuei:
- Vocês nunca nem conversaram, não sabem nada sobre a personalidade uma da outra, porque se odeiam tanto?
Ouve novamente um silêncio, ninguém respondeu a minha pergunta.
- Tem razão - disse Stéfany.
As suas duas amigas olharam pra ela com uma cara de assustada, então ela continuou:
- É verdade ué, nem conhecemos elas, talvez elas não sejam pobres nojentas, pode ser que sejam legais!
- Obrigado pelo "elogio" - disse Anna com o tom irônico.
Depois de uma longa conversa, as três se sentaram perto de nós e começaram a conversar como se nada tivesse acontecido. Na minha mente eu só conseguia pensar: "o que está havendo aqui?".
Rimos bastantes, contamos várias histórias engraçadas, até que as três que pareciam tão metidas não eram tão más assim.

Depois de 2 dias acabou que todas nós viramos amigas, engraçado né?

Ainda não havíamos esquecido o fato do asassinato, mas até então ninguém tinha dito sobre.

Era quase meia noite quando eu e Anna ouvimos gritos vindos da rua de trás, já estava todo mundo dormindo, só nós duas que escutamos.
No começo achamos que era coisa da nossa cabeça, mas minutos depois ocorreu mais gritos. Ficamos apavoradas. Eu era muito curiosa, fui olhar da janela pra ver se conseguia ver algo, não vi nada. Então eu disse pra Anna:

- Vamos até lá!
- Nem pensar, você tá doida? - respondeu Anna.
- Alguém pode estar precisando da nossa ajuda - falei.
- Mas pode estar dando tiro ou algo assim.
- Se tivesse sido isso teríamos ouvido sons de tiro. Alguém pode ter sofrido um acidente, vamos!
- Eu te odeio, mas vou com você, mas se eu morrer eu volto pra te buscar! - disse Anna tremendo.
Eu dei uma risada.
Saímos de fininho de casa e fomos até a rua que supostamente teríamos ouvidos os gritos.