31.

774 94 23
                                    

POV KENMA

Sai do banho ouvindo a campainha tocar, me enrolei na toalha e caminhei até a porta. Bokuto, Akaashi e Mahina estavam me esperando, notei a garota me olhar de cima a baixo, como se nunca tivesse me visto daquele jeito antes.

-Credo, Hina! - Bokuto gritou -Para de babar no seu namorado!

Dei passagem para eles entrarem, segurando Hina com os braços, fazendo ela corar no mesmo instante.

-Trouxe suas coisas, amor? - disse analisando seu corpo.

Hina usava uma de suas camisas pretas de sempre, com um shorts jeans curto que deixava suas pernas tentadoras demais.

-Sim, Kozume. - ela respondeu mordendo os lábios -Vou dormir com você.

Dei um selinho nela antes de deixá-la entrar, fechando a porta em seguida. Notei Hina olhar discretamente por todo meu apartamento, analisando cada canto com cuidado.

-Chamei Hinata e Kageyama também, eles estão vindo com Kuroo. - Bokuto respondeu se sentando no sofá.

-Sem problemas. - respondi me juntando a eles.

Meu apartamento não era pequeno, mas também não era grandes demais. Escolhi a mobília por conta, deixando ambiente como eu gostava. A sala e a cozinha ficavam no mesmo cômodo, separando o quarto e os banheiros do restante do lugar.

-Eu trouxe um vinho. - Akaashi disse me entregando a garrafa.

Sorri agradecendo, depois fui até a cozinha abrindo a garrafa e colocando em taças para nós. Entreguei para os garotos e Mahina, ganhando uma piscadinha da minha gatinha como agradecimento.

Ficamos conversando na sala, enquanto o restante dos convidados não chegava. Mahina ficou o tempo todo sentada na minha perna, fazendo carinho em meu cabelo enquanto conversava com seus amigos. Eu observava mais do que falava, aproveitando a companhia deles do meu jeito.

Quando Kuroo chegou, abriu a porta com sua chave e guiou todos para dentro.

-O capitão tem a chave? - Hina disse baixo no meu ouvido.

-Para emergências. - respondi dando um gole no vinho.

-Ainda acho que você tem um caso com o Kuroo e não quer me falar. - ela respondeu rindo.

Mordi seu pescoço como resposta, tirando um gritinho fino da garota. Cumprimentamos todos, que logo se juntaram a nos na sala.

Kuroo me deu uma piscada, não precisando dizer nada para eu saber do que ele estava falando.

Ele estava feliz que eu tinha deixado eles virem. Eu nunca trazia ninguém em casa, Kuroo mesmo só tinha vindo algumas vezes para me ajudar com a mudança e montagem de alguns móveis. Eu realmente não gostava de muitas pessoas na minha casa, na verdade eu não gostava de ninguém ali. Mas com Hina, tudo parecia diferente. Simplesmente pareceu certo estar aqui com nossos amigos, bebendo vinho enquanto jogávamos conversa fora.

Coisa que eu nunca teria aceitado antes de conhecer a garota. Eu estava me abrindo aos poucos, graças a ela.

-Vamos assistir qual filme? - Hinata disse empolgado.

-Terror. - Kageyama disse cutucando o ruivo.

-Bokuto-san não pode assistir filmes de terror. - Akaashi disse com a serenidade de sempre.

-Não é verdade! - A coruja respondeu se defendendo - Eu aguento.

Mahina riu em meu colo, e eu me perdi mais uma vez em seu rosto. Analisando cada detalhe dela, que ficavam ainda mais lindos quando ela sorria de verdade.

-Podemos ver o filme de terror então. - Mahina disse me acordando de meus pensamentos.

-Só não vale tampar os olhos, Bokuto! - Kuroo disse irritando o garoto.

Akaashi riu baixo de seu namorado, ganhando um bico enorme como reposta. Ligamos a televisão e depois de muita discussão, escolhemos um filme que todos concordavam. Todos se acomodaram no sofá e no tapete, prontos para assistir.

-Pode segurar na minha mão se tiver medo, gatinho. - Hina disse no meu ouvido, assim que o filme começou.

-Quero ver me provocar assim quando eles forem embora, amor. - disse baixo para a garota, vendo ela morder os lábios e balançar a cabeça como reposta.

Assistimos a todo filme com Bokuto se escondendo em Akaashi a cada susto, fazendo todos rirem. Hinata e Kageyama estavam apostando em quem tomava menos susto, competindo em quem se segurava mais. Kageyama ganhou, já que Hinata pulou do sofá na última cena, quando um fantasma deformado apareceu na tela.

-Nunca mais vamos fazer isso. - Bokuto disse respirando fundo, assim que tiramos o filme.

-Está tudo bem, Bokuto-san. Da próxima vez vamos assistir outra coisa, tá bem? - Keiji disse sendo abraçado pelo capitão do Fukurōdani.

-Vou pedir uma pizza, okay? - Kuroo disse se levantando e me olhando.

Concordei com a cabeça, vendo o garoto pegar seu telefone para fazer o nosso pedido. Olhei em volta, vendo todos confortáveis se divertindo e me senti bem. Sempre tive dificuldade em me aproximar das pessoas, e ter aqueles idiotas ali estava sendo bom.

-Obrigada por hoje. - Hina disse me dando um selinho.

-Eu que agradeço, está sendo até que bom. - respondi dando os ombros, tirando um sorriso orgulhoso de Mahina.

Ela se jogou em meus braços, subindo no meu colo, bagunçando meu cabelo com um sorriso travesso no rosto. Antes que eu pudesse fazê-la parar, Bokuto a pegou e jogou nos ombros.

-Deixa o garoto, Mahina. - ele disse enquanto ela tentava se soltar - Parece que nunca viu homem na vida.

-Aprendi com você, Kou! - ela respondeu conseguindo se soltar dele, entrando em posição de ataque.

Akaashi ficou vermelho com o comentário, enquanto Mahina e Bokuto faziam poses de arte marcial e fingiam lutar, como duas crianças. A briga ficou seria quando Bokuto começou a bater nela com uma almofada, fazendo a garota atacá-lo de volta.

-Ei vocês dois, cresçam! - Kuroo disse separando eles.

O que foi totalmente inútil, porque Mahina tacou uma almofada na cara do meu melhor amigo. Ele cerrou os olhos para a garota, que se segurava para não sair correndo. Kuroo pegou a almofada, ameaçando jogar nela.

-Está com medo, capitão? - ela disse se escondendo atrás de mim.

-Não sou eu estou me escondendo, cunhadinha. - ele disse soltando a almofada, se rendendo.

Hina mostrou a língua para ele, sorrindo vitoriosa. Não pude evitar sorrir, vendo eles se dando tão bem.

Kuroo era meu melhor amigo desde sempre, sempre esteve presente nos momentos em que eu mais precisei.
E ver a garota que eu amava, brincando e provocando ele me deixava com uma sensação boa.

Isso era uma família?

Nobody like u | Kenma Kozume Onde histórias criam vida. Descubra agora