3.

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POV HINA

-Vira, vira, vira- os garotos do Karasuno gritavam enquanto eu virava o terceiro shot de vodka.

Senti minha garganta arder ao acabar com o último, passei a mão na boca para limpar o resto de bebida.

-Viram só? É fácil- disse sorrindo

Todos gritaram e começaram a pular, ri da cena amando a animação deles e toda sua atenção.

-Bokuto, vamos lá pra fora um pouco?- disse chamando meu péssimo melhor amigo

-Já to indo- ele disse vendo Akaashi passar em direção ao banheiro- 5 minutinhos, okay?

Ele sorriu de canto e eu apenas revirei os olhos.

Traidor.

Peguei minha bolsa e fui pros fundos da casa, onde estava mais vazio e sem tanto barulho.

Minha mente estava mais leve devido a bebida, minhas pernas se mexiam com dificuldade mas a sensação era boa. Sentia que podia esquecer tudo.

—————— Flash Back ———————

-Onde você pensa que está indo?- minha mãe apareceu de repente me fazendo pular de susto

Ela estava com os olhos pequenos, provavelmente tinha bebido mais de uma taça de vinho no jantar.

-Bokuto vai...- tentei começar mas logo fui repreendida.

-Não- ela disse firme

-Mas mãe..

-Preciso que fique em casa, seu irmão está cheio de lição de casa e eu não tô com cabeça para isso. Vá ajudar.- ela disse fechando a porta

Respirei fundo segurando todo sentimento que me invadia, peguei meu celular e avisei meu amigo que não poderia ir hoje, mais uma vez.

—————- Flash Back ————————

-Posso sentar aqui?- ouvir uma voz conhecida se aproximar

Olhei para cima vendo Kenma segurando um copo de vodka, seu cabelo estava preso em um coque bem bagunçado. Alguns fios estavam caídos no seu rosto, as bochechas estavam rosadas devido ao frio e sua boca estava...céus que boca linda.

-Acho que posso suportar sua presença alguns minutos- disse sem tirar os olhos dele.

-Quanto carinho, gatinha.

Ri pelo nariz do apelido idiota. O garoto se sentou do meu lado e pude sentir seu cheiro tomando conta do local, era cítrico e viciante. Olhei mais do que devia para seu rosto mais uma vez, eu tinha bebido demais e isso estava me tirando o juízo.

Eu tinha acabado de conhecer Kenma e por algum motivo nossos encontros, de poucos minutos, me causam arrepios pelo corpo todo.

Uma parte minha queria conhecer mais dele, saber o que ele fazia e se mantinha essa pose o tempo todo. Mas minha outra parte sabia que eu não deveria me aproximar demais, nem me abrir demais, nem deixar ninguém se aproximar. Mas por que o desgraçado tinha que ser tão atraente?

-Cuidado, vai se apaixonar- ele disse me tirando do transe dos meus pensamentos.

-Você até poderia tentar- disse achando graça de sua fala.

Me levantei do chão e me encostei na parede atrás de mim, dei um último gole na minha bebida e encarei o garoto que observava cada movimento meu.

-Seria divertido tirar esse sorrisinho do seu rosto- Ele respondeu se levantando devagar e me colocando de costas na parede - E fazer você ficar sem saber o que falar, afinal você sempre tem uma resposta na ponta da língua.

Ele estava olhando fixamente em meus olhos, me desafiando. E sendo bem sincera, a essa altura eu já tinha ignorado todos os avisos de perigo sobre esse garoto. Eu simplesmente não queria me afastar daqueles olhos.

-Ah, Kenma- disse ficando mais perto ainda, olhando fixamente para sua boca.- Adoraria ver você tentando.

O garoto riu baixo e se aproximou mais ainda do meu rosto, senti meu corpo inteiro congelar quando sua mão tocou de leve minha nuca. Ele colocou lentamente meu cabelo atrás da orelha e o afastou do meu pescoço.

Eu simplesmente fechei os olhos, sentindo sua respiração quente na minha pele. Ele me torturou e fez eu me contorcer sem nem precisar encostar os lábios no meus meus. Kenma distribuía selinhos demorados e torturantes no meu pescoço enquanto apertava minha cintura, e eu o xingava mentalmente por aquilo ser tão bom. Ele se afastou um pouco e me olhou nos olhos, analisando como seu toque tinha me deixado.

Fingi não ter ligado tanto para sua tortura e tentei irrita-lo:

-Você até que...- fui interrompida antes mesmo que pudesse terminar a frase.

Kenma me virou de costas me deixando a alguns centímetros da parede, antes que eu pudesse dizer algo ele deu um beijo molhado no meu pescoço enquanto me puxava para perto de seu corpo.

-Prefiro você quietinha - ele disse baixo no meu ouvido- Não gosto quando não fala o que realmente esta sentindo e inventa alguma provocação.

Ri da sua confiança, ele era bom tenho que confessar, mas eu também sabia brincar e ele estava mexendo com meu ego. Me virei e puxei sua camisa, nos encostando na parede, fazendo o espaço entre nosso corpos desaparecer.

Pude ouvir o garoto respirar fundo pelo contato repentino.

-Sabe, Kenma- disse olhando em seus olhos enquanto minhas mãos arranhavam seu abdômen por baixo da camisa- Eu não te conheço direito, então já vou avisando...

Puxei sua blusa fazendo nossos rostos se colarem e então disse sem encostar em sua boca:

-Eu não sou qualquer garota.

Nobody like u | Kenma Kozume Onde histórias criam vida. Descubra agora