Enquanto o clima estava voltando o normal Frederico se mantinha afastado de todos e bebia uma taça de vinho pensativo e relembrava as palavras do irmão, mas sentiu a presença de alguém e olhou pro lado vendo que sua doce sobrinha estava lhe olhando estática e curiosa, parecia que lhe analisava com certa cautela sem querer perder detalhes.
- Se seus pais olharem pra cá vão achar estranho você me olhando assim _ falou baixo mais com sua notável voz grave e sexy _acho que não podemos ficar assim sem conversar, te beijei na cachoeira e você gostou.
- Sobre aquilo? _ abaixou a cabeça e mexeu os dedos nervosa _ o beijo? Aquilo não foi nada, eu tinha acabado de ficar noiva a força e estava brava.
- Estava mesmo brava e deixou um estranho te beijar _ olhou ela e riu cínico _ então realmente odiou esse compromisso e seus pais que obrigaram, além desse noivo que seguiu a corrente.
- Por favor tio Fred não me lembre desse dia_ levantou o rosto e o encarou _ mas temos que colocar nossa relação em pratos limpos, já que somos família e isso que fizemos foi antes não há porque explicarmos nada a ninguém.
- Quer dizer que vai fazer de Carlos Manuel seu esposo e pai dos seus filhos? _ passou pro seu lado e segurou sua mão com firmeza _ é isso minha doce menina?
- Sim, meu tio _ olhou pra cima e o encarou _ é com ele que terei meus filhos e serei muito feliz, já estou aceitando a ideia de me casar com ele.
- A mais feliz? _ acariciou seu rosto e foi aproximando seus lábios dos dela mas não lhe beijou na boca, o alvo foi sua testa e apenas pode escutar seu suspiro inconformado.
Ao se separar dele fez o impensável e foi arrastando o tio até a sala de jantar onde todos já se reuniam, apesar de suspeito ninguém falou nada, Cristina era considerada uma santa por todos e Frederico não atacaria debaixo do teto do irmão com o noivo e sogro da senhorita olhando atenciosamente todos seus movimentos. Foi um jantar agradável e acima das expectativas, depois de um café e boas conversas Carlos Manuel foi embora junto ao seu pai depois de uma aguada despedida.
Frederico tomava um cálice de licor mais afastado do irmão e sentiu alguém lhe cutucar e foi olhar pra trás vendo Cristina ainda de vestido mas sem os saltos.
- O que faz acordada ainda menina? Seus pais vão brigar _ pegou na sua cintura com uma mão, acariciando com as pontas dos dedos.
- Eles estão discutindo por alguma coisa, eu vim falar com você tranquilamente, sem o meu noivo por perto _ pós a sua mão por cima da dele em sua cintura.
- Não tenho o que falar com você menina, já me disse que foi um erro aquele beijo _ encostou ela na parede e foi aproximando sua boca da dela.
- E foi sim, mas aconteceu coisas estranhas depois _ aquele fogo que sentia perto dele era surreal e lhe deixava sem fôlego.
- Que tipos de coisas? Posso saber minha linda? _ afastou seus cabelos do rosto e foi aproximando mais sua boca da dela.
- Sim... não... _ lhe afastou pelos ombros e suspirou confusa.
- Gostou sobrinha, o tio Fred sabe fazer bem não é? _ gozou da cara dela.
- Não foi correto tio, somos família e você me agarra assim como um homem a uma mulher adulta _ ela esticou os braços e acolheu o corpo grande do homem entre eles e se esfregou sofrida _ isso é muito errado.
- Assim pode? _ sentou ela na janela e pegou mais seu corpo ao dela _ porque tô doido pra te beijar de novo.
- Mas aqui é perigoso não acha? Meus pais podem aparecer do nada e pegar a gente no flagra.
Assim que ela acabou de falar escutam as vozes dos dois se aproximando, Frederico termina de tomar sua bebida e se afasta de Cristina que descia da janela sentindo um calor absurdo e vai direto pro quarto sem topar com seus progenitores.
{...}
No dia seguinte do jantar Cristina tinha a cara de sono, não conseguiu pregar os olhos e saiu de casa escondida do pai, pegou seu cavalo e foi ver a única mulher que poderia lhe tirar totalmente suas duvidas intimas, já começava a sentir coisas por Frederico. Entrou na casa de Raquel e as duas foram pra seu quarto e lá se trancaram, o papo seria de mulher para mulher.
- Então o que tem pra me falar sobrinha que há muito não vejo, mas já tá um mulherão, só falta perder a virgindade pra isso _ olhou ela de cima a baixo com atenção.
-Com o meu noivo eu não quero _ se abraçou na tia e quis um mimo _ ele não me deixa com aquelas coisas que falou pra mim no meu aniversario de quinze anos.
- Ai Cris, não tem jeito, com o pai que te tocou vai ter que casar com ele meu bem _ ficou preocupada, sua sobrinha podia sair machucada desse casamento se ele não fosse bom.
- Mas tem um problema, eu estou gostando de alguém, um homem de verdade _ escondeu seu rosto com vergonha _ e ele também me quer.
- Te quer como mulher? Mas o que espera pra seduzir ele? _ se desfez do abraço e pegou alguns livros dando a ela _ casei com seu tio sem namorar ninguém antes, tive que aprender sozinha e esses livros ajudam.
- Mas são pra mulheres, as freiras pegaram um nas coisas de uma das alunas, foi suspensão na hora e nunca mais vimos a garota _ pegou os livros e o trouxe pro peito abraçando.
- Mas agora apenas esconda isso dos seus pais, vai conseguir seduzir um homem com sucesso e de quebra pode casar com ele ao invés de Carlos Manuel, mas tem que ser obediente e fazer tudo que o livro manda ok?
- Droga eu não tenho roupa pra fazer essas coisas, as que eu tinha meu pai deixou na estação de trem _ disse com pesar.
Raquel pensou muito no que fazer pra solucionar isso, toda vida Cristina sempre foi presa e sua salvação pra acabar com aquele noivado a força seria seduzir esse homem misterioso e ela iria sim ajudar a menina em seus planos de conquista e liberdade, Raquel sempre foi livre e dona da sua sexualidade, mesmo casada e mãe, ela não abria mão de ter seus desejos sexuais atendidos por seu esposo e agora ajudaria a sobrinha sem pedir nada em troca.
- O que houve tia? _ viu Raquel olhar a porta aérea e pensativa.
- Nada meu amor, vou dar um jeito de buscar tuas roupas tudo bem? _ ia chamar o filho, mas parou ao ver quem chegava.
Por obra do acaso ou Eulogio que seguiu Cristina e avisou onde ela estava, Frederico entrou na casa e sorriu abertamente, não negava que era lindo e conquistador a todo momento.
- Então como disse eu vou te ajudar e agora _ levantou e foi até ele _ preciso que leve Cristina agora a estação de trem e vá buscar suas malas.
- Oi Raquel _ se sentiu bombardeado e sorriu _ eu vou fazer isso, vem comigo sobrinha!
- Tia não precisava tá alugando o tio Frederico _ quase correu até eles _ eu tô bem com as minhas roupas.
- Estão grandes e outras apertadas menina _ ele tomou a frente sem perguntar.
- Mas ainda servem, obrigado pela atenção e a ajuda _ foi pega pelo braço o encarou.
- Não precisa agradecer, eu vou te ajudar agora! _ olhou bem nos olhos dela se segurando pra não lhe beijar.
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MI DULCE FIERA
FanfictionDepois da morte de um poderoso fazendeiro verdades foram ditas e a vida da família Álvares ficou atada com a de Frederico Rivero.