Depois de um dia tenso Frederico bebia uma cerveja no quarto de hotel que estava ficando e lembrou da jovem que salvou a vida na cachoeira, aqueles olhos verdes, sua doçura e a atitude tão bonita de lhe agradecer mesmo sem lhe conhecer, aquele beijo que roubou dela na cara dura. Ele olhou o relógio e viu que estava na hora de sair e levantou pegando seu chapéu e a chave do carro saindo do quarto e indo até sua caminhonete, entrou e ligou o veículo saindo do estacionamento.
Na fazenda todos esperavam o convidado de honra, era o herdeiro bastardo Frederico Rivero que daria o ar da graça, aceitando o convite do irmão mais velho. E esperando o convidado especial estava Cristina de mãos dadas a Carlos Manuel conversavam bobagens, coisas do dia a dia e nada triviais, porém, ela não deixava ele se aproximar muito e ficava desviando dos seus beijos, depois do beijo na cachoeira ficou sentindo sua boca diferente, isso porque nunca deu se quer um selinho em seu noivo e para o seu primeiro beijo não foi ele o escolhido. Saindo do carro Frederico foi em direção a Severiano que esperava na entrada para dar as boas vindas ao irmão mais novo.- Perdão o atraso eu fiquei entretido com a ligação de um conhecido e perdi a hora _ ele estava com o chapéu na mão encarando Severiano que estava na porta _ como anda meu irmão mais velho?
- Bem Frederico, ainda mais com você aqui na minha casa _ foi até ele e apertou sua mão _ minha esposa e filha estão na sala nós esperando.
- Vou conhecer minha sobrinha finalmente _ pensou que o bebê já era uma mocinha, mas não ficou com aquilo na cabeça.
Os dois andaram lado a lado, enquanto Frederico era o retrato vivo do pai, Severiano tinha a cara espantosa da mãe, tornando os dois diferentes em todos os sentidos.
- Boa noite a todos família! _ Frederico não esperou que fosse apresentado e tomou a frente.
Cristina olhou pra trás assustada e levantou sem esperar o noivo, encarou o homem que lhe salvou e roubou um beijo, então se perguntou porque ele estava aqui.
- Cristina deixe que eu te apresente o seu tio Frederico _ Consuelo pegou a filha pela mão e a levou até o cunhado.
- Minha nossa eu te senti na barriga da sua mãe algumas vezes menina e olha como está, já é quase uma mulher _ segurou a mão dela e a puxou pra um abraço, acariciou lentamente seus cabelos sem deixar seu corpo descolar do dela.
- Tio!? _ suas mãos pequenas agarraram o tecido da jaqueta e ela suspirou lentamente deixando ele perceber, seu corpo tremeu sem ela conter _ é um prazer te conhecer.
- Frederico Rivero, como eu não te reconheci quando passou por mim na cidade _ o velho homem caminhava lentamente, era médico e pai adotivo de Carlos Manuel _ você está tão mudado que nem lhe reconheci com essa roupa de fazendeiro milionário _ o deboche era visível, há anos atrás ele tinha muito dinheiro, mas agora era um miserável comparado a fortuna de Frederico.
- Doutor Ângelo há quanto tempo não vejo você e sua cara de cansado, espero que esteja pagando suas contas com aquele emprego de postinho _ apertou sua mão sem querer muita aproximação _ eu estou muito bem e se não fosse sogro da minha sobrinha não lhe dirigiria a palavra.
- Um molequinho mirrado, esse era o seu tio minha nora _ não iria ficar por baixo e olhou pra Cristina com tesão, mordeu os lábios e piscou pra ela sem ninguém perceber _ mau tinha roupas pra vestir e as que tinha eram de doação, um menino sem eira nem beira, mas teve sorte de ser um bastardo com herança.
- Não sou mais, posso ter as roupas que quiser e nada disso foi comprado com o dinheiro da minha herança _ ele foi o único a perceber o olhar nojento do velho e abraçou Cristina que estava de costas, passou seu braço por sua cintura e encarou Ângelo sem medo _ diferente do passado agora tenho bastante músculo e força pra quebrar a cara do idiota que me desafiar.
- Esse é meu filho Carlos Manuel _ mostrou o rapaz que estava cumprimentando de longe meio tímido.
- Um prazer rapaz! _ apertou mais Cristina em seu corpo _ não sabia que minha sobrinha tão jovem é noiva e de um homem mais velho.
- Irmão não me disse se tem alguém na sua vida _ foi mudando de assunto _ já é um homem feito e não deve está sozinho _ olhava ele agarrado a sua filha e tremeu de ódio.
- Uma noiva, ela vem me encontrar no próximo mês _ mentiu e sentiu Cristina querendo sair _ mas não sou de uma mulher apenas, tenho que honrar a herança genética de Ricardo Alvarez, sou de todas e de ninguém ao mesmo tempo.
Mais velho, porém não menos bonito que os irmãos, Bento sentiu o tempo o trabalho e as brigas com Severiano transparecer na sua aparecia cansada de sempre, nem de longe parecia o jovem sorridente apaixonado e cheio de vida que morria de ciúmes de Raquel com Frederico.
- Vim apenas lhe cumprimentar meu irmão! _ ele tirou o chapéu e fez um aceno de cabeça.
- Bento? _ soltou Cristina e olhou a cicatriz de seu olho e logo depois Severiano que sorriu cínico como sempre, voltou a olhar o irmão _ é você mesmo?
- Mais velho, mas sou eu sim! _caminhou até ele e lhe abraçou com força _ nem parece o moleque mirrado que saiu daqui.
- E você também não parece quem era _ sussurrou com pesar, não queria demonstrar pena nem raiva _ pedi pra Raquel falar com você, precisamos jantar juntos, em família.
- Com esse eu não janto _ o mais velho falou de braços cruzados _ e posso expor os motivos agora se quiser!
- Cala sua boca suja maldito _ quis ir pra cima de Severiano e foi contido por Frederico _ quis ameaçar meu filho, ele não ia me contar, mas minha esposa contou e quem vai pro caixão é você me entendeu?
- Quando pagar suas dividas comigo você pode cantar de galo, porque não me da suas terras? _ estava interessado e não iria abrir mão.
- Isso não é lugar nem hora de falar dessas coisas, amanha estarei em sua casa Bento, agora volte pras suas terras, elas não deixarão de ser suas _ falou firme e soltou o irmão.
- Obrigado, mas não te quero lá, você é igual a esse mal parido do Severiano! _ o empurrou e saiu colocando seu chapéu com raiva.
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MI DULCE FIERA
FanfictionDepois da morte de um poderoso fazendeiro verdades foram ditas e a vida da família Álvares ficou atada com a de Frederico Rivero.