Severiano esperava sua filha na estação com certa ansiedade, mas quando olhou pra plataforma via ela pegada de mão a um jovem, alto e forte de sorriso largo e simpático, beijava a mão da sua filha e até falava em seu ouvido, eram cumplices e quanto a isso ele não podia fazer nada.
Seu coração apertou e bateu mais forte correndo até ela e fazendo questão de separar suas mãos, encarou o garoto e o empurrou.- Papai por Deus Diego é meu primo nos encontramos na cidade _ se assustou e ficou entre eles _ fez questão de está comigo todo tempo sem largar da minha mão.
- Desculpa se não lhe comuniquei tio, mas meu pai disse que o senhor precisava de ajuda e eu vim ajudar _ olhou Cristina e se sentiu sem graça _ sou muito bom em cálculos e estou de férias da faculdade .
- Vai embora por onde veio seu moleque! _ pegou sua carteira e pegou algumas notas lhe entregando _ se eu te ver perto da minha filha te mando num caixão pros seus pais.
- Me perdoa? _ ela falou culpada _ não devia ter pedido pra me acompanhar.
- Já sei como é seu pai _ devolveu o dinheiro pra ele _ eu não preciso disso eu trabalho pra ter dinheiro e é isso que vou fazer quando chegar em casa _ saiu pra pegar sua mala deixando pai e filha sozinhos.
- Que ideia foi essa de trazer esse bastardinho filho de empregada? _ pegou o braço da filha com força e saiu lhe empurrando.
- Papai minhas malas! _ olhou pra trás e começou a chorar _ ele é filho do tio Bento, crescemos juntos até eu ir até aquele colégio interno de freiras.
- Suas roupas de casa são suficientes Cristina, agora vamos antes que minha paciência acabe e te dê uma surra aqui mesmo _ falou quase arfando _ não te que perto dele, me entendeu? aquele moleque não é nada meu, nem seu.
- Isso não é justo papai _ tinha comprado roupas mais modernas pra usar na fazenda, só de pensar que usaria aqueles vestidos enormes tremeu de raiva _ minhas coisas não podem ficar pra trás.
- Justo? Te pago um colégio caríssimo pra você voltar com esse ímpeto? _ sacudiu ela sem parar e ficou encarando seu rosto _ não me desafie Cristina de Álvarez!
- Já chega papai, que vergonha _ olhou pras outras pessoas que ficavam olhando.
Ele nada falou apenas puxava a filha até o veículo estacionado na frente da estação, colocou ela dentro e partiu pra fazenda com a cabeça fervendo e mau olhava Cristina que ainda chorava de raiva e pensava no que deixou pra trás.
Minutos depois chegavam e ela ao descer notou que algo acontecia e não gostou do que viu, os pais não faziam festas por nada e nem por sua volta, lembrou que desde sua festa de quinze anos estava prometida a Carlos Manuel e foi quando se aproximaram que viu o jovem médico sorridente conversando com seus pais.- Surpresa Cristina! Essa é sua festa de noivado, é bom sorrir ou eu quebro seus dentes na porrada me ouviu? _ disse sussurrando pra ela.
- Sim senhor _ engoliu a seco e foi até Carlos que já tinha a caixinha nas mãos e se ajoelhava.
- Desde que te conheci minha doce menina, nunca lhe esqueci _ colocou o anel em seu dedo _ aceita ser minha futura esposa?
- Sim _ foi seco, direto e sem rodeio.
- Sim! _ levantou e a abraçou com amor girando no ar _ ela aceitou minha gente.
Na hora do beijo do jovem casal enquanto Carlos foi com gana em seus lábios ela desviou e o fez beijar sua testa, até sentiu a saliva dele em sua pele e sentiu nojo.
- Beijo no casamento, foi uma promessa que fiz a minha falecida avó _ mentiu, sabia que o pai respeitava a vontade da falecida mãe e por dentro gargalhou _ me perdoe papai.
- Não minha filha, sua avó era uma santa e sabia o que fazia, se aceitou sua promessa é porque tinha razão sempre _ olhou pra Carlos Manuel _ espero que a respeite rapaz.
- Sim, eu irei respeitar senhor _ ficou nervoso era algo sério e aquele casamento era importante para ele.
Assim era Cristina, doce fera como sua avó paterna, a proximidade com ela fez da doce menina uma fera que sabe se defender quando precisava, sabia como enganar, pelo menos achava isso.
Todas as suas amigas queriam sair da escola e voltar pra casa, ela queria viajar o mundo conhecer lugares e ter as experiências mais legais do mundo, sozinha ou acompanhada. Homens não estava em sua cabeça, bem mais os livros de romance que lia em que os mocinhos eram mais parecidos com Carlos Manuel, sem graça e não despertava interesse algum nela.{...}
Bem longe dali Frederico Rivero dono de uma multinacional acabará de vender seu império por bilhões de dólares e tudo isso antes dos quarenta, tinha uma jovem e bonita mulher que era mais um troféu que sua parceira de vida. Muita gente esperava ele quando saiu do prédio pra lhe entrevistar, tinha que atender a todos e ser paciente, pediu pro seu chofer passar com as malas e ficou falando por cerca de trinta minutos explicou o porque deixou o mundo corporativo e que tinha planos maiores e muito mais importantes. Foi deixando todos pra trás depois de olhar o relógio e foi entrando no carro.
- Toca pro aeroporto Eulogio, não tenho mais tempo pra perder e preciso pegar o avião _ tirou a gravata e buscou por suas roupas na mochila ao seu lado.
- Sim senhor, vai precisar de mim na fazenda? _ dirigia atentamente pela rodovia.
- Com certeza, será meus olhos e ouvidos lá dentro, mas quero que fique alguns dias na fazenda olho d'água e depois vá pra Bananal, lá estarei esperando com a minha família _ falou debochado e riu _ já conseguiu um transporte para mim?
- Consegui um helicóptero, melhor do que ir de trem senhor _ foi entrando no aeroporto e indo direto pro Hangar que era inteiro de seu patrão _ seu avião já lhe espera.
- Ótimo, não queria ir de trem ou carro _ já estava pronto e pegou o chapéu colocando na cabeça _ quero mostrar que Frederico Rivero voltou com tudo e pra destruir Severiano Álvarez de uma vez por todas.
- Seu plano de vingança vai ser espetacular senhor _ saiu do carro e abriu a porta pra ele _ e ajudarei no que precisar.
- Sim Eulogio _ saiu arrumando a jaqueta de couro meio rustica e o encarou _ sabe que é o mínimo que espero da sua parte, não gosto de cobrar favor de quem ajudei muito.
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MI DULCE FIERA
Fiksi PenggemarDepois da morte de um poderoso fazendeiro verdades foram ditas e a vida da família Álvares ficou atada com a de Frederico Rivero.