O homem passou pela porta com a cabeça erguida, seu semblante altivo e orgulhoso nada combinava com o garoto filho bastardo que saiu humilhado daquela casa, foi até Consuelo e segurou sua mão beijando delicadamente, depois virou as costas pra Severiano, pois a conversa com ele seria depois e a sós para que ninguém fosse testemunha do seu ódio contra o irmão. Ele foi pra cozinha, deixou seu chapéu na antiga mesa de madeira e sorriu ao ver a sua mãe, tinha que guardar segredo nem Vicenta sabia que Frederico já tinha a verdade em mãos.
- Ainda tem aquele café com bolo pra mim Vicenta? _ se aproximou e deu um sorriso sapeca como os que ela estava acostumado.
- Minha nossa eu... _ começou a chorar ao ver seu filho, seu menino a força que tinha dentro de si _ meu menino!
- Aí Vicenta _ foi até ela e a abraçou tão forte que a levantou no ar sem problema _ que saudade da senhora, sonhei tanto com esse momento.
- Meu menino, anjinho da minha vida _ beijava seus cabelos tocava seu rosto, Frederico era um homem com todas as letras, bigode, cavanhaque, cabelo no peito, era a cópia viva de seu pai _ eu sentir tanta falta de ti, meu coração estava triste sem você meu filho.
- Aí Vicenta, eu voltei e tudo vai mudar, vou me vingar dele _ segurou sua mão e acariciou com o dedão lentamente _ de Severiano Álvarez, ele vai pagar por cada humilhação e sofrimento que nos fez passar.
- Fred não quero que encha seu peito de ódio, a vingança só machuca as pessoas _ se preocupou e encarou seus olhos.
- Ele merece, e não voltei pra ter pena e deixar ele se safar _ colocou o chapéu de novo _ foi bom te ver e não vou te deixar aqui por muito tempo.
- Estou bem aqui, não quero que se preocupe comigo _ mudou seu foco pra panela no fogo e andou com dificuldade, mancando.
- O que aconteceu Vicenta? _ chegou por trás preocupado _ porque está mancando?
- Cai hoje de manhã e machuquei o pé meu filho _ disse mexendo a panela _ são dores da idade meu não se preocupe.
Enquanto ele tentava descobrir o que a mãe tinha uma mulher entrou com tudo na cozinha e pisando duro parou perto da mesa e olhou Vicenta com raiva, mas não parecia ser dela, mas de outra pessoa.
- Mamãe não sabe o que aquele miserável do Severiano fez! _ entrou tão raivosa que não prestou atenção no rosto do homem _ cadê ele hein? Vou matar ele agora!
- Raquel? _ ele babou nela, a mulher não tinha mudado nada, se não fosse sua irmã seria sua, a morena linda estava mais evoluída, seios fartos, bumbum avantajado e uma boca de parar o transito.
- Sim sou eu, quem é você? _ olhou ele de cima a baixo e não reconheceu, até estranhou o que aquele provável fazendeiro estaria fazendo na cozinha da casa grande junto a sua mãe.
- Minha nossa eu não imaginava que ficaria tão bonita _ abraçou ela pela cintura e tomou um tapa na cara mas não lhe largou _ gostosa ficou e a mão mais pesada ainda.
- Raquel não!!! _ olhou os dois nervosa pensando que Frederico fosse fazer uma besteira.
- Isso é jeito de tratar teu irmãozinho do coração? Seu Fredinho? _ tirou o chapéu e sorriu pra ela.
- Fredinho!? _ acariciou seu rosto sem acreditar, deu vários beijinhos onde bateu e estava vermelho _ perdão, mas você está um homem feito e com essas roupas e perfume pensei que era um fazendeiro tarado.
- Desculpa Raquel _ deixou ela no chão e a abraçou mais uma vez com carinho _ devia ter me apresentado primeiro.
- Mamãe como nosso bebê cresceu bastante _ Estava admirada com a aparência dele e como ele continuava o mesmo com ela, mas algo estava diferente _ mas deixou de me olhar como um taradinho.
- Não mesmo _ riu sem graça _ só sei disfarçar melhor agora Raquelzinha _ beijou sua testa e ficou abraçado de lado nela sem largar _ mas o que aquele velho fez com você?
- Comigo não, com meu filho, Diego não tem culpa que ele seja um péssimo administrador e meu pequeno seja um gênio da matemática _ disse alto com raiva.
- Diego? O bebê que vi nascer? Minha nossa eu tô velho _ colocou o chapéu e arrumou a camisa.
- Só porque viu ele de mãos dadas com a prima, ainda disse que o bronco arrastou Cristina como um bicho _ não gostava de ver as pessoas sendo maltratadas e principalmente se fosse uma mulher.
- Cristina? A bebê que a senhora Consuelo esperava quando foi pra capital verdade? _ ficou curioso, tinha dois sobrinhos que nunca viu e tinha que conhecer _ mas como vai Bento meu irmão?
- Minha nossa Fred, com essa confusão até esqueci que sou sua cunhada verdade? _ pós a mão na boca rindo _ Bento está bem, só meio ocupado com seu trabalho nas nossas terras, não somos milionários, mas vivemos bem.
- Quero sair e jantar com sua família, conhecer e reencontrar os meus, agora estou aqui e muita coisa vai mudar _ disse sorrindo e piscou pra irmã.
- Sim, vou falar com Bento e combinamos um dia pra sair todos o que acha? _ adorou está com ele de novo por perto.
- Agora vou falar com meu irmão mais velho _ fez uma cara de deboche e depois de se despedir de todas foi pra sala.
- Pro meu escritório Frederico! _ ele continuava o mesmo altivo e orgulhoso.
- Claro Severiano _ passou por ele e entrou primeiro no escritório sentando na cadeira de frente a ele.
- Não te quero nas minhas terras entendeu? _ foi direto e incisivo.
- Eu posso fazer um Dna e vamos descobrir quem é o herdeiro absoluto dessas terras _ ele levantou e foi abrindo a camisa.
- O que tá fazendo? _ disse nervoso e se afastou.
- Mostrando que eu sim tenho a marca do meu pai, mas e você? _ disse com um arrogante.
- Não se meta no que não te diz respeito entendeu? _ abaixou o tom e virou o rosto _ sou mais herdeiro que qualquer um entendeu?
- Claro, e eu sou um bastardo apenas né irmão? _ foi fechando a camisa _ mas quero falar das minhas terras, eu tenho muito dinheiro e tempo pra investir aqui ou em qualquer outro lugar.
- Dinheiro? Bom podemos conversar, qué tal um jantar aqui em uns dias? _ foi até a gaveta pegando algo _ assim eu apresento minha filha Cristina.
- Porque não posso ver ela hoje? Está com medo que ela se encante comigo e vá pra minha cama assim como sua amante fez comigo anos atrás? _ viu ele travar o maxilar sentindo o golpe das suas palavras.
- Minha filha está noiva, nunca iria olhar pra você Frederico _ tirou uma pasta e entregou a ele _ esses são os problemas e dívidas da fazenda se quiser vai ter que assumir todas.
- Você não perde tempo, continua um fudido de bosta interesseiro, mas aceito o desafio e venho jantar conhecer sua menina _ pós a pasta debaixo do braço e saiu cantarolando.
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MI DULCE FIERA
Hayran KurguDepois da morte de um poderoso fazendeiro verdades foram ditas e a vida da família Álvares ficou atada com a de Frederico Rivero.