Safe Place

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Osamu volta para o quarto de Suna se sentindo extremamente leve e tranquilo. A conversa com a mãe de Suna foi um completo sucesso.

Bom, quase, Momoko ainda estava na defensiva quanto a sua presença na casa e seu olhar desconfiado durante o café da manhã lhe mostrava que a menina ainda não tinha aceitado completamente a situação.

Não importava. Seis anos atrás, Miya Osamu conseguiu conquistar Suna Momoko com o mínimo de esforço, mesmo com o inicial estranhamento e ciúmes por parte da garota.

Momoko podia ser diferente agora, mas Osamu se sentia confiante que eventualmente, ele recuperaria a confiança da garota e sua completa confiança.

A mãe de Suna permitiu que Osamu ficasse por mais algum tempo para que cuidasse de Suna quando o bloqueador do meio acordasse. Ela lhe deu um copo de água e um comprimido para dor de cabeça para que desse a Suna quando o outro finalmente despertasse.

Suna ainda está dormindo quando ele fecha a porta atrás de si. Ela fecha com um baque suave e silencioso, tudo para que Suna continue em um sono tranquilo. Osamu aproveita e ajeita as cortinas, não deixando que os raios de sol, que o acordaram anteriormente, não façam a mesma coisa com Suna.

O bloqueador do meio está dormindo em meio às cobertas do futon de Osamu, da mesma maneira que o gêmeo o deixou quando saiu, com os tecidos cobrindo todo seu corpo até a cabeça. Mesmo com isso, Osamu ainda consegue ouvir os roncos suaves que o outro emitia durante seu sono.

Osamu olha para o quarto na esperança de encontrar um ponto para se sentar e esperar que Suna acorde. Ele estremece levemente ao lembrar da sensação quente do corpo de Suna em cima do seu quando ele despertou mais cedo; Osamu não se sente corajoso para voltar para o futon e nem mesmo para se deitar na cama parcialmente arrumada de Suna.

O chão é sua única opção.

A água e a pílula são colocadas em cima de uma cômoda e Osamu procura uma posição que o deixe confortável nas próximas horas. Osamu descansa suas costas contra a base da cama de Suna, alguns centímetros distantes do futon.

Não há muito o que fazer além de observar a coberta amontoada em cima de Suna. E é isso que Osamu faz até que seus olhos comecem a pesar; um sinal direto de sono por conta da atmosfera quieta e tranquila, apesar da má posição de Osamu. Ele não sabe quanto tempo se passou até que a sensação de sonolência começasse a tomá-lo.

Osamu está quase adormecendo quando ouve um farfalhar suave embaixo da coberta, seguida por um gemido quase inaudível. Osamu, apesar do sono, arruma sua posição ao escutar o som; ele pisca algumas vezes para afugentar sua sonolência.

Uma mão surge por baixo da coberta, tateando por algo que Osamu não faz ideia do que seja; mais alguns gemidos se seguem. São gemidos baixos que indicam impaciência e alguns vestígios de dor.

"Suna." - Osamu diz calmamente. Ele espera que sua voz não saia tão cansada do que parece aos seus ouvidos.

"Hmmm." - A mão volta para dentro da coberta. O quarto volta a ficar em silêncio após essa pequena ação de Suna e Osamu começa a pensar que o outro adormeceu novamente.

Isso não dura muito tempo, pois logo em seguida, Suna emerge das cobertas com uma expressão confusa; seus fios de cabelos estão espalhados por todo o travesseiro e voam em todas as direções. Seus olhos estão semicerrados e levemente vermelhos. Osamu o vê piscando várias vezes.

Mesmo sendo completamente uma bagunça, Osamu ainda o acha a coisa mais admirável que ele já viu.

"Bom dia." - Osamu diz quando Suna não apresenta sinais que irá dizer mais alguma coisa. Se contentando em apenas encarar Osamu com uma expressão confusa.

I Keep Dancing On My OwnOnde histórias criam vida. Descubra agora